— Rafael... — murmuro, me afastando bruscamente de seu rosto, tentando recuperar o fôlego.
— Aconteceu alguma coisa? — ele pergunta, apreensivo.
— Não, não aconteceu nada, mas é que meus pais estão em casa hoje. — comento, me levantando da cama e com as bochechas ardendo.
— Eles não iriam jantar? — ele pergunta, passando a mão pelos cabelos.
— Eles vão, mas...
— Miranda! Filha! Estamos indo! Qualquer coisa deixamos os celulares de emergência colados no papel na geladeira. Se divirtam! Peçam pizza! — minha mãe grita, logo depois sendo acompanhada pelo destravar da porta e o trancar daquela. O silêncio pairou lá embaixo.
— Eles foram... — Rafael murmura, levantando e se aproximando um pouco.
— Não, não... — desvio dele e vou para outro canto do quarto, sem conseguir sustentar o olhar em sua direção.
— Eu não vou fazer nada se você não quiser, Miranda... — ele explica, se virando devagar.
— Não. Eu quero, eu quero mesmo, mas é que... — seguro meus próprios dedos — Eu tenho vergonha, tenho vergonha do meu corpo, você é tão lindo e...
— Miranda... — ele interrompe, indo até o computador e pausando a série — Eu não me importo com isso...
— Mas eu... Mas eu me importo. — digo, nervosa — Eu tenho vergonha, eu não gosto de mim. — tento sorrir para amenizar.
— Quer tentar de novo? — ele pergunta — Pra você tentar relaxar, sei lá...
Respiro fundo e fico alguns segundos em silêncio. Olhando para o chão, concordo com a cabeça.
Aos poucos, vejo Rafael se aproximar de mim. Quando sua presença está totalmente diante do meu corpo, sinto suas mãos geladas tocarem minhas bochechas e me obrigarem a olhar para seu rosto. Os olhos azuis dele me confortavam, a ponto de me deixar sorrir com os lábios colados. Uma lágrima singela cai e percorre minha pele, sendo limpa por ele em seguida.
— Não quero que se sinta obrigada. — ele diz, quase sussurrando.
— Eu não vou me sentir assim. — respondo, sem conseguir sustentar o olhar.
E os lábios dele tocaram, com cuidado, nos meus. As mãos que seguravam meu rosto deslizaram para o meu quadril, o que me causou desconforto. A quantidade de pneuzinhos localizados ali era grande até, e não poupei um suspiro profundo. Ele acarinhava ali e alisava com cuidado, tocando onde eu tinha mais inseguranças, de uma forma como se ele quisesse sumir com essas.
Minhas mãos pegaram no tecido da sua blusa xadrez e, com cuidado, abaixei aquela pelos seus ombros. Ele me ajuda a livrar a peça e volta a segurar meu rosto.
O beijo se intensifica a ponto de me fazer ouvir os estalos. O meu coração acelera e aperta, me fazendo afastar de novo, dando a volta por ele.
— Eu estou nervosa. Nunca fiz isso antes. Você vai rir. — insisto — Eu não tiro a roupa nem na frente da minha mãe.
— Por quê você faria isso? — ele se vira, confuso.
— É só pra intensificar! — respondo, ainda mais nervosa.
— Mi, se você não quiser e não estiver pronta, eu não vou insistir. — Rafael compreende — Não estamos com pressa. Quero que se sinta bem. E também quero que confie em mim a ponto de saber que o que você considera defeito pra mim é ótimo.
— Você diz isso porque é meu namorado. — me sento na cama, com os ombros pesados.
— Não, não vem com essa de novo, Miranda. — ele se senta ao meu lado e afasta meus cabelos para trás da minha orelha — Você é incrível, a menina mais legal que eu já conheci e não pense que eu to dizendo isso porque temos um relacionamento. Você realmente é demais...
E eu não respondo. Não sabia se era certo também. Clarice já havia perdido antes de mim e me deu alguns conselhos antes de sair com o namorado. Tentei me lembrar das coisas que pesquisei também, mas minha cabeça estava tão confusa que me deu branco. Mas eu queria, queria que fosse com ele e ali.
— Podemos tentar de novo? — pergunto, olhando para ele.
E ele sorri, mesmo que estivesse apreensivo, concordando.
Dessa vez, quem começa o beijar sou eu. E, aos poucos, vamos nos deitando na cama, voltando ao que fazíamos antes de nos levantarmos.
Rafael me segurava com segurança e não ultrapassava limite algum sem antes me perguntar com os olhos. Os botões foram afrouxados, os tecidos levantados e peças foram caindo aos poucos, sem pressa alguma.
— Me deixa ficar de camisa, por favor... — murmuro, arfando ao ver que era uma das últimas peças que me faltavam.
— Você se sente confortável com ela?
— Uhum...
Rafael afirma com a cabeça, sorrindo de cima, alisando meus cabelos com cuidado e logo volta a me beijar.
E ali, acabamos nos perdendo. Eu me sentia completamente entregue e ele estava sendo atencioso, indo devagar e respeitando todos os nossos limites, protegido. Os lençóis nos envolviam e minha timidez transbordava, mas sempre me perguntava se estava tudo bem. Senti os famosos desconfortos, e dizer que tudo se transformou em prazer seria o clichê que todos conhecem.
Quando terminamos, foi um sentimento maravilhoso. Ele me abraçava e acariciava as minhas costas com a ponta dos dedos.
— Não vai me perguntar se foi como eu sonhei? — pergunto, me enrolando ainda mais na coberta.
— É que pensei que você quisesse algo diferente, e isso é previsível. — ele ri baixo — Mas foi como você sonhou?
— Falar que foi mais do que isso também é clichê. — rio — Só que não sei como dizer diferente. Eu li bastante a respeito, eu sabia que não iria suar ou sentir cãibras e essas coisas...
— Então você basicamente fez a lição de casa sobre? — Rafael sorria, me abraçando ainda mais.
— Talvez, mas é sério... Obrigada. — desejo, me confortando em seu pescoço.
— Você não tem que agradecer por essas coisas, Miranda. — sua voz soava reconfortante, e ele continuava a me acariciar.
— Você não ficou com vergonha de mim?
— Por nem um minuto. Seu corpo é lindo.
— Você não tá mentindo só pra me agradar, né? — ergo a cabeça.
— Nunca vi cabeça mais dura que você, meu Deus. — ele bate o indicador contra a minha testa.
— Desculpa. — rio fraco.
E, quando finalmente cogitamos em pedir a pizza:
— Filha! Chegamos! — a voz da minha mãe ecoa.
Rafael olha pra mim no mesmo instante que olho pra ele. Rimos e por fim, nos cobrimos até a cabeça com as cobertas.
(...)
Oi gente! Eu prometi e trouxe! Mais fragmentos das coisas que aconteceram. Momentos soltos.
Eu resolvi não dar tanto detalhes do momento pra preservar a doçura da história, mas nada contra detalhes!
Espero que estejam gostando! Vou postando conforme eu for escrevendo!
Me digam o que acham! Eu amo ler tudo.Acompanhem minha nova obra com o Shawn Mendes: Coraline!
Amo vocês! Beijos e até o próximo!
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skype • rafael lange
Teen Fiction"Eu não tive coragem de aparecer em frente a tela, então pedi para ela se passar por mim na primeira chamada de Skype que teríamos" all rights reserved to mendeshau I...