Capítulo 11

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Edgar estava deitado no sofá e encarava o teto do apartamento. Podia ver com perfeição as pequenas rachaduras, nada gritante, mas que denunciava que havia um bom tempo que não havia recebido uma demanda de tinta.

Tinha se passado dois dias desde o festival no parque. Nem por um instante conseguiu retirar a sensação dos lábios de Cásper da sua boca ou seus braços fortes.

Ele estava tão ferrado. Nem parecia que há três meses havia descobrindo que era traído e enganado para ser 'amante'. Jurou que não envolveria com mais ninguém que tivesse filho ou foi casado, e aqui estava ele, totalmente apaixonado.

Edgar virou de lado no sofá e fechou os olhos. Não fazia ideia do que fazer. Não conseguia imaginar afastar-se agora de Simon, não poderia ficar sem ver o menino, mas seria difícil evitar o pai do garoto.

Amanhã iria ficar com Simon na parte da tarde, e não sabia como faria isso e ao mesmo tempo distância de Cásper. Decidido parar de procrastinar, Edgar levantou do sofá. Ele se arrumou rapidamente e deixou o seu apartamento.

Precisava com urgência fazer compras supermercado e trocar de chip. Não suportava mais as constantes ligações. Seguiu a pé até o mercado em seu bairro, pois era mais perto e aceitava os cupons. Esses cupons estavam sendo sua salvação.

Não comprou muita coisa, apenas o básico que faltava para as duas próximas semanas. Edgar manteve-se olhando ao redor enquanto seguia na rua com as sacolas de compras nas mãos. A sensação de estar sendo observado ainda causava calafrio em sua coluna.

No final, optou por seguir o conselho de Louise e foi até a delegacia mais próxima de sua casa. Perdeu quase duas horas, mas fez ocorrência de perseguição. Passou o número que o ligava e as ocasiões que sentia sendo seguindo. Os policiais não poderiam fazer muita coisa, pois oficialmente nenhum crime foi cometido, todavia, queria garantir que tivesse algum respaldo por lei.

Era em torno das 16 horas, quando deixou a delegacia e comprou o novo chip do celular. Sentindo-se mais calmo, Edgar retornou para casa. Quando estava esperando pelo sinal fecha para poder atravessa a rua, percebeu Cásper entrando no prédio. Quase ergueu a mão para acenar um 'olá', porém parou quando percebeu que o homem era acompanhado por uma bela mulher.

Ela tinha uma altura razoável e era magra, sua estrutura bem desenhada que apenas servia para torná-la ainda mais elegante com as roupas que usava. Uma blusa branca e uma calça preta. O sapato e a bolsa com a logomarca com a Guuci denunciavam o seu bom gosto. Os cabelos negros estavam penteados em uma trança de escama de peixe, permitindo que os brincos ficassem amostrar.

Edgar grunhiu enciumado quando Cásper riu de algo que a mulher disse e somente piorou quando ele abriu a porta do prédio para a mesma. Edgar manteve-se mais alguns minutos parado na calçada antes de acalmar e finalmente seguir para casa.

Decidido em não se importar, ele sorriu para uma vizinha enquanto subia direito ao seu andar. Destrancou a porta e entrou. Somente depois que depositou as sacolas de compras sobre a mesa, que ele rosnou.

— Eu sabia, nunca devia ter confiado em um homem com passado! Certamente é sua namorada, mas o idiota mentiu. — ele gritou em fúria. — Um banho! Isso! Vou tomar um banho, assistir maratona de Bones e comer muita besteira. — declarou.

Edgar fez questão de gastar muita água no seu banho demorado e vestiu apenas uma cueca samba canção.

-oo0oo-

Sua maratona de seriado foi um fracasso. Seu sorvete estava vencido, a pizzaria não entregou seu pedido e sua internet parou de funcionar. No final, Edgar foi dormir cedo e rolou na cama remoendo o acontecimento daquela tarde. Ele acabou pulando da cama na alvorada.

Chance Para Amar - (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora