A Única Herdeira - REVISADO

Capítulo 31

Revisado.

Estava me olhando no espelho, para ter certeza de que não faltava nada.

Meu coração batia a mil, meu corpo sendo dominado pela ansiedade.

Na mochila já tinha tudo o que eu iria precisar, meu livro de feitiços, uma jaqueta de coro também na cor preta e outras coisas sem muita importância.

Estava pronta, esperando o meu pai chegar para nós irmos até o castelo.

Duas batidas fracas na porta.

– Pode entrar. – respondi ansiosa.

– Lira? – fiquei sem reação.

– Oi. – respondi tensa.

– Oi. – um silêncio se instalou no lugar me deixando um pouco desconfortável.

– Lira, eu não acredito no que a Lua disse. – disse der repente.

– Perdão? – perguntei com o cenho franzido.

– Eu não acredito que somos irmãos. – me calei. – Não temos nada haver como irmãos.

Suspirei e me aproximei dele.

– Os poderes não são os mesmos, o cabelo, a força, mais o pai... é o mesmo.

– Eu não acredito nela. – insistiu. Abaixei a cabeça.

As lágrimas já ameaçavam a cair quando ele pega minha mão e eu o olho nos olhos. 

Pude ver seus sentimentos, seus medos, tudo o que ele tentava esconder do mundo.

Não sei se ele também sentiu o mesmo, mas o que eu vi  naquele momento foi algo que eu não sei como aconteceu mas me  afetou..

Quando me dei conta ele já passava seu polegar pelo meu rosto, secando as lágrimas que agora já não estavam mais sendo contidas por mim.

– Não acredite nela. Acredite no que seu coração diz. – segurei a mão dele e despistei um bejo nelas.

– Eu quero acreditar no meu coração, más o que minha mente diz é completamente o oposto. –  dei uma pausa para respirar e depois continuar  – Eydam o que eu vi não me deixa acreditar no que meu coração quer.

Seu olhar se entristeceu e eu também.

Eu queria, realmaente eu queria poder acreditar que tudo o que a Lua nos disse era mentira más o que eu vi, o que Safira me mostrou era aprova suficiente para acabar com todas as minhas esperanças.

Eu queria pelo menos poder mostrar a ele tudo aquilo para que não se iludisse mais.

– Você quer ver? Quer ter certeza do que ela disse? – ele não me respondeu de imediato más sua expressão disse tudo.

O levei pela mão até minha mochila que eu tinha deixado na cama e peguei o livro de feitiços.

– O que  vai fazer com ele? – perguntou.

– Pocurar um modo de provar a verdade. – olhei o relógio de pulso dele – Eu ainda tenho tempo.

Ele me olhou sem entender nada, mas eu não tinha tempo para parar e explicar.

Nos sentamos na cama e eu abri o livro.

Por favor Safira, me deixe mostrar a ele.

O livro não me deixava ver nenhum feitiço, nem mesmo os que já estavam lá antes.

Na raiva eu comecei a congela-lo e meu pescoço ficou um pouco frio. Não como geralmente.

– Calma. – ele colocou sua mão sobre a minha e nesse exato instante um feitiço veio a minha mente.

Ele me encarou com algo no olhar e eu também.

Sua mão foi até meu rosto e novamente todos aqueles sentimentos vieram a tona.

Com a minha respiração um pouco ofegante levei minha mão ao seu rosto e acho que ele sentiu o mesmo já que ele ficou sério.

Comecei a recitar o feitiço na mente e não demorou muito já estava em transe.

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Eydam narrando

Quando sua mão tocou minha face muitas emoções tomaram conta de mim, más a que estava mais forte entre tantas era a tristeza.

E eu não podia ajudar acabar com toda aquela tristeza. Não podia ajuda-la e muito menos me ajudar.

As sensações cessaram quando seus olhos brilharam.

Foi como se meu corpo fosse levado para outra dimensão, mas não sozinho.

Sua mão ainda estava junto a minha.

– Agora você verá o que realmente aconteceu. – sua voz parecia ensaiada. Como se ela passasse horas treinando o que falar.

Começamos a andar e logo chegamos ao local de uma batalha.

Era o pai dela, ou melhor, o nosso pai e outra mulher que eu acho que era sua mãe, e lá no fundo eu vi uma mulher de cabelos brancos correndo.

Ela nos teletransportou para frente dela e parou o tempo, literalmente, o tempo parou a nossa volta focado no rosto da mulher.

– Rápido Eydam, não temos muito tempo. – ela olhava para algo ou alguém que estava a nossa frente.

Olhei na direção que ela estava focada e vi uma mulher loira nos encarando, más logo voltei a olhar a mulher.

Seu rosto. Os mesmos traços, só que mais nova e com um bebê.

O chão tremeu e a Lira estava ajoelhada no chão.

– Eu não aguento mais. – sua voz saiu espremida – Ela está fazendo muita pressão! – ela parecia sofrer e a mulher que antes nos encarava também parecia estar como ela.

– Vamos, acabe com isso Lira. –olhei uma última vez para minha mãe – Eu já vi o que você queria. –  abaixei e coloquei minhas mãos em seu rosto.

Imediatamente a cena se desfez e voltamos ao quarto.

Seus olhos ainda estavam brilhando e sua mão no meu rosto.

Seu corpo começou a ficar mole e sua mão escorregou e ela desabou sobre o meu corpo.

– Lira! – a ajeitei em meu colo –  Você está bem? – seus olhos fechados e suas mãos geladas. – Por favor me responde.

Ela continuou com os olhos fechados.

– Meu amor, acorda! Acorda!