11:00. Hora de visitar Valéria.
Eles tinham um canto especial, escondido no meio da floresta, havia uma área totalmente coberta pelas copas das árvores holográficas, possibilitando-os ver as estrelas. Ele achava estranho estar em uma base acima das nuvens,e ainda assim ser possível ver as estrelas, mas as amava (estou falando das estrelas, minhas antigas companheiras).
Ao chegar lá, ele viu que ela já estava o esperando, encolhida como se estivesse chorando. Com Valéria era difícil saber se ela estava realmente chorando, ou se estava em alguma posição de defesa que ele não conhecia, podia ser os dois.
Ele se aproximou devagar e se sentou ao lado dela, e ficou surpreso ao realmente ouvir o barulho de soluços de cortar o coração. Para confortar-la, ele a abraçou. E ela ergueu a cabeça, sem nenhuma, lágrima nos olhos, ou aparência de quem tinha chorado, mas quando eu percebi já era tarde demais.
Dois segundos depois, eu senti uma agulha picar seu braço e adormeci.πππ
Adohe estava começando o segundo estágio de seu treinamento de caçadora: aprender a controlar seus poderes. Ela tinha passado pelo primeiro estágio,o de combate, com facilidade. Mas enquanto ela estava ali treinando, Sandra estava indo embora. Ela tinha sido chamada por Will, o novo capitão , para investigar um caso na base Temporal e até onde Adohe sabia, os dois eram velhos amigos.
_ Adohe, o que você está fazendo? - a voz de Diana, sua guia, a trouxe de volta a realidade.
Ela olhou para o lápis e a tela a sua frente e viu o que tinha feito. Tinha desenhado a cena em que matava seu pai com a adaga de pó gravitacional e o transformava em cinzas. Com sorte, sua guia pensaria que ela tinha desenhado qualquer pessoa ou uma situação hipotética, mas só adaga já revelava toda a verdade. E seus desenhos tinham o costume de se tornar reais. Ela correu daquela quadra adaptada antes que seu passado a alcançasse.***
Ela tinha descoberto que matara seu pai mesmo antes de chegar na base das caçadoras, mas a informação da adaga de pó gravitacional fora descoberta recentemente, quando ela invadiu a sala de registro das caçadoras. Tinha apenas procurado por Henry England e aparecerá um monte de coisas interligadas a ele, a primeira e mais chocante para ela foi: seu pai era um inventor brilhante. O Henry que Adohe conheceu não passava de uma simples réplica robótica feita apenas para criar ela e May, o verdadeiro Henry ainda estava vivo em algum lugar. Entretanto, ela não conseguirá descobrir qual o significado de "pó gravitacional". Diana, sua principal guia, a pegou em flagra antes que ela pudesse achar mais coisas. "Não faz mal querer destruir a casa de mentiras construída sobre sua cabeça, desde que você não acabe esmagada pelas verdades no final", ela dissera e me deixará ir.
Em ambas as situações, eu corri para o meu quarto e recontei minhas pedras, apenas para me acalmar. Na primeira vez, deu certo, mas agora ,assim que ergui minha cabeça, eu estava de volta a minha antiga casa.∆∆∆
Ryan se sentiu sendo carregado, se ele estivesse tão molenga, talvez até teria uma chance, mas ele não era nem capaz de pensar claramente. Em algum lugar da sua mente, ele achou ter ouvido seu pai dizendo a mesma frase que dissera pouco antes de matar sua mãe: "Isso ficará gravado na sua mente para sempre", mas ele podia estar apenas alucinando. Seu pai tinha se matado pouco depois, logo não havia chances de ele estar vivo, certo? Ele esperava que sim, pois essa era uma das poucas certezas que tinha. Ele tinha ouvido que depois que você se torna um Temporal, sua vida virá de cabeça para baixo. Talvez estivessem certos.
Sua consciência estava finalmente se recobrando quando ele foi solto no chão de madeira. Seus captores tentaram manter-lo de pé, assim que ele viu suas roupas soube de quem se tratava. De sobretudo preto cheio de botões e apetrechos, com toda certeza, eram os Viajantes Negros do Tempo.∆∆∆
Quando a visão de Ryan se ajustou a escuridão do local, ele pode ver o que estava acontecendo. Ele tinha sido posto em cima de uma plataforma de madeira e atrás dele havia um pelourinho, a partir dali ele pensou que sabia o que ia acontecer. Ia levar chicotadas sem motivo aparente preso naquele negócio, mas os guardas soltaram suas algemas (que ele nem sentirá devido ao paralizante) e se afastaram, como se de repente ele fosse capaz de se manter em pé sozinho e ele não era. Mesmo assim, fez questão de sentar ali na madeira apenas para não cair.
Ele olhou em volta, estava cercado por armas, de vários tipos, pelo menos 100, apontadas na direção dele, sem nenhum portador. "Legal, eles tem um Magneto" pensou, aparentemente todos os apetrechos legais ficavam com os Viajantes negros do Tempo, as roupas tecnológicas, a estátua que se mexia e devia ter muito mais que ele ainda não tinha visto. As chances de escapar, com toda certeza, estavam contra ele, jamais conseguiria realizar tal feito, pelo menos não sozinho.
Sem razão as armas cairão no chão de terra, e um homem surgiu na sua frente, andando em sua direção. De longe, Ryan não conseguiu reconhecer sua silhueta escondida pela sombra. Mas a cada passo do outro cara, ele enxergava cada vez mais coisas familiares consigo mesmo, até que ele chegou tão perto de Ryan que foi quase possível tocar-lo. Por dois segundos, pensou que era sua consciência não totalmente recuperada dos efeitos do paralizante pregando uma peça em sua mente e o fazendo não enxergar o espelho que o cara podia estar usando, e realmente , eles se moveram igual. Mas espelhos não sabiam dar um tabefe nas pessoas, ainda não existia tal tecnologia.
Aquilo o assustou, será que ele tinha um gêmeo desconhecido? Conhecendo seu pai na época que ele ainda era vivo, essa possibilidade existia. Mas nem seu próprio gêmeo podia imitar a voz de seu pai, como seu clone fez.
_ "Isso ficará gravado na sua mente para sempre"- disse com a voz exatamente igual a de seu pai e sorriu. - Está na hora de deixar algumas pessoas confusas, não acha, comandante?
Devo admitir que a imitação foi impressionante e assustadoramente igual. Mas ele não estava preparado para o que vinha a seguir.
Quando o chefe apareceu da Terra (sério, ele emergiu dali), os outros soldados começaram a aparecer com as armas, que antes estavam no chão, em suas mãos. Era necessário tudo aquilo apenas para um Ryan que não tinha poderes ou habilidades de combate? Parece que sim.
O chefe veio abrindo caminho entre seus soldados e parou em frente a Ryan. O garoto foi incapaz de reconhecer o senhor a sua frente, mas como poderia, se pensava que ele estava morto há 7 anos.
_ Acho que sim, filho. - disse seu pai em direção a seu clone.
"Aquele dia não tinha como ficar mais esquisito".
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Once In A Lifetime
Teen FictionAdohena era uma simples adolescente do ano 4000 ,que vivia com um segredo que poderia jogar-la atrás das grades, até que um dia ela teve um sonho muito maluco e sua vida só desceu ladeira abaixo depois disso. Em meio a suas aventuras, ela logo desco...