Capítulo 17

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Revisado

Um ano depois...
Um ano.

Já faz um ano que estou no Castelo da Lua e temos treinado desde aquele dia sem parar e por conta disso e ando mais cansada do que estive com os treinos da minha mãe.

Meus poderes já se desenvolveram menos o do gelo, tenho certa dificuldade para lidar com ele.

Estou um pouco maior e cortei meus cabelos um pouco abaixo dos ombros. Mudei também a minha atitude. Aquela menina doce e ingênua não existe mais.

Visto um vestido azul marinho e coloco minhas botas pretas cano longo.

Estava me admirando no espelho quando percebo que a Lua  me observando em silêncio. Me virei para ela.

– Já está pronta para voltar?

– Sim eu já estou pronta. – me virei para ela. – Estou tão nervosa, faz um ano.

– Eu sei querida, mas já está na hora, e não se esqueça que quando se sentir sozinha eu sempre estarei com você.sorri.

O dia de ir embora havia chegado.

Nesse ano que se passou ela se tornou uma segunda mãe para mim, me ajudou me deu abrigo quando todos me abandonaram.

Eu nunca mais vi o Miguel e nem sua família, mas isso está prestes a mudar hoje.

– Você irá para o mesmo lugar, a cachoeira da sua mãe. – assenti. – Me de às mãos e pense na cachoeira.

Eu pensei o máximo que pude, e quando abri os olhos estava lá novamente.

O barulho da água se chocando contra a rocha.

Me senti feliz em estar de volta. Dei adeus ha Lua e agradeci outra vez antes dela ir embora.

Pensei na casa do meu amigo e fechei os olhos, quando abri estava do lado de fora.

Respirei fundo e caminhei lentamente até a porta, bati três vezes e esperei por alguns segundos para assim que a porta se abriu dar de cara com os olhos verdes azulados dele.

– Lira? É você mesma? – assenti, ele me abraçou. – Por onde você andou? 

– É uma longa história, mas agora teremos muito tempo para conversar. – um sorriso de orelha a orelha estava em seu rosto.

– Entre. – ele me empurrou para dentro. – Não quero que você fuja de novo.

– Eu não vou embora, pelo menos agora não. – ele me encarou mais depois voltou a sorrir.

Assim que eu entrei na sala, Laila estava descendo as escadas e quando me veio correndo me abraçar.

– Lira! Por onde você andou? Você nunca mais deu notícias. – ela olhou atrás de mim como se procurasse alguém – Cadê o Eydam? – eu a olhei sem entender. – Ele não estava com você ?

– Não, eu não o vejo desde o dia que eu fui embora. Pensei que depois que eu sai ele tinha voltado.

– Não, ele não voltou e tudo isso por sua culpa! – gritou Rafael vindo em minha direção e parando a poucos centímetros.

Ficamos nos encarando por algum tempo até que eu escuto a voz de Jenny atrás de nós.

Mr virei e a vi com um largo sorriso nos lábios.

– Lira. Que saudade, você não nos deu notícias, por onde andou? E... espera seus cabelos estão branco e cinza? – dei uma pequena risada.

– Sim, meio bizarro não é? Vamos dizer que isso é culpa da Lua. – todos me olharam com curiosidade menos Rafael que continha fúria no olhar.

– Eu vou contar tudo, mas não agora eu...

– Você vai embora e não irá mais voltar. – me calei. – Você foi e meu filho foi junto, é tudo culpa sua! – se eu fosse a mesma de antes com certeza eu estaria chorando. Sorte a minha ter mudado.

Respirei fundo antes de responder.

– Senhor Rafael, quero te lembrar que quando eu sai ele já tinha ido e mesmo que não seja minha culpa eu irei ajudar vocês. – me virei novamente para Laila. – Já fizeram um feitiço de localização?

– Sim vários, mas ele é o melhor bruxo do clã do Sul e isso dificulta as coisas. – seus olhos marejaram e eu segurei suas mãos na intenção de acalma-la.

– Fiquem calmos eu prometo que irei encontra-lo. – abri um meio sorriso – Não se preocupem.

– Mão faz mais do que sua obrigação.

– Já chega pai! – gritou  Miguel indo para cima.

Assim que eu vi o que estava prestes a acontecer me coloquei entre eles impedindo a briga que ocorreria ali por minha culpa.

– Miguel! Ele está certo é meu dever proteger os meus súditos, e isso inclui você é sua família, então por favor não briguem. – Rafael não falou mais nada, ficou em um canto isolado no sofá olhando para o nada.

– Olha Lira me desculpe pelo meu pai. – assenti.– Ele não é mais o mesmo desde que o filhinho predileto dele foi embora e agora que você voltou acabou piorando tudo.

– Eu entendo, a culpa foi minha.  Primeiro minha mãe, depois o Eydam. Todos que ficam perto de mim morrem ou acontece algo. Acho que teria sido melhor ter continuado no Castelo Lua.

– Você estava no Castelo Lua? – eu o olhei incrédula, como ele sabia que ele existia? – Você devia ter ficado aqui na terra, comigo.ele deu um pouco de ênfase na ultima palavra.

A antiga Lira estaria tremendo e é assim que eu estou, como ele sabia sobre ele? Quer dizer, eu não falei nada para ninguém.

– Como você...– minha frase foi interrompida por um barulho muito alto vindo da sala.

Nos levantamos correndo e assim que chegamos lá vi quem eu menos desejava.

– Pai! – ele levantou o olhar e soltou Rafael que estava sendo enforcado. – Vá embora, você já viu quem perde na luta.

– Filha amada, que prazer em revê-la! – fingiu falsa animação vindo a passos lentos em minha direção.

Rapidamente Miguel se posicionou a minha frente em forma de luta. – Ah...Que gracinha, esse é o seu novo cãozinho? Já não bastou o dos olhos azuis, não? – espera, ele disse olhos azuis?

– Não preciso de um cãozinho, como você mesmo disse. – os dois me olharam incrédulos, más fixei meu olhar em Miguel e apertei sua mão rezando para que ele entendesse o recado.

Depois de um tempo relutante ele se afastou deixando o caminho livre.

Respirei fundo e comecei a falar.

–Sobre quem você estava falando, quando se referiu ao cãozinho dos olhos azuis?.

Ele parou a alguns metros de distância e ficou me observando.

– O seu primeiro cãozinho, o garoto de dezoito. Ele se meteu no meu caminho então tive que dar o meu jeito...

– Você não...– ele deu uma gargalhada que me causou um frio na espinha.

– Não, eu não fiz, mas estou disposto a fazer uma troca. – olhei de relance para o lado e vi os dois se encarando.

Por um momento  meu amigo me olhou e tentei transmitir a maior quantidade de calma possível, quando voltei meu olhar para meu pai ele estava com um sorrisinho debochado nos lábios.

– O que você quer?

– Se junte a mim e eu o solto. – ele estendeu sua mão direita para mim.

Fui andando com passos lentos até ele, senti duas mãos tentando me segurar mas eu me desviei delas.

Tudo o que eu pensava agora era em libertar Eydam.

Estendi minha mão direita para segurar a dele, faltavam poucos centímetros....

A Única Herdeira - REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora