Revisado
Eydam narrando.
Me recuso a acreditar em tudo isso!
Depois do que aconteceu no quarto da Lira eu fiquei com muita raiva, mas muita raiva mesmo e saí de perto dela antes que eu ficasse pior e ela também.
Andei pela floresta.
Eu queria ficar bem longe dela, más como se pode ficar longe de uma pessoa se está em uma coisa que ela mesma criou?
Simplesmente não tem como!
Me teletransportei para minha casa.
Lá eu chorei, chorei de raiva, tristeza tudo que estava preso na minha garganta e não conseguia sair.
No fim das contas eu acabei me revoltando e decidi que se ela era minha irmã, era meu dever esquecer dela. Era a melhor coisa a se fazer.
Fui para o reino de Penasy e acabei reencontrando uma ex namorada minha, na verdade uma das minhas exs- namoradas.
Eu era considerado um namorador até quando uma garota, que na época era minha namorada, acabou morrendo em um acidente com os das sombras.
Eu nunca mais fui o mesmo depois daquilo. Nunca mais me envolvi com ninguém. Até a Lira aparecer.
Ela estava bonita, vestia um vestido vermelho bem justo, seus cabelos negros presos em um coque perfeito e um batom também vermelho.
– Eydam! – gritou ela quando me viu numa ponte olhando para o lago que se passava por toda a vila. – Há anos que eu não te vejo.
– Como vai Olívia? – cumprimentei com um falso sorriso no rosto.
Conversamos um pouco e ela me beijou.
Eu não recuei de imediato por estar magoado, mas depois eu comecei a sentir nojo e que estava sendo vigiado, ignorei e continuamos a nos beijar.
Ao contrário de mim ela parecia estar gostando, enquanto eu só sentia nojo
Quando nos separamos eu praticamente fugi dela, indo para um café que encontrei na vila e pedi um café.
Uma sensação esquisita estava tomando conta de mim e quando a garçonete trouxe meu pedido eu demorei um pouco para compreender o que ela dizia.
Eu estava olhando para as pessoas passando pelas ruas quando senti uma forte energia perto de mim.
Parecia estar se despedindo pois a energia demonstrava tristeza e um pouco também de felicidade.
Me entristeçi com o sentimento da pessoa que tentava se despedir.
Era doce, gentil com uma ecência que eu nunca iria me confundir.
Dei um salto da cadeira quando ela começou a ficar mais fraca.
– Não posso perde-la. – quando eu estava saindo a energia me prendeu lá.
Ela não queria que eu fosse até lá e só pude sair do lugar quando ela ficou fraca de mais para me impedir.
Corri até a ponte e mais uma vez eu a senti.
Ela dizia adeus e eu não estava ao lado dela.
O choro foi inevitável, e nem mesmo quando as pessoas passavam eu conseguia segurar.
Ela se foi.
Uma garota que passava perto de mim parou e ficou me olhando.
– Você está bem? – a olhei.
Seus olhos verdes, pele clara e com um sorriso no rosto. Não podia ser rude com ela.
– Sim. – funguei e parei de olha-la. – Eu estou bem.
– Não parece. – ela disse e se aproximou – Olha eu não te conheço, mas você me parece uma boa pessoa. Irei ficar aqui até parecer melhor, depois irei embora, ok?
Sorri para ela que retribuiu.
No final das contas ela ficou comigo até anoitecer.
Contei tudo a ela, contei sobre minha mãe ter me enganado a respeito do meu pai, que eu fui sequestrado e que uma garota me salvou, e essa garota era por quem eu tinha me apaixonado e o pequeno detalhe dela ser minha irmã.
– E... quem seria essa garota? – não contei a ela que a Lira era a princesa perdida.
– O nome dela é Lira. – dei uma uma pausa. – A menina mais doce e gentil que eu já conheci. – ela colocou uma mão no meu ombro e eu suspirei.
– Você a ama, não é? – sorri de canto e isso já lhe serviu de resposta.
Ela me acompanhou até em casa e no dia seguinte eu fui em sua casa.
A amizade entre nós se tornou algo que eu não imaginava que um dia teria.
Uma semana depois foi o meu aniversário, mas não contei nada a ela.
Não sei de minha família e nem faço ideia de como posso salva-los e isso me entristece.
♠
Faz quase sete meses que tudo aconteceu.
Eu e Mary nos tornamos bons amigos. Ela era uma boa companhia quando eu me sentia sozinho, e passou a ser mais importante para mim depois que eu descobri.
No fim das contas, tive que contar a ela a verdade sobre a Lira. Me lembro que ela pirou quando descobriu que ela era a princesa.
Seria engraçado se eu não estivesse em uma situação tão fúnebre.
Estava mexendo no meu notebook quando, por acaso, acabei achando uma foto de quando eu era criança.
Era de uma peça onde eu era o príncipe e uma menina de cabelos castanhos-claros era a princesa, a minha princesa.
Por isso eu senti aquela sensação aquele dia, eu já a conhecia.
Meu peito se apertou e senti o familiar nó se formar na minha garganta.
Pulo no lugar com o barulho da porta sendo escancarada. Mary está ali, seu rosto mais pálido do que o normal.
– O que aconteceu? – ela me olhou, o olhar vidrado. – Mary, o que aconteceu? Você está mais branca do que...
Interrompo minha fala quando ela engole em seco. Ela parece que quer me falar alguma coisa, más está assustada de mais para isso.
Eu poderia descobrir facilmente do se trata, más para isso teria que usar minhas novas habilidades nela e isso eu não vou fazer.
Ela tomou fôlego e andou devagar até mim, se sentando ao meu lado no sofá.
– Você não vai acreditar nisso...
– O que aconteceu? –Pergunto novamente, dessa vez nervoso.
Ela engole em seco mais uma vez e toma fôlego.
– Ela está aqui. – fico sem reação. – Ela voltou.
Engulo em seco. Ela não sabe do que está falando.
– Quem voltou? – meu coração martela no meu peito com tanta força que até dói.
– A Lira.
Meu notebook escorrega do meu colo até se espatifar no chão.
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A Única Herdeira - REVISADO
FantasyNão se a pegue tanto a realidade, ela pode não ser o que parece. Lira Morgan, dezesseis anos, bonita, meiga e gentil. Uma garota normal que possui um passado até então desconhecido. O que fazer quando segredos se revelam? Como lidar com um pai ass...