Capítulo XXXII: Noite da Fogueira

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Lexa

– Você está irritada, não é?

Robert perguntou me vendo encarar o convite azulado que eu havia encontrado embaixo do meu livro das sombras, algumas horas antes.

– Vamos só dizer, que com certeza, sim.

Respondi pulando da mesa, para ficar em pé.

– Vai ser bom para vocês. Foi bom para mim e os meus colegas pelo menos.

Acrescentou pondo as caixas que estavam em suas mãos em cima de uma cadeira.

Eu não estava sendo uma assistente de muita ajuda nessa tarde de sexta feira.

– Sou um livro aberto, você já sabe bem disso, Robert – completei o rodeando, ele ficava nervoso quando eu fazia isso – Não preciso de uma reunião no meio da noite para expor nada que todos já não saibam. Eu nem mesmo comprei uma barra de chocolate para ganhar esses bilhetes dourados.

Exclamei.

– O convite que encontraram embaixo de seus livros das sombras são um chamado para fortalecer os laços entre vocês. Acontece todo ciclo escolar. Só alguns são chamados, pois esse rito visa trabalhar e unir especificamente pessoas.

– Os últimos convites que os alunos receberam que tinham ligação com o Círculo de Sangue, não saiu muito bem para ninguém.

Respondi por fim.

Os outros a encontrar os tais convites, tinham sido, Tate, Asa, Henrique, Clea, Hya, Samir, Chris, Zita e Nik. Um grupo bastante disfuncional. Devo dizer.

– Não vai ser desse jeito – explicou com um sorrio compassivo, sempre mantendo distância física de mim, mas intimamente aberto, era uma raridade aliás – Quando eu participei do rito, no meu ciclo escolar, também não sabia bem o que era. Não tinha ideia de que estaria no lugar que estou hoje. Mas ele ajudou a nos libertar de segredos e medos que estavam presos dentro de nós. E sou íntimo de algumas dessas pessoas até hoje. Pois mesmo que os caminhos sejam tortuosos, eles existem por um motivo. Basta ter fé.

– E eu tenho. É tudo que nós seis temos.

Confessei.

– Então pare de se preocupar com o porquê você foi chamada para a noite da fogueira e simplesmente vá. Você vai descobrir do que se trata quando chegar lá a meia noite.

Respondeu voltando a pegar as caixas.

– Sobre esses seus colegas. Algum ex-namorado, ou namorada?

Perguntei fugindo do assunto.

Robert era uma pessoa que se deixava aproximar com facilidade, mas o mesmo tempo era tão reservado que eu não sabia muita coisa.

– Vai fazer alguma diferença?

Respondeu rindo.

– Talvez. Provavelmente não, mas eu não posso evitar agir dessa maneira. Ser um cupido é maior que eu.

– Tudo bem, mas a resposta seria não. Eu não cheguei a namorar nenhuma garota do meu ciclo escolar.

Respondeu se virando e saindo do cômodo, o segui automaticamente.

– Como isso é possível?

Perguntei assustada.

– Eu disse que nunca namorei ninguém da academia, não que nunca namorei ninguém na vida. Só nunca me interessei pelas minhas colegas de classe.

Bruxos&Demônios, vol. III - Vínculos&MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora