Capítulo 7

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Lira narrando.

Aquele lugar me trazia muitas lembranças boas de minha mãe, ela sempre me trazia aqui, dizia que o lugar era mágico, e disse para sempre vir  quando me sentisse triste, ou quando precisasse pensar.

As lembranças vinham a toda hora em minha mente, e eu não pude conter.

Me lembrei da primeira vez que ela me trouxe aqui... eu molhei a barra do seu vestido, quando pulei com tudo na água, ela dizia para que eu tomasse cuidado e acabava rindo, eu também me lembro que em meus lábios havia um sorrizinho sapéca, eu tinha no mínimo uns cinco anos de idade.

Lágrimas e sorrisos me invadiam a todo momento, não conseguia me conter.

Eram tantas memórias... e só em pensar que nunca mais eu a veria, meu coração se apertava mais ainda.

– Mãe! M-me perdoe, é tudo culpa minha , não era pra você ter ido, eu deveria estar no seu lugar. – eu disse me levantando aos prantos. – Se eu não fosse tão teimosa, você ainda estaria aqui! – gritei levando as mãos a cabeça, em sinal de desespero.

Der repente uma brisa passou por mim, fazendo com que meus cabelos que estavam soltos voassem a seu favor.

Tudo o que eu ouvia era os meus soluços e o barulho da água da cachoeira.

Eu sentia como se o peso do mundo estivesse em minhas costas.

Derrotada cai de joelhos fechando os olhos, mas não senti o impacto do chão contra os meus joelhos, e sim algo macio, parecido com grama.

Assim que abri os olhos, estava no mesmo lugar, mas ele estava um pouco diferente, o céu estava ensolarado e por toda a extensão do chão estava coberta pela mesma grama macia.

Me levantei observando tudo ao meu redor secando as lágrimas que ainda estavam no meu rosto, a brisa batia levemente.

Não chores minha princesa, és tão linda, não chores assim.

Ouvi a voz calma e doce de minha mãe atrás de mim, me virei e lá estava ela vestida de um vestido branco, ele tinha as mangas longas e cobria até os seus pés. Corri para abraça - lá, o toque de seus dedos macios em minha cabeça me fazendo um carinho.

Querida, não fique assim. Não se culpe por algo que estava predestinado a acontecer.

Eu não conseguia pronunciar nenhuma palavra,  chorava sem parar, mas de felicidade por te-lá novamente ao meu lado.

Depois de alguns minutos em silêncio, consegui falar:

– Mamãe, não se vá novamente, por favor, eu preciso de você,  ainda tenho que continuar treinando. Todos têm medo de mim, o jeito que me olham...– não consegui mais falar, um soluço me interrompeu, vindo seguido de lágrimas.

Minha mãe, segurou em meus ombros me afastando um pouco de si, me olhando nos olhos, seus lindos olhos azuis bem claros, que tanto me cativavam, os encarei e suas mãos subiram até meu rosto fazendo carinho e eu fechei meus olhos, quando os abri novamente ela estava chorando e sorrindo ao mesmo tempo.

– Minha linda, não poderei te ensinar a controlar seus poderes, pois estou fraca, mas creio que você se sairá bem, eu confio em você. Mas antes tenho que lhe explicar algumas coisas. – fiquei atenta – eu ainda era a rainha quando tudo aconteceu e você a princesa, o seu sangue é nobre, nunca se esqueça você é a herdeira legítima do reino de Penasy, o reino onde magia para todos os lados.

Assenti.

–  E enquanto aos seus olhos só mudaram em quanto usa seus poderes... Gostaria tanto de poder ficar aqui para lhe acompanhar nesse seu desenvolvimento mas meu tempo é curto. Até breve minha princesa, e seja forte...

– Não! Não mãe, não vá novamente, eu preciso de você! Mãe!

Eu gritei más ela já  não estava lá, tudo que restou foi uma poeira dourada.

Restara somente eu e as águas.

Sequei minhas lágrimas, respirei fundo mais de uma vez. A voz da minha mãe invadiu a minha mente me fazendo sentir como se ela estivesse comigo.

   

A Única Herdeira - REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora