Edgar soltou outro suspiro contente enquanto olhava para as fotos. Ele estava deitado em seu sofá vestido uma bermuda folgada e uma blusa surrada. Era terça-feira e estava de folga, apenas relaxando. Tinha passado três dias do seu aniversário e ontem havia cuidado de Simon à tarde. Aquele menino sabia encher a sua vida de alegria.
Seu dedo deslizava pela tela do Smartphone para passar as fotos e admirá-las. As fotos estavam boas, mostrando o quanto tinha sido divertida a festa. Tirando a parte de Erik, o seu dia tinha sido perfeito. Por sorte, a sua raiva por causa daquele imbecil durou pouco.
Edgar parou na foto que mais gostava. Era justamente dos três: ele, Casper e Simon.
O jovem de olhos claros e de pele jambo sorriu e arrastou o dedo indicado pela imagem. As vezes, ele ficava aterrorizado pela forma tão rápida que aqueles dois entraram em sua vida, porém também sentia-se vivo por tê-los por perto. Apenas precisava esconder muito bem os sentimentos românticos que cresciam em prol a Casper.
Edgar fechou o aplicativo de imagem e moveu-se no sofá, deitando de lado e deixando o celular cair ao seu lado.
— Hn! Preciso fazer algo produtivo. — murmurou. — Talvez escrever? Estou quase terminando a história. — disse animado. Adorava quando a inspiração fluir com naturalidade. Poderia dizer que seus vizinhos eram seu pé de coelho da sorte.
Edgar forçou-se a sentar no sofá, todavia, antes que levantasse e fosse buscar seu notebook para trabalhar, o seu celular começou a tocar.
Ele arqueou uma das sobrancelhas em indagação. Não esperava ligação de ninguém. Considerando que falou com seus pais mais cedo, amigas estavam trabalhando, Simon não tinha celular e Casper trabalhando, Edgar ficou confuso com quem poderia estar lhe ligando.
Pegou o celular e olhou para o identificador de chamada. O número era desconhecido. Ficou olhando por alguns segundos. Temia atender e ouvir a voz de Erik. Não! Era impossível. Havia mudado de número e pouca pessoa o tinha agora.
Ainda que com medo, decidiu atender, pois poderia ser de alguma empresa que havia deixado o seu currículo.
— Alô!? — sua voz saiu incerta.
— Senhor Smith? — uma mulher perguntou do outro lado da linha.
— Sim?!
-— Aqui é Donna da pré-escola. O senhor está na lista de contato do estudante Simon. Tentamos falar com Senhor Suller! Mas não atende... — disse a mulher.
Edgar endireitou as costas. Seu coração acelerou os batimentos. A ideia de algo ter acontecido com Simon fez seu peito doer.
— Ele está bem? O que aconteceu? — ele exigiu.
— Ele está bem. Simon caiu enquanto brincava no Recreio. Acabou machucando o braço. Ele foi levado para hospital acompanhado da professora. — disse Donna.
Edgar levantou do sofá e passou a andar pela sala. — Qual hospital? — Edgar perguntou.
— Memorial Anatomy. Tentamos falar com Senhor Casper Suller, mas sem retorno. — disse. — Tem o contato da irmã dele... Mas não está no país...
— Eu vou. Irei ligar para Casper... Mas vou para o hospital. Obrigado por ligar.
— S-sim.
Edgar finalizou a ligação e apressou-se para seu quarto. Sem importar o tipo de roupa, ele vestiu. Tudo que queria era chegar ao hospital. Imaginar Simon com dor e sozinho naquele lugar.
Sabia que Casper estaria em reunião pela manhã. Ele tinha dito, já que era o dia de Edgar ir buscar Simon na escola. Entretanto era estranho Casper não atender o celular, o homem nunca desligava por causa do filho.
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Chance Para Amar - (Romance Gay)
RomanceDepois de ser traído e enganado pelo namorado, Edgar fez uma promessa de que nunca mais vai se relacionar com alguém que tenha filhos ou que já foi casado com uma mulher. Mas sua promessa pode ser quebrada quando o seu novo vizinho bate à sua porta...