Paixão Oculta parte ll

O Que Ele Fará?

Um turbilhão de emoções cresce em meu peito. Meu coração ta acelerado como se tivesse passado por uma maratona. Não entendo, estava tudo tão bem. Consegui passar por alguns caras que dormiam como se estivessem hibernando e estou escondido atrás de uma cortina preta e vermelha.

Tento me acalmar. Talvez seja apenas esse pensamento preocupante de perder a Manu e os outros lobos da matilha. Sim, é só isso, tem que ser.

— O que? Como assim ele fugiu? Seu idiota, se Christian saber disso ele nos mata. Ouviu? nos mata... Seus incompetentes. —Grita um deles.

Sorrio por dentro e permaneço em silêncio. Quero ver até onde esse circo vai.

— Tem mas uma notícia Senhor.—Diz um cara careca e baixinho se aproximando deles e carregando um corpo coberto por cima dos ombros.

Semicerro os olhos para identificar quem ele carrega.

— Ótimo, era só o que me faltava. Fale de uma vez seu incompetente!

— O Léo, Senhor ele foi morto por ele.— Responde jogando o corpo do homem que estava na grande cela comigo.

Droga, eu não queria matá-lo. Não daquela forma, não sem deixá-lo lutar. Foi ele, meu lobo, ele fez isso e agora está me torturando por dentro de uma forma que não consigo identificar. Mas por que?

Minha cabeça dói.
Meu corpo está sobrecarregado de adrenalina.
Meu coração tá a mil.
Meus olhos rolam de um lado para o outro sem destino.
Meu corpo queima de raiva e o pior é que eu não consigo dominá-lo.

Enquanto refletia sobre meu "eu". Um deles sentiu meu cheiro e está andando em minha direção. Droga.

— Sua mãe nunca te ensinou que é feio ouvir as conversas dos outros? — Indaga sorrindo de lado e puxando a cortina que me escondia, a jogando no chão e segurando meu pescoço. Depois me carrega até os outros como se eu não pesasse nada.

— Pronto. Vamos matá-lo.—Rosna apertando meu pescoço e apenas gemo de dor.

— Não seja idiota, seu inútil. Christian deixou bem claro que ele queria esse aí vivo.— Dispara dando um tapa no braço do cara que tenta me matar— Vamos amarrá-lo com mas força e pronto e se possível quebrar as costelas dele... Só isso.

Em fração de segundos, sinto minhas unhas crescerem sem meu domínio e meus ossos quebrarem por conta própria. Meu corpo todo se torna febril. Fecho os olhos e tento respirar. Mas se torna impossível. Fico sem ar e me jogo no chão. Abro os olhos e tudo está preto.

— Saiam... Não sei o que está acontecendo, mas saiam... Por favor. — Aviso entre os dentes caninos que surgem casgando minha boca. Não me sinto humano, não como antes.

— Se- senhor...— Diz um deles alarmado.

— Não. Como podem ser estúpidos? Vejam ele só está fingindo... Tudo isso é só mais um jogo dele, pra tentar fugir daqui.— Grita chutando forte minha barriga.

Gemo caindo de cara no chão. O desejo de matar sobrevoa meus pensamentos e tenho pena até de um "coelho fofinho" se ele tentar atravessar meu caminho.

— Se-senhor veja...

Enquanto eles debatem intrigados com a cena, fecho os olhos tentando parar. Lutar contra isso. Mas logo desisto. Não sou eu que estou no controle. Não dessa vez.

— Não. Não vou ver e vocês tratem de carregá-lo até a cela. Agora!— Sugere de costas pra mim.

Ligeiramente enfio as unhas em suas costas. Ele grunhe e arregala os olhos. Viro seu corpo pra mim antes que ele morra.

— Já vai tarde. — Falo dando uma dentada em sua cabeça e a comendo em seguida.

Fico surpreso. Nunca falei, não dessa forma correta. Várias vezes tentei falar enquanto era lobo. Mas dessa vez ele está assumindo. Jogo o corpo sem cabeça pra fora da casa e giro os olhos a procura dos outros que tentam fugir se transformando. Me apresso e quebro seus pescoços. Corro o mais rápido que posso e dou um salto pela enorme parede que me impedia de fugir.

Manuela. Minha mente incendeia decidida a encontrá-la só não sei se meu lobo quer salvá-la ou matá-la. Tá sendo complicado decifrar seus pensamentos. É como se ele criasse vida dentro de mim e quisesse provar seu valor. Odeio dizer isso. Mas estou com medo.