O caminho pelas escadas era curto, a alternativa incomodava, o que saberia um humano sobre as aflições sobrenaturais de um comandante? Tao tentara não ficar ofendido quando D.O resolveu que a reunião seria no quarto por uma questão de privacidade – uma fajuta, já que Sehun possuía audição apurada –, ainda havia ficado curioso com a recusa quase imediata do demônio sobre a reunião ser efetuada no porão blindado.
O vampiro prosseguiu, mas sua força parecia se esvair ao sentir um cheiro tão nítido quanto aquele, era um aroma bem tranquilo que penetrava profundamente em seus ossos. Provavelmente o efeito era maior para si pelas habilidades acentuadas, então, o choque que teve ao entrar no quarto: conhecia aquele garoto. Observá-lo sem o olhar julgador foi quase impossível, mas existiam problemas maiores do que seu relacionamento a ser tratado e as escapadas de Kris.
— Se incomoda, Chanyeol? — KyungSoo perguntou, mesmo que já estivesse deitando ao lado dele.
Tao torceu o nariz, havia, além do aroma inusitado do humano, um de ômega no cio. Detestava o jeito que isso se demonstrava forte ali. Chanyeol parecia assustado, ele olhou de KyungSoo para o estranho – para ele, um estranho que poderia devora-lo. Sua postura não seria de fácil mudança, as feridas o incomodavam, então o máximo que conseguiu fazer fora ajeitar os ombros após sentar.
— SantanSoo, o coloque para dormir — Tao resolveu pedir.
KyungSoo ergueu as sobrancelhas para a exigência do vampiro, sua curiosidade ascendeu em uma pequena faísca, então teve que se prestar a observar a fisionomia e estatura de Tao afim de desvendá-lo e saber o que nele mudara. O vampiro trajava roupas sujas e, diferente de antigamente, parecia não se importar; de resto, ainda estava jovem como os vampiros sempre ficavam, os cabelos possuíam uma cor diferente devido a alguma tintura. No físico, nada mudara, talvez a expressão de pura arrogância e um explícito poder, em conjunto com sua aura incisiva. O incômodo, também, transparente em seus olhos.
— Perdão. Talvez não seja necessário.
Não era, mas Zitao não estava acostumado a ficar frente a amantes de seus amantes sem matá-los prontamente, e nem podia pensar nisso. Chanyeol poderia ser um xís especial, um elemento surpresa e valioso. Tao não teve tempo para pensar uma maneira de rebater, uma dor possuiu seu corpo o obrigando a alargar a base de suas pernas afim de ficar em pé; uma queimação desceu pela sua garganta estremecendo todo o seu corpo, a pequena marca em suas costelas parecia pesar na sua pele, queimou como nunca antes desde que surgiu e seus vasos sanguíneos oprimiram seu sangue. A sustenção se fez impossível, seus joelhos bateram no chão, causando então o despertar de KyungSoo que levantou para socorrer-lo.
Chanyeol abriu bem os olhos, curioso. Quando acalentar Tao não funcionou, D.O tentou decifrar o que estava acontecendo; então, buscou analisar objetivamente o vampiro.
Zitao estava ficando pálido, mais do que o esperado em uma terrível sede, a cor sendo semelhante a um papel branco opaco; as veias nítidas em sua pele, todas saltadas em um coloração escura. Enquanto Tao puxou um longo ar desnecessário para seu organismo, o tronco amoleceu e seu corpo inclinou a ponto de quase cair. O demônio ao segurá-lo sentiu a morte.
— Você tem um pacto de sangue sendo partido? — Sussurrou baixo, assim como o uivo pequeno do vento em dias quentes.
Tao suspirou pesado, fechando os olhos, então torceu o pescoço deixando um estalo assustador passar pelo cômodo. O barulho fez Chanyeol recuar sobre a cama.
— Seokjin... — Buscou dizer, a própria fala arranhando a garganta, com as palavras tropeçando em sua língua e morrendo antes de saírem inteira da sua boca — Preciso... Seokjin...

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Monster [Em revisão]
FanfictionEra para ser a vingança de um demônio, mas acabou virando algo muito maior. Acabou envolvendo muitas coisas. Em uma parte da lenda antiga, a qual esse demônio estava envolvido, dizia algo como: "Antes que a terra se parta e os mundos, outrora separ...