Capítulo 30

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Revisado.

Os dois estavam na sala.

Meu pai de pé perto de uma janela e o Eydam de cabeça baixa sentado no chão.

Vê-lo daquele jeito fez meu coração apertar e quando fui ver eu já estava parada na metade da escada e lágrimas estavam contidas em meus olhos.

Meu pai virou o rosto der repente, como se tivesse sentido minha presença.

Respirei fundo e levantei o rosto.

Terminei de descer as escadas e o Eydam acabou levantando o rosto pelo som dos meus passos, e por isso nossos olhares de cruzaram.

A leveza que sempre aprecia quando trocavamos olhares apareceu, más dessa vez não me senti leve más sim com todo o peso do mundo nas costas.

– Lira. – ele se levantou e me encarou.

Eu sabia que não iria aguentar por muito tempo e as lágrimas acabariam escorrendo.

– Filha. – o olhei.–Eu não imaginei  que o garoto fosse.. fosse...–  me aproximei dele e o abracei. – Perdão filha. Se eu soubesse nunca teria o torturado.

– Você não tem culpa dele ser o seu filho e ele não tem culpa de ser meu.. – era tão difícil ter que admitir – Ninguém tem culpa de ser meu irmão.

Essa ultima parte saiu como um sussurro e eu voltei a chorar quebrando a promessa que tinha me feito a minutos atrás.

Pelo canto do olho vi Eydam vir até nós más acabou parando quando eu me desfiz do abraço.

O olhei nos olhos e me aproximei.

Seus olhos estavam cheios de água e eu o abracei, o abracei forte e logo ele me retribuiu.

– Lira, eu não posso aceitar que isso seja verdade. – sussurrou no meu ouvido.

– Não se engane – me afastei. – Você melhor do que ninguém sabe que é verdade. – enxuguei meu rosto  – Não podemos mais nos enganar, o que importa agora é a sua família. – ele me olhou novamente – Temos que tira-los do castelo.

Ele parecia não entender nada e eu não o culpo por isso.

Me afastei dele e fui até a porta.

– Não vou demorar, só vou dar uma volta. – antes que dissessem algo eu saí pela porta e comecei a andar.

Minha cabeça ainda estava processando tudo e nem percebi quando dei de cara com uma árvore.

– Ai! – exclamei passando a mão no lugar onde estava inchado.

Uma pequena busca balançou meu cabelo.

– Menina, não está muito atenta hoje não é? – bufei.

-–O que foi Safira? – me levantei e a olhei. – O que quer agora? – Eu não queria falar com ninguém, ouvir ninguém ou ao menos ver!

– Você quer ir atrás deles. – seu tom de voz estava preocupado.

– O que? – perguntei.

Ela suspirou e se aproximou de mim.

Só agora percebi que seus olhos são azuis e bem parecidos com os meus.

– A familia do garoto, você está querendo ir atrás deles sozinha. – arfei.

– Como você sabe? – ela estava certa. Estava pensando em ir atrás deles desde quando eu sai de casa. – E o que eu faço?

– Siga seu coração. – revirei os olhos. – Faça o que tiver que fazer. – e assim ela se desfez diante dos meus olhos.

Sei que posso fazer isso mas ainda não me acostumei.

Seguir meu coração?

Meu coração está em pedaços e ela disse para segui-lo.

Pensei muito mesmo em não fazer más eu já tinha decidido.

Fechei os olhos e me teletransportei para meu quarto.

– Lira? – ouvi a voz do meu pai no andar de baixo.

– Sou eu! – respondi e logo ouvi passos apreçados subindo as escadas e em pouco tempo a porta se abriu, revelando um homem sério.

Ele entrou e se sentou ao meu lado na cama.

Ficamos os dois calados até  ele  resolver falar.

– Você vai lá não vai? – suspirei e o olhei.

– Pai eu... – tentei más ele me cortou.

– Não farei nada para te impedir, mas irei com você.

Por essa eu não esperava.

Deixei que ele fosse comigo e logo depois ele saiu.

Vesti meu uniforme de treino e calcei  uma bota.

Peguei uma mochila e coloquei o livro de feitiços caso fosse preciso.

Parei por um instante o que estava fazendo e análisei a situação.

No fim das contas eu acabei decidindo por conta própria lutar contra a Lua, coisa que há alguns dias atrás eu teria negado com todas as minhas forças.

Ri da minha situação.

Iria encarar Lua de uma vez por todas.

A Única Herdeira - REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora