Breaking Down.

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Aviso: Gostaria que agora, nesse começo de capítulo, escutassem a música see you later (ten years), de Jenna Raine. Vou deixar aqui nas mídias pra vocês.

Boa leitura!

NARRADOR POV

É ruim quebrar o coração de alguém a quem se ama. Pior ainda é não ter escolha a não ser fazê-lo. Quando se quebra o coração de quem se ama por não ter outra saída, seu coração se quebra também.

Normani se sentia exatamente dessa forma, com o coração quebrantado e uma dor dilacerante, como se mil facas afiadas a estivessem atravessando de todos os lados. A sensação de impotência a rasgava por dentro, pois por ora não havia nada que pudesse fazer para resolver aquela situação e ter sua namorada de volta sem riscos. Não tinha como trazer Dinah de volta à sua vida antes de ter todo aquele assunto consumado e ela sabia disso, mesmo que seu emocional quisesse com todas as forças jogar tudo para o alto e se lançar nos braços da loira, deixando que o povo falasse o que quisesse falar. Mas a vida não era bem assim e disso ela também estava ciente.

Tudo o que Normani queria era um tempo para raciocinar sozinha e encontrar uma solução cabível que pudesse impedir seu parceiro de dança de acabar com suas vidas, mas como fazer isso se sua mente não era capaz de produzir outro pensamento que não fosse Dinah? A negra não podia dar uma brecha sequer aos seus pensamentos sem que eles viajassem direto para a loira, se perguntando onde estava, como estaria lidando com aquilo tudo e se estaria pelo menos razoável, pois pelo que bem a conhecia, sabia que bem ela estava longe de ficar, assim como si própria. Seus dias subsequentes àquela segunda-feira se basearam a lágrimas, compromissos de trabalho resolvidos no modo piloto automático, lágrimas, ensaios com o clima extremamente pesado e mais lágrimas quando a noite caía, a pior parte do dia. Era a hora que podia se encontrar com Dinah e cair em seus braços aconchegantes após um dia cheio, se permitindo descansar no que havia se tornado seu porto seguro. A terça-feira por motivos óbvios fora o pior dia, não só por ser o dia seguinte ao ocorrido, mas também por ser a folga de Normani, que costumava ser esperado tanto por ela quanto pela loira. Era o único dia da semana em que podiam ficar juntas por mais tempo e fazer alguma programação qualquer de casal como sair para lugares discretos ou apenas passar a noite na casa de uma das duas para verem filmes e se entupirem de comidas não saudáveis ou fazer algo mais do que isso. E agora ela estava sozinha naquela mansão, sem a risada contagiante de Dinah preenchendo o ambiente e sem seus beijos doces para fazer seu corpo inteiro ficar em paz depois de um dia cheio.

O sentimento de culpa a atingia como um furacão. A todo o tempo lutava contra seus demônios internos para não sair de casa e ir procurar a loira para voltar atrás em sua decisão, mas logo a imagem de ela tendo que passar pelo mesmo que passava todos os dias se exibia em sua mente, impedindo-a de fazer aquilo. Nem sequer sabia mais em que pé estava em sua relação com Dinah, pois a resposta que a loira havia dado antes de sair de seu carro a deixara com uma incógnita. Namoradas ainda? Ex-namoradas? Não era capaz de definir. Normani proibiu visitas e suspendeu a maioria de seus compromissos de trabalho naquela semana, deixando apenas os inadiáveis com a desculpa de que iria focar totalmente no Dancing With The Stars, mas na verdade seus pensamentos só se focavam na loira que havia mudado sua vida e que muito provavelmente tinha perdido de vez.

Como nem tudo são coisas ruins, tudo o que ocorreu dera a inspiração que faltava para Normani voltar a compor mais músicas e finalizar uma que começara a compor ainda na segunda-feira de manhã, logo após perder o sono pela preocupação com Dinah. Como o esperado, todas falavam sobre ela ou tinham pelo menos um pedacinho dela, e Normani estava ansiosa para mostrá-la aquela que havia começado a compor quando estivesse finalizada, pois a havia feito baseada no ocorrido com Milika e a letra serviria como um consolo para a loira, já que falava sobre estar ali para pegá-la se caso ela caísse, acalentando-a através da voz. Agora, já não mais podia fazê-lo. Como se não pudesse ficar pior, as palavras que Dinah dissera na noite anterior ecoavam a todo o tempo pelo seu subconsciente, fazendo com que o sentimento de culpa se tornasse ainda maior e mais doloroso.

Two Sides - NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora