Kaitilin a tinha deixado ficar em sua casa, e tudo que receberá de agradecimento foram palavras rudes. Nunca havia visto alguém tão teimosa quanto Heyna, se é que esse era mesmo seu nome. Tudo que tinha certeza sobre ela era seu nome e que tinha uma irmã ou namorada, para quem ela tentará ligar todas as noites quando pensava que ela estivesse dormindo. Ela ouvirá a garota praticamente se derramar na caixa postal dessa pessoa ,sem nenhum retorno. Contando sobre um deserto, uma balada e um castelo, o que não fazia sentido algum. Tanto o deserto como o castelo, estavam extintos desde 2400, muito antes da coalização, e ela nem fazia ideia do que era uma balada. Nada disso fazia sentido. Até chegarem os caras armados.
πππ
Andarilhos era a palavra certa para descrever-los. Embora suas roupas fossem de viajantes que estavam preparados para tudo, suas armas eram avançadas e mais tecnológicas do que as que ouvirá falar, e se possível mais futurísticas. Ela considerou a possibilidade de serem do futuro, um tipo de futuro onde existia viagens temporais. Não era impossível. Mas não dava para pensar em tantas coisas ao mesmo tempo. Precisava achar um jeito de escapar primeiro, depois se preocuparia em saber com quem estava lidando, a não ser que os andarilhos quisessem conversar.
Enquanto pensava, ouviu uma respiração entrecortada pela parede. "Kaitilin" pensou, tinha se esquecido completamente da garota, para sua sorte a garota sabia como disfarçar o medo, algo que ela ainda estava aperfeiçoando.
O primeiro passo era arranjar uma arma, depois ela arrumaria um plano. De onde estava barricada, a única coisa que lhe poderia ser útil era um livro enorme. Se houvesse algumas canetas, ela tentaria outra vez tirar seus desenhos do papel, mas desde o castelo tinha perdido sua habilidade e paciência. Ela já não tinha paciência antes, porém a cada vez que tentava desenhar se lembrava do lustre caindo e adicionando mais algumas mortes nos ombros de uma assassina. Ainda não conseguia se livrar dessa palavra, parecia que era algo que a seguiria infinitamente até o dia em que matar um ou outro não importasse mais.
Suspirou, estava entrando em crise de novo,aquela não era a hora certa para isso, e voltou ao trabalho. O livro teria que servir por agora.
Com cuidado o tirou da estante, surpreendentemente ele não era pesado, até leve demais. Ela folheou as páginas e descobriu porquê. Apenas aparentava ser grande, mas por dentro tinha um compartimento onde havia uma caneta de caligrafista preta estampada com o número 8 deitado, o infinito em prata. E ao seu lado, vários outros tipos de caneta que ela nunca tinha visto, como uma espécie de estojo, que ela não seria capaz de usufruir agora, já que canetas não machucavam ou atordoavam pessoas. Ficou desanimada ao notar que sua única arma se fora, e agora ela precisaria achar outra. Engoliu em seco, pegou as canetas e atravessou a porta, a espera que Kaitilin pudesse ser capaz de armar um plano que tirasse as duas dali.¥¥¥
Kaitilin aprenderá a esconder os sentimentos desde pequena, de modo que quando Heyna entrou no seu quarto ela apenas escondeu o choro, mesmo sabendo que ela tinha ouvido. Ela fingiu não notar, se sentou ao seu lado e esquadrinhou o quarto com os olhos, provavelmente procurando uma arma, vi um sorriso torto se abrir em seu rosto quando a achou. Um espelho. Ela o quebrou, rasgou uma manga dá camisa azul, enrolou em volta do caco e entregou para mim. Eu sabia o que tinha em mente, mas não seria suficiente contra os atiradores.
Olhei para ela, tentando dizer isso, porém ,assim que ela se ajoelhou e tocou me ombro, eu vi que ela tinha consciência disso e não se importava, desde que no final eu saísse viva. Ao compreender , eu não pude evitar as lágrimas de caírem e a abracei. Senti sua estranheza a minha reação, mas ela me abraçou de volta mesmo assim. Com tão pouco tempo para nos conhecermos, eu tinha achado uma amiga, e parece que ela tinha me achado também. Nos afastamos e saímos porta afora , sem a esperança de retornarmos vivas.
Abruptamente, descobrimos que não eram necessárias armas, pois vimos o estrago. Para todos os lados da casa, havia corpos com cabeças explodidas, sem nenhum motivo aparente. E sangue. Vermelho escarlate escorrendo de cada um dos atiradores. Ambas ficamos horrorizadas com cena, talvez ela mais que eu, pois foi preciso 3 minutos para acordar-la da crise. Uma vez que o fez, elas saquearam a casa atrás de tudo que fossem precisar e então saíram, correndo para o mais longe que pudessem daquele lugar.
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Once In A Lifetime
Dla nastolatkówAdohena era uma simples adolescente do ano 4000 ,que vivia com um segredo que poderia jogar-la atrás das grades, até que um dia ela teve um sonho muito maluco e sua vida só desceu ladeira abaixo depois disso. Em meio a suas aventuras, ela logo desco...