Dois meses depois
Já fazem dois meses que eu estou aqui treinando duro, para o que diz meu pai: matar a Lua.
Ele sabe muito bem que não farei isso mas mesmo assim continua me treinando.
Pelo menos isso tem um lado bom, agora já não é tão difícil controlar o gelo e logo logo estarei melhor do que ele.
Cono todos os dias levanto, tomo meu banho e visto minha roupa de treino.
Desde aquele dia que o Eydam apareceu na cachoeira ele aparece agora todos as noites. Conversamos, brincamos e desabafamos um com o outro.
Quando eu estava com ele toda a carga do dia desaparece e com ele acontece o mesmo, sua expressão muda da que eu conheci. Ele fica feliz e eu também.
Todos os dias eu fico no quarto durante a manhã para não ver meu pai pai no café, mas hoje eu quero fazer diferente.
Desci as escadas e vi meu pai na mesa tomando café enquanto observava o vazio.
Quando ele me viu sorriu e eu retribui.
Também tinha me costumado a conviver com ele e a aceitar que ele é meu pai e que eu tenho que começar a despreza-lo menos, e estou tentando com todas as minhas forças, mas até agora só consegui baixar um pouco a guarda.
Puxei uma cadeira e me sentei.
– Bom dia. – ele estava animado e eu tenho quase certeza que era porque eu acabei descendo. – Que milagre aconteceu para que você esteja aqui hoje?
O humor era evidente. Sorri enquanto me servia de suco e bolo.
– Estou de bom humor. – vi o seu sorriso.
Desde que eu tinha chegado não o tinha visto sorri um só dia.
– Então acho que o seu humor ficará ainda melhor após a noticia que tenho.
Terminei de saborear o bolo e o olhei.
– Que notícia? – ele sorriu outra vez.
– Hoje não teremos treino. – suspirei aliviada. A rotina de treino estava acabando comigo. – Tenho que sair um pouco e por isso não terei tempo para treinar.
Soltei o garfo e me encostei na cadeira aliviada.
– Onde você vai? – me arrependi de perguntar antes mesmo de abrir a boca.
– Hoje eu vou até a cidade tratar de alguns negócios. – assenti.
Estava esperando que ele me respondesse com ironia mas ele foi sincero.
– Me desculpe Lira, logo hoje que você quis descer meu dia está corrido e não posse ficar mais.
– Pode ir, não tem problema. Amanhã eu também vou descer. – seu sorriso se alargou.
– Então até mais tarde filha. – respondi com um até e ele saiu pela porta.
Fiquei mais um tempo na mesa e logo depois subi para o quarto para trocar de roupa.
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A Única Herdeira - REVISADO
FantasyNão se a pegue tanto a realidade, ela pode não ser o que parece. Lira Morgan, dezesseis anos, bonita, meiga e gentil. Uma garota normal que possui um passado até então desconhecido. O que fazer quando segredos se revelam? Como lidar com um pai ass...