DINAH POV
Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia te destruir?
É exatamente assim que me sinto após quase beijar Normani dentro do meu carro, na porta de sua casa. Desde então, a minha vontade de tocá-la se tornou ainda maior, a ponto de minha mente reproduzir situações que eu poderia ter feito ao invés de recuar, algumas até mesmo um pouco constrangedoras. Já fazem alguns minutos do ocorrido e ainda estou trêmula e com as mãos suadas, me dividindo entre o arrependimento de não ter feito diferente e ao mesmo tempo o alívio de não tê-lo feito, pois poderia assustá-la e ela poderia contar para o meu esposo, e daí minha vida estaria arruinada. Embora eu sinta que ela gostou disso, as aparências enganam, ela pode ter sorrido feito boba apenas por educação ou surpresa e eu é que estou imaginando coisas. Ainda não acredito que mesmo depois do quase incidente, ela não se recusou a sair comigo no sábado. Chego em casa e me lembro de que tenho que conversar com Valentin a respeito de seus comportamentos no jantar e nos últimos dias também. Assim que entro, largo minha bolsa no canto do sofá e subo para o meu quarto, onde vejo meu marido sentado na cama assim que abro a porta.
- Precisamos conversar. – Eu digo, em um tom frio.
- Eu é que digo isso! Que diabos está acontecendo com você, Dinah? – Ele responde em um tom mais alterado.
- Não faço ideia do que está falando, poderia dizer o que eu fiz de tão errado assim?
- Pensa que eu não vi você olhando de forma diferente para a Normani? – Gelei. Valentin é muito observador, sabia que ele comentaria. – E não é a primeira vez que noto isso, percebi nos ensaios também.
- Você ficou maluco? Normani e eu somos apenas amigas, estávamos só conversando! – Também alterei minha voz, irritada. – Estava demorando pra você vir com outra de suas paranoias.
- Dinah, eu não sei se você sabe, mas eu não sou burro. Te conheço muito bem e sei que aqueles olhares que você dava para ela não são nem um pouco o tipo de olhar que se dá para uma amiga.
- Quem está agindo estranho nos últimos dias não sou eu. E mesmo que eu a estivesse olhando da forma que você diz, isso não é da sua conta.
- Claro que é. Você já gostou da fruta em um passado não muito distante e ainda quer que eu não desconfie de você, Dinah Jane?
- Falou certo, no passado. E se você não confia em mim, não podemos mais continuar juntos. – Assim que terminei a frase, ele se calou com uma expressão amedrontada. Ele morre de medo da palavra separação ou qualquer coisa que faça alusão a isso, é sempre assim em todas as brigas.
- Olha, eu não estou com cabeça para conversar sobre isso agora, é melhor eu dormir que amanhã eu tenho um dia cheio.
- É melhor você ir dormir mesmo, assim não fala besteira. – Sorrio sarcasticamente, provocando a ira em Valentin, que apenas pegou seu travesseiro e seu lençol e saiu bufando do quarto.
- Obrigada por deixar mais espaço na cama! – Gritei em tom sarcástico do topo das escadas, que ele respondeu me mostrando o dedo do meio. Gargalhei seguindo meu caminho para o quarto, onde uma cama só para mim me espera. Tiro o vestido casual que eu estava usando e visto meu blusão cinza preferido, é bem confortável. Lembrei que amanhã pela manhã tenho uma reunião na empresa do meu pai e não posso faltar de jeito nenhum, mas graças a Deus o ensaio de Normani e Valentin será à tarde, então dá tempo de eu ir. Talvez eu a convide para um café amanhã depois do ensaio, sei que Valentin vai implicar, mas desde quando eu ligo para os chiliques dele, não é mesmo? Acontece com tanta frequência que eu já me acostumei e nem me estresso mais. Deito em minha cama e me esparramo como há anos não faço, e não demora muito para eu cair em um sono profundo.
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Two Sides - Norminah
FanfictionAli, em cima do palco, a mulher tinha todos os olhos em si, seu charme natural e a sensualidade que emanava por seus poros, conquistara a todos. E em algum lugar por entre as cortinas, curiosos olhos acompanhavam cada movimento, ansiosos por mais, a...