Capítulo 7

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Apesar de ter passado algumas semanas desde que conheceu Casper e Simon, os dois pareciam cada vez mais encravados em sua mente, pois dificilmente ficava sem pensar neles. De uma forma assustadora, pai e filho, pareciam fazer parte de sua vida... Essencial como ar que respirava.

Edgar não sabia o que fazer. Ainda continuava sendo babá de Simon três vezes por semana ou quando Casper tinha uma reunião urgente, mas fora isso, estava tentando muito arduamente não envolver com aquela família. Não estava sendo missão fácil, pois os dois sempre o convidavam para algo; ir passear no parque, ver filme, jantar ou ao cinema.

Edgar estava ficando sem desculpas para recusar os convites, fora que percebeu que Simon ficava triste com suas constantes recusas. Hoje tinha sido uma desses dias, apesar de que sua desculpa era real.

Simon o convidou para o 'dia do filme' em sua casa. Aparentemente toda sexta-feira, eles assistiam uma maratona de filme ou até que Simon ficasse acordado.

Doeu para o jovem negro recusar, porém, ele iria trabalhar aquela noite. Era gostoso cuidar de Simon, e apesar do dinheiro ser bem-vindo, ainda não era o suficiente para sua sobrevivência. Precisava fazer cada 'bico' que aparecesse. Haveria uma recepção de casamento no restaurante de Guilla, e ela o convidou para trabalhar ser garçom. O aluguel estava para vencer, precisava completar o valor. Não queria recorrer aos seus pais.

Estava no quarto dos funcionários terminando de ajeitar o uniforme que consistia em calça social preta, uma blusa branca e um colete preto. O que lhe irritava era aquela gravata borboleta que precisava enforcá-lo.

— Que bello ragazzo! — disse à italiana que estava parada na porta.

— Sim, eu finjo que acredito. — Edgar brincou ao terminar de amarrar o cadarço do sapato. — Obrigado novamente, Gui!

— Não seja bobo! Sabe que você está me ajudado. Nem creio Paollo faltou novamente. Terei que demiti-lo!

Edgar encolheu os ombros. — É Louise... Ela bem hoje?

— Não! Está cuidando de caso difícil e ficou em casa para rever algumas provas!

— Ser advogada é dose! — Edgar brincou. Ele tinha ciência dos transmitir dessa profissão, já que trabalhou como assistente em escritório de Advocacia. Apesar do curso que fez na faculdade, nunca realmente amou essa burocracia.

— Va bene! Lavoreremo. — Guilla disse.

Edgar deu um beijo na bochecha da amiga antes de sair da sala e seguir para local da recepção. Foi até a área de despacho dos alimentos e pegou uma bandeja com as entradas da festa. O local estava ricamente decorado em estilo Buenos Aires. Era um casamento elegante. Os noivos eram dançarinos de Tango, assim, a festa tinha ar Argentino. Não era preciso dizer que teria até mesmo apresentação de um casal dançando Tango.

Ele limpou sua mente e concentrou-se em trabalhar. Não queria envergonhar sua amiga italiana que dispôs em contratá-lo com freelancer. Com sorriso doce, Edgar passou a servir os convidados juntamente com alguns outros garçons.

A música alta lhe deu uma leve dor de cabeça, e não precisava dizer que seus pés estavam lhe matando por ficar de pé por algumas horas. Todavia, foi satisfatório trabalhar.

Ele atendeu todos com eficiência, e até pode desfrutar da deliciosa comida quando Guilla lhe permitiu uma pausa de 20 minutos. Era quase duas horas da madrugada quando o último convidado foi embora.

Edgar ajudou a retirar os pratos, talheres e copos para a cozinha, mas Guilla impediu fizesse algo mais.

— Ei, non é necessário! A empresa de decoração vai retirar o resto hoje pela manhã! Porque não vai ao meu escritório! Mi aspettano por 10 minutos que lhe darei uma carona para casa. — disse Guilla com seu sotaque italiano.

Chance Para Amar - (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora