¶ Capítulo 13

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O portal dava no castelo. May tinha acompanhado o progresso de sua irmã até aqui, de modo que sabia que ali começará seu trauma. Ela precisava consertar aquilo, desde que conseguisse conviver com a culpa. Mas seu rastreador apontava que o garoto também devia estar ali, então ela mataria dois coelhos com uma cajadada.
_ May, o que estamos fazendo aqui?- perguntou Adohe.
Olhei para minha irmã que já não era mais tão baixinha assim.
_ Vamos descobrir se você realmente matou aquelas pessoas.- respondi.
Peguei sua mão e ia começar a subir as escadas, quando Adohena arrancou bruscamente sua mão dá minha.
_ Não vou a lugar algum, antes que me explique o que está acontecendo.
Minha irmã não estava ajudando. Não podíamos nos dar ao luxo de parar em qualquer lugar onde os Temporais poderiam nos alcançar facilmente. Porém, ela merecia uma explicação, uma que eu não tinha tempo de dar. Decidi resumir.
_ Olha, aquela cena que vocês presenciaram a duas semanas atrás...- travei. Eu nunca fui muito boa com resumos.- Não era para eles terem morrido daquele jeito.
Ambas piscaram.
_ Continue.- pediu a loira.
_ Não temos tempo. Vamos subir.- impliquei.
A loira puxou minha irmã para trás. Elas pareceram ter uma discussão sobre confiar em mim ou não, o que era um pouco tarde já que estávamos muito longe do ponto de partida. Quando se viraram de volta para mim, Adohe parecia ter decidido que descobriria tudo sem mim. Ela passou por mim como se fosse dá realeza, quase trombando comigo de propósito. Sua amiga foi mais cuidadosa,ainda me deixando para trás de todo jeito.
Eu entendi a mensagem. Apenas tinha dado a minha irmã a oportunidade de voltar ali, mas se eu não queria abrir a boca, com a desculpa de " não tínhamos tempo", eu não participaria daquilo. E por mim, estava tudo bem. O destino ainda nos colocaria do mesmo lado, algum dia. Por enquanto, eu teria que brincar de peão dos dois lados ,até que alguém me delatasse, o que não aconteceria tão cedo. Um cargo alto em ambos assegurava minha lealdade, embora ela não fosse realmente de nenhum.
Mas ninguém sabia disso.

πππ

Se tinha uma coisa que Adohena odiava em sua irmã, era a habilidade de distorcer as coisas. Contudo, infelizmente, May nunca fazia nada sem um propósito. Adohena nunca voltaria ali por conta própria, até que porque não sabia onde ficava ali.
Subiu as escadas com Kate atrás. Podia fazer algum tempo desde que estivera ali, mas ainda sabia como chegar no salão real. O único problema era voltar ao lugar que ativará seus poderes sem ter ideia de como fazer-los funcionar. Se por acaso acabassem encurraladas, teriam de improvisar como ela vinha fazendo desde que toda essa loucura começará, alguma hora ela teria de aprender a fazer planos. Olhando assim, aquele castelo não era tão ruim.
Ela devia ter aproveitado mais tempo na cela, ou roubado a comida daquele lugar. Estar com fome não ajudava muito a pensar.
Finalmente chegou ao topo, onde ficava o salão real. Ela ia atravessar a porta quando Kate a puxou para trás e fez "shhh". Na mesma hora, Cortland saiu pela porta e por questão de lugar e hora certos, ele não trombou comigo, apenas desceu. "Pelo menos está vivo", pensou ela.
Quando ele já estava lá em baixo, elas entraram, se escondendo atrás do corpo das armaduras expostas em manequins 3D. Ela não tinha reparado isso antes, mas aquilo contava como informação para descobrir em que ano estava. Os manequins 3D só começaram a existir depois do ano 3200, algo que alguém que adorava moda como ela deveria ter gravado na memória. As vezes, 16 GB de memória valiam a pena.
Kate apontou para ela o trono, talvez sugerindo outro lugar melhor para se esconder, e eu concordei. Fomos na direção do trono, mas fomos impedidas no meio do caminho, pelo príncipe que acabará de entrar. Para a sorte das duas, ele não as virá. Adohe respirou um pouco mais aliviada,era menos duas mortes​ pesando em suas costas. Em seu pouco tempo ali, ela não conhecerá muita gente, apenas três pessoas, duas das quais ainda estavam vivas. Mas ela não ia embora enquanto não soubesse se o Rei tinha sobrevivido ou não.
Ela viu Kate ir para trás, focada nos guardas a seu lado. Adohe tentou avisa-la que ia trombar com algo, mas já era tarde demais. Ela já tinha ultrapassado o manequim 3D inteiramente. Eu nem tive tempo de perguntar​ "como?", antes do príncipe comentar:
_ A boa filha, a casa retorna.

∆∆∆

Ryan leu os objetivos do disfarce mais de uma vez, e ainda assim não conseguia descobrir o que tinha deixado Will tão chateado. Era simples. Apenas achar um jeito de entrar, apagar alguns guardas, identificar uma tal de May (ele nem fazia ideia de quem era essa pessoa), roubar algumas informações e cair fora. Assim como era feito em vários filmes de antigamente. De qualquer maneira, a primeira parte já estava em andamento.
Will não concordará quando soube do plano, mas ele não tinha escolha, era tarde demais para voltar atrás. Ryan foi na frente, seguindo o caminho de acordo com o mapa, que mostrava uma saída do duto de ventilação.O que para o duto era uma saída, para eles era uma entrada.
O lugar era um octógono construído sob uma base de areia artificial. Do lado de fora, era apenas um muro enorme com tijolos tecnológicos, uma das melhores inovações na história.Os tijolos tinham painéis refletores, o que tornava o lugar invisível e impenetrável graças a cerca elétrica e o bando de guardas que a rodeavam. Por dentro, havia seções em forma hexagonal para os combatentes, mini- seções para as partes departamentais,e uma cadeia própria no último andar de baixo. Essa era toda a informação que tinham conseguido reunir com o pouco tempo que tiveram.
O plano oferecido por Tyrone, envolvia entrar pelo duto de ventilação usando um mecanismo encolhedor, para coloca-los lá dentro. Mas ao olhar como o lugar era protegido, Ryan teve uma ideia melhor.

£££

Will odiará os dois planos, mas infelizmente ele não tinha um melhor. Por outro lado, amou se vestir de Guarda Negro.
Se você estiver pensando em uma armadura toda preta, é melhor parar​ por aí. Nem era uma armadura direito, era apenas um casaco preto enorme(maior que ele) com mangas de couro preto. E alguns botões, que faziam parte dá tecnologia avançada deles, embora ele não soubesse o que faziam. Quase pareceria de mulher se não fosse pela espada brilhante. Não, não era um sabre de luz, igual em Star Wars(sim, ele sabia o que era). Imagine uma espada normal ondulada(se é que isso é possível) verde com o cabo azul, parece simples, mas era muito legal segurar uma daquelas na mão. Só aquela roupa e a espada, já lhe davam a ideia do porque eles terem vantagem sobre seus amigos.
Ele foi cutucando Ryan com a espada nas costas para que ele seguisse em frente, que fazia questão de praguejar em outra língua toda vez que a espada encostava nele. Finalmente chegamos ao portão dá frente, representado por duas enormes gárgulas pretas.
_ Identificação e deveres.- pediu a estátua dá direita.
"Uma estátua que fala, o que mais será que esses caras tem?" pensou ele. Alguém desinformado não saberia o que fazer naquela situação,e para a sorte de Will, ele não era essa pessoa. Ergueu a manga de couro e puxou a pequena chave que ficava escondida em um bolso dentro dá manga, e entregou a estátua. Will não tentou aparentar o susto que tomou quando a estátua começou a analisar a chave e ele. Esperou que algum alarme soasse e eles fossem pegos, mas isso não aconteceu.
_ Druida, -(não ria, não foi escolha minha) - escoltando o prisioneiro para a sala de interrogatórios.-falei.
Ela analisou por mais alguns instantes antes de sair do caminho para deixar-lo passar.
_ A cela dele fica no penúltimo andar.
Claro que a estátua também andava, por que não?
Ele e Ryan passaram por ali, e pronto. Tinham entrado em uma das maiores​ fortalezas dos últimos tempos.































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