19º A Ultima Doce Madrugada

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"O que é o amor?
Querida, não me machuque
Querida, não me machuque por favor
Não vou aguentar algo mais
Meu coração fragmentado
Acredita na bondade que talvez
Possa ter o teu
Não minta
Em relação a nada
Então ...
O que será certo
E o que será errado
Desde este momento?

➸❥ Jaymes Young - What Is Love
___________❥__________

Depois de ficarmos alguns minutos em silêncio, decidimos seguir caminho gargalhando da maneira em que estávamos ficando por conta do frio.

Avistamos a casa e apostamos mais uma corrida até a porta e quando abrimos aquela e pisamos no piso interno, vi Rafael deslizar e quase tombar, o que gerou risadas altas e claras.

Acendi a luz cuidadosamente e dei de cara com Clarice, sentada na mesa de estar, nos encarando enquanto colocava o celular sobe a mesa. Nossos sorrisos se despedaçaram, ficando sem jeito ao reparar no par de olhos claros que nos secava dos pés a cabeça.

- Pelo jeito se divertiram ... - ela murmura, batendo as unhas cobertas por vermelho contra a mesa - Por quê demoraram?

- Acho que ... A chuva? - Rafael responde, puxando parte do pano de seu moletom demonstrando.

- Interessante - ela desvia o olhar para mim - Posso saber porque saíram sem me avisar?

- Você está brincando, a gente ....

- Quero ouvir da boca dele - Clarice me interrompe, como se já tivesse imaginado que quem iria responder seria eu mesma.

- Eu não posso mais sair? Qual é Miranda, não fizemos nada demais - ele murmura, me olhando discretamente - Estávamos na casa do Felps ...

- Você deveria ficar descansando, vão ser horas e horas de pé amanhã - ela repreende

- Tenho 19 anos, sei muito bem o que posso e não posso fazer - ele murmura, cruzando os braços contra o peito.

- Não seja grosso comigo! - ela se levanta, batendo as mãos contra a mesa, nos assustando.

Tentamos não rir daquela cena patética, mas falhamos, nossos olhares se encontraram e foi inevitável.

- Calem a boca seus idiotas! - ela pisa forte do chão, choramingando. 

Não conseguíamos segurar a gargalhada, minha barriga começava a doer e meus ouvidos estavam sendo perfurados pela risada estridente de Rafael.

- Clarice! - ela repreende - Cale a boca! Você já sabe não é?

Meu sorriso se desmanchou ao ver que ela falava sério, selei os lábios e abaixei um pouco a cabeça.

- Sei - murmuro, sem graça.

- Ótimo - ela volta a sorrir, tomando o controle da situação de volta. Clarice olha para ele e sorri - Melhor você tomar banho ou vai ficar gripado depois, não quer isso né? ...

- Finalmente uma verdade - Lange passa as mãos freneticamente pelo cabelo úmido e vai em direção a sala, pegar roupas novas.

Por um minuto, parecia que Rafael havia se esquecido do que havíamos acabado de fazer, só que por outro lado, ele apenas parecia queria esconder tudo para a proteção, não só dele mas minha também.

Clarice passa por mim, me secando novamente.

- Espero que nada tenha acontecido realmente - ela comenta, num tom mínimo de voz, tendo a certeza de que apenas nós duas iríamos ouvir.

Assim que vi ela ir atrás dele, selei os lábios e sorri discretamente, se ela soubesse o quanto o beijo dele é bom, ela viraria um chiclete colado em seu All Star vermelho.

skype • rafael lange  Onde histórias criam vida. Descubra agora