•~My little Hibrid/ Jikook~• |terminada|

PARTE DOIS: 2

   Duas semanas desde que Kwan e Chul tomaram a decisão de me manter por mais tempo nesse lugar.

   Haviam se passado apenas duas semanas. E para mim era como se fossem meses.

   O mesmo quarto branco, com os mesmos móveis.

   O mesmo hospital de sempre. As mesmas pessoas de sempre. Tudo monótono como sempre.

   Os corredores vazios de paredes brancas descascadas. Os pacientes que passavam o dia inteiro olhando para um mesmo ponto.

   Mais um dia normal.

   "Imbecil" eu dizia a mim mesmo.

   Poderia estar em casa agora. Poderia estar deitado em sua cama.

   Idiota.

   Não serve nem para sair desse lugar.

   Prendi minha respiração fechando meus olhos. Por um momento pude sentir o cheiro do perfume da minha mãe. Pude sentir o carinho que tanto sentia falta, pude sentir o amor dela ali comigo. Até que eu abri meus olhos e me deparei novamente com o quarto vazio.

   "Nada vai mudar Jeon. Não adianta se culpar. " Eu tentava dizer a mim mesmo.

   Mas quem eu queria enganar? Eu nunca pararia de me culpar. Nunca pararia de remoer em minha mente tudo aquilo que eu poderia ter dito ou feito para Hyuk e meus pais.

   -Jeon Jungkook? -Ouvi alguém chamar atrás da porta de madeira.

   Espiou pela pequena janela de vidro ao lado da mesma. Uma moça de cabelos loiros pedia para que pudesse entrar. Concordei e ela o fez.

   Entrou posicionando uma bandeja contendo alguns pratos, sobre a mesa. Virou seu corpo para mim, olhando com dó.

   -Fiquei sabendo do ocorrido... Se precisar de alguém para de ajudar...

   Sentou-se ao meu lado colocando sua mão em minha coxa. Sorriu minimamente.

   -Sou gay.

   Ela riu e tirou sua mão de minha perna. Tornou a ficar de pé, segurando em sua cintura.

   -Sabe Jeon, não é porque eu sou mulher e vim tentar te ajudar que eh vá querer dar para você. Apenas estou aqui querendo desempenhar um papel de boa amiga. Nunca te vi conversar com ninguém daqui além de Chul, apenas fica em seu quarto  sozinho. Talvez pudesse te fazer companhia, jogar conversa fora.

   -Entendo.

   Ela revirou os olhos virando para a porta. Segurou a maçaneta e olhou mais uma vez para trás.

   -Tudo dará certo. Já perdi pessoas que amo e sei como é isso. Mas essa dor um dia se ameniza. Tenha fé. -E saiu.

   Mais uma vez a sala foi tomada por completo silêncio. Apenas eu e meus pensamentos confusos rodeando minha mente.

   Tudo dará certo.

   Talvez fosse verdade. Ainda era novo, poderia sim voltar a viver normalmente.

   -Me solte! Não é para eu estar aqui! Hoseok! Me tire daqui! Para de ajuda-los e me ajude!
 
   Pude ouvir gritos vir de fora do quarto. Era comum digamos assim. Todos os meses algum paciente novo chegava no hospital e as vezes não aceitavam sua internação.

   -Por que estão fazendo isso? Eu não sou louco! Parem com isso por favor! Jung Hoseok volte aqui! Não! Parem de me segurar!

   Eu poderia ir até o corredor para verificar o novo paciente. Mas minha observação da parede me mantinha mais entretido.