Capítulo XXXIX: Emoções através do espelho

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Lexa

Eu realmente deveria ter pedido para você vir comigo, acrescentei em canal privado para o Roman.

Te disse que você iria acabar com mais sacolas do que poderia aguentar levar.

E era verdade, era tarde de domingo e eu estava atolada de sacolas de todos os tamanhos esbarrando em praticamente qualquer pessoa que passasse por mim no shopping. Diferente das cenas de filmes, aonde as sacolas magicamente não atrapalhavam ninguém na rua, ou pesavam alguma coisa, eu estava quase três vezes mais pesada. Contendo compras aleatórias, compras de última hora para nossas fantasias, além de qualquer outra coisa que eu pudesse achar útil para eventuais eventos. Principalmente agora que éramos como a elite da sociedade mística da cidade.

Não é minha culpa.

Você sabe o que está fazendo, não é amor, como todo essas compras malucas?

Perguntou preocupado, ele vinha tentando entrar nesse assunto delicadamente a semanas.

Você acha que eu estou tentando preencher o vazio deixado primeiro pela minha mãe e depois pelo meu pai, com todo o dinheiro que eu consigo gastar, mas sem nenhum sucesso, porque cada vez eu gasto, mais e mais, mas não é verdade, completei. Não era de meu feitio ceder.

Então por que você está indo ao shopping várias vezes na semana, comprando coisas que nós nem temos mais espaço para guardar?

Por que eu tenho muito tempo livre?

Com a nossa rotina de treinos, aulas particulares na sala circular, tarefas curriculares, não parece muito lógico.

E agora parece que eu estou namorando o Sébastien.

Retruquei, odiava quando alguém vinha me dizer o que eu estava fazendo, especialmente quando eu mesma não queria aceitar.

Então que tal você voltar para casa para vermos o estrago que você fez e decidirmos o que vamos devolver amanhã à tarde?

Perguntou calmamente, era sua principalmente característica depois da fome insaciável. Especialmente quando se tratava de qualquer uma das minhas maluquices.

Eu iria, respondi hipnotizada e curiosa com algo, mas acho que vou demorar mais um pouco.

O que você vai comprar agora, por que eu realmente não preciso de cinco novos pares de sapatos.

Respondeu com o equivalente ao revirar de olhos telepático.

Não é uma coisa, é uma pessoa. Tenho que ir, amo você. Beijos.

Disse por fim desligando a conexão e deixando as sacolas no chão.

– Interessante.

Acrescentei vendo duas pessoas me encararem ao me virem falar sozinha com a vitrine de uma alfaiataria.

Henricksen Garrett estava dentro da loja, olhando o que parecia ser tecidos em todas as escalas de violeta. Não demorou muito para ele me perceber do outro lado da vitrine e eu finalmente entrei.

– Bom dia senhorita, pode sentar ali e eu pedirei ao meu assistente que lhe atenda.

Disse o senhor de meia idade que mostrava os tecidos para o senhor Garrett. Ele parecia completamente humano. Sem nenhuma presença mística envolvida. Pelo menos bruxo eu sabia que ele não era.

Bruxos&Demônios, vol. III - Vínculos&MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora