Bruxos&Demônios, vol. III - Vínculos&Monstros

Capítulo XXVIII: Delirium

Samuel

– Será que foi uma boa ideia deixar a Lexa nos arrumar?

Amora perguntou olhando para seu vestido sobre sua cama.

– Ela iria tentar de qualquer maneira.

Roman acrescentou se jogando no espaço vazio da cama, sorrindo.

Amora se virou para o espelho uma última vez para ajeitar o sutiã e o cabelo ao mesmo tempo. Tentando não parecer nervosa e ansiosa. Mesmo sem poder sentir o que ela sentia, era visível e palpável pelo elo.

– Pelo menos ela te deixou se vestir sozinha, ao contrário do Bash.

Completei ainda um pouco incomodado com a gola degagê da minha camisa prateada translucida.

Lexa tinha ido as compras para cada um de nós, para que não ficássemos atrás de nenhuma das fadas na boate. Para minha sorte a manga da minha camisa era longa o suficiente para poder ter uma abertura na barra para eu pôr o meu dedão, e eu estava confortável como um bebê. Me sentindo ligeiramente estranho num jeans tão lavado, que era quase branco. Mas se a Delirium era tudo o que diziam, eu não estaria surpreendendo ninguém.

– Talvez o vestido seja um pouco demais.

Amora comentou nervosa.

– Eu tenho purpurina, glitter e cristais espalhados pelo meu ombro, peitoral, rosto, cabelo e tenho quase certeza na minha bunda, então acho que já passamos bastante da vibe "um pouco demais", com certeza. E de qualquer maneira já fizemos coisas bem mais estranhas.

Roman a respondeu rindo, e comendo. Ele conseguia falar, comer, rir e transparecer tranquilidade ao mesmo tempo.

– É como uma parada do Orgulho LGBTQIA+.

Acrescentei tentando ajudar, havia purpurina em mim também, contudo era porque Roman havia me abraçado e me beijado no rosto por causa da minha nota no exercício de T.C.I.M. da semana.

– Acho que vou só me focar no fato que estou de lingerie na frente de dois caras e ignorar o resto, que tal?

Perguntou ainda mais nervosa pegando o seu vestido e começando a vesti-lo.

Lexa tinha se superado. Na verdade além do comum.

Ela não tinha encontrado o vestido perfeito, e sim três peças distintas e adaptado todas em um único.

Todo em preto, brilho e spikes.

Tudo que a Amora poderia querer.

As mangas eram longas e se alargavam da metade do comprimento até a barra quase triplicando de tamanho. A parte de cima do vestido era justo e repleto de spikes pontiagudos e brilhantes, com um decote tão profundo que ficavam poucos centímetros acima de seu umbigo.

Seu sutiã teve que ficar invisível para ela poder usar o vestido e ainda ter algo para sustentar os seios, já que pelo que eu havia ouvido adesivos de sustentação eram incômodos e perigosos.

A parte de baixo do vestido era completamente diferente. Com um short cavado e justo a pele, ela tinha liberdade de usar uma saia média vazada com desenhos de diversas flores diferentes.

– Eu pareço nua – comentou aflita – Quase como você, Roman.

Acrescentou e era verdade.