Capítulo 23

36 4 0
                                    

Dois meses depois

Já fazem dois meses que eu estou aqui treinando duro, para o que diz meu pai: matar a Lua.

Ele sabe muito bem que não farei isso mas mesmo assim continua me treinando.

Pelo menos isso tem um lado bom, agora já não é tão difícil controlar o gelo e logo logo estarei melhor do que ele.

Cono todos os dias levanto, tomo meu banho e visto minha roupa de treino.

Desde aquele dia que o Eydam apareceu na cachoeira ele aparece agora todos as noites. Conversamos, brincamos e desabafamos um com o outro.

Quando eu estava com ele toda a carga do dia desaparece e com ele acontece o mesmo, sua expressão muda da que eu conheci. Ele fica feliz e eu também.

Todos os dias eu fico no quarto durante a manhã para não ver meu pai pai no café, mas hoje eu quero fazer diferente.

Desci as escadas e vi meu pai na mesa tomando café enquanto observava o vazio.

Quando ele me viu sorriu e eu retribui.

Também tinha me costumado a conviver com ele e a aceitar que ele é meu pai e que eu tenho que começar a despreza-lo menos, e estou tentando com todas as minhas forças, mas até agora só consegui baixar um pouco a guarda.

Puxei uma cadeira e me sentei.

– Bom dia. – ele estava animado e eu tenho quase certeza que era porque eu acabei descendo. – Que milagre aconteceu para que você esteja aqui hoje?

O humor era evidente. Sorri enquanto me servia de suco e bolo.

– Estou de bom humor. – vi o seu sorriso.

Desde que eu tinha chegado não o tinha visto sorri um só dia.

– Então acho que o seu humor ficará ainda melhor após a noticia que tenho.

Terminei de saborear o bolo e o olhei.

– Que notícia? – ele sorriu outra vez.

– Hoje não teremos treino. – suspirei aliviada. A rotina de treino estava acabando comigo. – Tenho que sair um pouco e por isso não terei tempo para treinar.

Soltei o garfo e me encostei na cadeira aliviada.

– Onde você vai? – me arrependi de perguntar antes mesmo de abrir a boca.

– Hoje eu vou até a cidade tratar de alguns negócios. – assenti.

Estava esperando que ele me respondesse com ironia mas ele foi sincero.

– Me desculpe Lira, logo hoje que você quis descer meu dia está corrido e não posse ficar mais.

– Pode ir, não tem problema. Amanhã eu também vou descer. – seu sorriso se alargou.

– Então até mais tarde filha. – respondi com um até e ele saiu pela porta.

Fiquei mais um tempo na mesa e logo depois subi para o quarto para trocar de roupa.

A Única Herdeira - REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora