Revisado e Reescrito
Seja esperta Lira.
Era a voz da minha mãe e por isso puxei minha mão rapidamente.
- Onde ele está? - ele me olhou sem entender - Digo, como eu vou saber se você não está mentindo?
- Não tente dar uma de esperta, porque se não quem você mais ama vai morrer. - sussurrou no meu ouvido, me fazendo arrepiar.
Repeti o gesto dele e me aproximei do seu ouvido.
- Ela já morreu. - respondi no mesmo tom.
-Eu te mostro onde ele está e você vem comigo. - eu apenas assenti com a cabeça.
Uma bolinha que mais parecia ser uma pequena tempestade se formou na palma de sua mão e foi crescendo até se tornar grande o suficiente para se tornar uma esfera.
Imagens começaram a surgir e pude ver que era o lugar do meu sonho.
Em uma das imagens eu pude ver os cabelos loiro escuro.
- Eydam! - não consegui conter o grito depois de vê-lo daquela maneira, machucado e ainda por cima desacordado. - O que você fez com ele?
- Fique calma, ele está bem só um pouco fraco.
- Solte-o e eu vou com você. - me virei para trás e fiz um aceno de cabeça para meu amigo pedindo para que não fizesse nada, o qual ele respondeu. - Assim que eu aceitar você trás ele de volta, eu fico do seu lado e você tem meus poderes.
- Olha só o que você é capaz de fazer por uma pessoa que nem conhece. Você me lembra..
Ele parou e encarou o nada com um semblante triste.
- Minha mãe. - completei.
Tenho certeza de que vi seu rosto se livrar da expressão hostil de antes e assumir uma completamente diferente.
- Chega de conversa. Eu não tenho o dia inteiro. - afastei um passo - Vai apostar a sorte ou aceitar a minha proposta?
Não hesitei em aceitar mesmo não confiando.
Assim que nossas mãos se tocaram, algo se fechou dentro de mim, me fazendo gritar de dor.
- O que fez com ela? - gritou Miguel vindo em minha direção, mas foi impedido por uma barreira de gelo. - Eu só bloqueei seus poderes. Não se preocupem, não é permanente.
No instante seguinte ru estava no lugar do meu sonho, aonde eu vi o Eydam.
Ele me ajudou a levantar e me colocou em uma cadeira.
A dor diminuiu assim que nossas mãos se soltaram.
- Onde estou? - observei o local tinha as paredes amarronzadas, pouca iluminação e infiltrações. Um lugar nada adequado para alguém viver.
- Seja bem vinda a humilde residência de seu amigo. - o olhei - Se olhar mais a frente poderá ver algo de seu interesse.
Revirei os olhos antes de olhar para a direção que ele mostrava e vi algo ou melhor, alguém se mexer.
- Eydam! - corri até ele e acabei caindo aos seus pés.
O irmão do Miguel estava desacordado.
Passei as mãos no seu rosto em um ato de desespero e ele acabou se mexendo outra vez.
Agradeci internamente por isso. Repeti o ato outras vezes até ele ir abrindo os olhos.
A troca de olhares foi inevitável e essa não foi uma troca comum. Seus olhos tão azuis como o mar despertaram algo em mim, forte diferente de tudo que eu já senti e ao mesmo tempo famíliar. Como na primeira vez que trocamos olhares.
Fiquei feliz por ele estar bem e que iria sair desse lugar onde ele passou um ano em situações precárias por minha culpa.
Era minha obrigação. Tudo que aconteceu de errado eu que causei mesmo que indiretamente.
- Você vai sair daqui. - ele pigarreou quando me virei para encontrar um olhar de tédio na minha direção.
- Mande-o de volta. - me levantei e abaixei a cabeça. - Por favor.
- Agora mesmo ele estará em casa mais primeiro você sairá deste lugar horrível onde eu escolhi para que você não o encontrasse. - ele estalou os dedos e nós estávamos agora em uma casa.
Paredes vermelhas, quatro janelas somente na sala, um sofá marrom com uma poltrona marrom também no canto da sala.
- Sente-se. - apontou para a poltrona. - Cumprirei minha parte do trato só que primeiro temos que esclarecer as coisas. - ele se sentou na minha frente - Eu não quero o seu poder, mas sim que fique ao meu lado como a filha que eu não tive.
- Não teve porque tentou me matar quando eu era bebê depois também quando nos encontramos. - retruquei olhando para a janela a minha direita.
- Eu pretendo atacar a Lua e preciso de sua ajuda. - ri debochada.
- Por que acha que eu farei isso? - ele não respondeu - Não irei me revoltar contra quem me estendeu a mão. - ele bateu suas mãos na mesa me fazendo pular na poltrona.
- Não estou pedindo que faça, estou apenas avisando o que você vai fazer. - encarei - Você não tem escolha.
Sua respiração estava entrecortada e a minha tranquila.
- O garoto já está em casa, agora vá para o quarto. Amanhã temos treino.
- Treino? - ele se afastou.
- Não quero que quando chegue a hora você esteja fraca para lutar. - bufei. -E também precisa aprender a controlar o gelo.
- Não preciso de sua ajuda. - falei ríspida. - Eu poderia mata-lo aqui mesmo.
Ele sorriu de lado.
- Más não fará isso. - sua mão caminhou furtiva até minha bochecha. - Por que querendo ou não, você é minha filha e eu sou seu pai.
Virei o rosto e ele se afastou, indo em direção a escada.
- Um dia você me aceitará. - sussurrou. - Seu quarto é lá em cima, terceira porta a direita e o meu é no fim do corredor. Se precisar de mim estarei lá bem cima.
Não respondi, apenas continuei encarei e perguntando a mim mesma porque ele não me deixa.
Não vou lute contra Lua e ninguém poderá me fazer mudar de ideia.
Bufei ao me lembrar das palavras dele. Um dia você me aceitará e mesmo que isso aconteça o que eu realmente não duvido, não o ajudarei.
Não o homem que matou a alma da minha mãe que era a única forma de que eu pudesse vê-la.
Apoiei minha cabeça na beira da janela e fechei os olhos, sentindo o sol bater no meu rosto.
Minha mente vagou até o garoto que até agora pouco estava preso.
Seus olhos se pareciam com o mar, penetrante e forte.
Fechei os olhos. Aquela sensação que ele me fez sentir era diferente mas ao mesmo tempo familiar.
No momento em que nossos olhos se encontravam eu sentia que o mundo ao redor não existia e que a única coisa presente eram seus olhos.
Oi gente, tudo bom?
Esse foi o capítulo que até agora teve mais mudanças e eu prefiro assim e espero que vocês também tenham gostado.
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A Única Herdeira - REVISADO
FantasíaNão se a pegue tanto a realidade, ela pode não ser o que parece. Lira Morgan, dezesseis anos, bonita, meiga e gentil. Uma garota normal que possui um passado até então desconhecido. O que fazer quando segredos se revelam? Como lidar com um pai ass...