Me abraçou de lado e olhou para o céu, encarando as estrelas logo a cima de nós.
-Vai ficar tudo bem mamãe. Jimin encontrou homem bonzinho. Eu te amo mamãe, eu te amo papai.
~início : 4-4-2017
Final: 26-09-2018
N/A: como pediram, uma parte dois da fanfic hihi, votem e comentem, logo fic nova por vir Sz.
Haviam me dado um pouco de privacidade para que eu arrumasse minhas coisas. Kwan esperava do lado de fora, juntamente ao Dr. Chul.
Durante meses havia passado meus dias em um pequeno quarto, assim como todos desse lugar. Coloquei em minhas paredes pequenos desenhos que havia feito quando mais novo. Essa era a minha única decoração.
Era um hospital grande, com diversas salas e diversos pacientes. Alguns de minha idade, alguns mais velhos, mas nenhum que eu tivesse me aproximado e criado um laço de amizade.
Eu tinha Jimin, e isso já era o suficiente.
Ou pelo menos eu achava que tinha.
Agora as coisas se encaixavam. Ou pelo menos quase. Como eu teria um apartamento onde morava com Mine, sendo que nunca havia saído desse lugar?
Minha mente se abria para a verdade e cada vez mais eu desejava voltar para meu mundo de ilusões e fantasias.
-Jeon? -Ouvi Kwan chamar do lado de fora, provavelmente me apressando para que fôssemos logo embora.
-Estou me despedindo do quarto, espere.
Tornei a olhar para meu pequeno refúgio diário.
"Talvez sentirei falta daqui" pensei.
Afinal, era aqui que eu me encontrava com Jimin, e talvez em casa não fosse a mesma coisa.
Talvez, talvez.
-Kookie? -Essa voz... Não. Certamente é só mais uma brincadeira de minha mente, querendo me ver louco mais uma vez.
Ignore Jeon. Ignore e continue arrumando sua mala.
-Kookie? Jimin está aqui, olhe para ele.
Não era Jimin. Jimin não existe, feche os olhos Jeon.
Não se deixe levar, você tem que passar por aquela porta e ir para casa.
Não olhe para trás. Arrume suas malas, está quase pronto, tens de sair daqui.
-Kookie! Pare de ignorar Jimin! -Senti algo tocar meus ombros.
-Você não é real! Você não é real! E mesmo se fosse, Jimin morreu quando deu a luz à Yuna! Me deixe ir embora! Você não é real!
Eu gritava tentando me soltar das pequeninas mãos que me seguravam.
-Saia daqui! Eu não consigo assim! Vá embora por favor! Não! Não!
-Pare de gritar Jeon!
-Não! Só saia daqui Minie!
-Minie? Sou eu, Kwan! Do que você está falando?
Meus olhos se relaxaram, assim como o resto do meu corpo. Meus braços caíram pendentes e eu continuava a olhar para frente, com os olhos fechados.
-Sou eu. -Ele repetiu.
Comecei a enxergar pouco a pouco. Logo me virei para trás, encontrando meu amigo parado com um olhar curioso.
-O que está acontecendo?
-Não sei, doutor. Ouvi Jeon gritar e entrei. Aparentemente estava vendo Jimin. -Eu continuava imóvel diante dos dois. Kwan falava de maneira seca para Chul, que me olhava assustado.
-Posso conversar com você em particular?
Ambos deixaram o quarto, indo para o corredor.
Sentei-me na beirada da cama, tornando a dobrar minhas roupas e colocar na mala.
Algum tempo depois, retornaram, parando em minha frente. Eles me olhavam cabisbaixos, mas ao mesmo tempo decididos.
-Jeon, é errôneo lhe darmos alta agora. Você ainda não está totalmente pronto para morar com Kwan, não está totalmente pronto para sair daqui. Resolvemos estender seus dias aqui dentro, para que possamos te ajudar a resolver seu terror interior. Com ajuda de remédios ou não.
"Seu terror interior" as palavras se repetiam em minha mente.
Eu já suspeitava. Era óbvio. Depois de tal surto, nunca me deixariam ir embora.
Um louco que imaginava coisas, andando sozinho pelas ruas?
Um louco que dizia namorar um garoto gato vivendo junto às crianças da cidade?
Um louco que gritava chamando a atenção de todos, vivendo em sociedade?
Um louco varrido como esse, trabalhando como uma pessoa normal?
Nem fodendo.
"Ele poderia agredir alguém" imaginava todos falando sobre mim.
Eu não discordava. Já não conhecia mais os meus próprios limites.
Olhei para o mais alto, parado quieto ao lado do doutor. Moveu seu olhar para o meu e sorriu minimamente.
-É pelo seu bem.
É pelo meu bem.
Me trancar em um manicômio, é pelo meu bem.
Eu apenas desejava voltar para casa, sentir o cheiro do perfume de minha mãe enquanto ela me abraçava. Queria que ao chorar, meu pai abrisse a porta à minha frente e me fizesse melhor. Queria ir à escola e rir com Hyuk.
Queria viver tudo mais uma vez, para que dessa vez, eu fizesse as coisas certas, e talvez, evitasse que tudo isso acontecesse.
Poderia estar com Hyuk agora. Nós poderíamos estar fazendo faculdades juntos.
Mas ele nem ao menos teve a chance de escolher como gostaria que fosse seu futuro.
O quarto mantinha-se em silêncio, logo após a pronúncia de Kwan. Eu pensava olhando para meus pés, rodando pra lá e para cá um pequeno botão de minha camiseta.
Levantei minha cabeça fitando os dois logo a cima de mim. Esperavam uma resposta.
Kwan olhou para mim mais uma vez, novamente abrindo seu sorriso mínimo de canto de rosto.
-Jeon, é para o seu bem.
-Você já disse isso uma vez. -Respondi começando a desfazer minhas malas sobre a cama.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
