XVIII - Caçadores, Demônios e Vitórias.

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Shownu piscou algumas vezes antes de dar mais um bom dia a vida, seus olhos fitaram confusos, o de um Kihyun apressado e próximo. Próximo demais. Empurrou-o sem pensar direito e acabou, depois que escapou das mãos alheias, batendo a cabeça no chão e soltando um baixo gemido de dor.

Kihyun se surpreendeu pela reação, teve o vago pensamento de que deveria estar com uma cara de merda, mas conteve os comentários ou até piadinhas que vieram em sua mente.

- Você está bem? A pancada parece ter sido forte - Kihyun indagou buscando ajudar o outro caçador que, relutou, mas aceitou.

- Foi só um batidinha, estou bem - Murmurou um Shownu meio perdido enquanto balançava a cabeça e piscava para se situar.

- A gente só vai saber quando você levantar, ou melhor, quando tentar - A atenção foi desviada para o outro corpo, as mãos checaram se ele estava inteiro.

Shownu demorou alguns longos segundos esquecido da situação ao seu redor, não queria pensar nisso tudo, se pudesse fugir já o teria feito. Olhou para o garoto que o outro avaliava e fechou os olhos soltando um barulho desgostoso da visão, como poderia ter ferrado mais o garoto já todo quebrado?

- Tente acorda-lo - Disse enquanto levantava ainda meio tonto - Vou ver o que tem lá dentro, fique de olho no que está acontecendo lá fora também.

- Hey, tem certeza que não quer ficar aqui quieto, já viu se quebrou alguma coisa? - Kihyun tentou mantê-lo ali, sobre sua visão.

- Não temos tempo.

Infelizmente, era verdade.

Antes que Shownu saísse correndo pela porta devido a falta de tempo, Kihyun chamou sua atenção e, com a agilidade que o rapaz possuía, girou a arma para logo apos estender ao outro. Claro, Shownu não queria aceitar algo tão necessário e útil, mas ele havia oferecido por causa daquelas funções e, então, ele simplesmente pegou a arma, acenou com a cabeça e saiu da sala quebrada.

Kihyun virou o rosto para o corpo no chão, franziu o cenho desgostoso com a ideia de ter que acorda-lo e, antes de qualquer atitude, fitou o ambiente de fora da sala.

Quem diria que um dia aquele lugar, antes coberto pela vitalidade e bravura dos caçadores e humanos, se tornaria aquele cemitério horrível agora usando os destroços como roupa? Era tão injusto a ideia daquela chacina e matança. O que eles haviam feito de errado? Não se lembrava de algo assim.

- Garoto! - Balançou a cabeça enquanto resmungava a palavra, podia entender claramente os sons de tiros do lado de fora - Hey, Garoto! Você não está morto, faz um esforço e acorda! - Exclamou balançando o rapaz.

O chão estremeceu com o som e o baque do corpo da criatura indo de encontro a alguma coisa na rua, Kihyun olhou pelo buraco enorme na parede, tentou saber quem a criatura caçava e, de alguma forma, sentia a pessoa que estava ali. Sooyoung se arriscava de mais e o Yoo não saberia dizer orgulhava-se ou rezava pela segurança da garota.

Sooyoung também não saberia falar se gostava da adrenalina de fazer coisas daquele jeito ou se aquelas coisas a perseguiam tanto que acabaram, por ventura, fazendo-a a gostar disso. Era isso que refletia enquanto corria sem parar, até mesmo quando um tentáculo da criatura cortou seu caminho; ela apenas pegou uma pedra do chão, jogou sobre o corpo da criatura e pisou ali dando impulso para seguir em frente. Quando o braço da besta desceu, ela puxou as armas e deu tiros concecutivos girando pelo chão.

A Choi pensou estar livre da criatura quando se viu próxima da criança escondida, mas seu corpo foi levado ao chão pela gosma do bicho. O seu rosto se contorceu em uma expressão azeda ao sentir aquele fedor horrendo, os olhos fecharam por repulsa ao cheiro forte e o corpo ficou relativamente imóvel. Esperou alguns minutos, afinal, não seria qualquer mera força de vontade que a salvaria daquele odor, parecia que iria vomitar a qualquer momento e, não só isso, sentia seu corpo ser sugado para dentro da besta.

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