Aloys olhava tudo impressionado. Parecia tudo novidade. Quer dizer, era novidade para ele.
— O que é isso? — Apontou para um carro que estava parado no farol.
— Um carro. Ele transporta pessoas, sabe.
— Como uma carroça?
— É, mas sem cavalos.
— E como ele se move?
— Ele tem um motor que faz o carro andar sozinho.
— O que é um motor?
— Não faz pergunta difícil. Eu não sei explicar tudo.
— Ah, desculpe. — Sorriu, olhando para os lados. — O que você quer fazer aqui?
— Quero comprar algumas roupas, mas primeiro vamos em outro lugar. Preciso entregar essa sacola de roupas. — Parou para olhar uma vitrine. Segundos depois sentiu Aloys pegando seu braço.
— Olha, olha! Margareth!
— Quem?
— Margareth! Olha! — A puxou e apontou.
Rebeca olhou para onde ele apontava, e quando percebeu, Aloys estava atravessando a rua para chegar até a garota.
Ela era um pouco baixinha e magra. Seu cabelo era de um castanho claro, curtinho, pouco abaixo das orelhas, e usava um par de óculos ovais.
Ai, droga. É uma menina da minha escola.
Correu atrás dele.
Aloys se aproximou da garota e segurou seus ombros. — Margareth, você está aqui também!
A garota o olhou assustada. — Desculpe?
— Sou eu, Aloys! — falou animado. — ... não me diga que também não se lembra de mim.
Rebeca apareceu e puxou Aloys de perto de garota. — Desculpe, ele não tomou os remédios hoje.
— Rebeca, não é? — perguntou, apontando o dedo para ela.
— Sim... você me conhece?
— Só de vista. Todos descobriram seu nome quando chegou.
— Ah sim...
— Como chegou aqui, Margareth? — Aloys questionou interessado. — Amice também fez um feitiço para você?
Rebeca olhou para Aloys carrancuda. — Não liga para o que ele está dizendo — disse para a garota. — Qual seu nome mesmo?
— Maria... Por que ele está me chamando de Margareth?
— Porque seu nome é Marga...
Ela tapou a boca dele com a mão. — Ele não bate bem da cabeça. Acha que conhece todo mundo. Vamos, Aloys. — O puxou. — Até mais, Maria.
— Até. — Deu risada e acenou para os dois.
— Essa história está indo longe demais, Aloys, pare com isso.
— Parar com o quê? Era Margareth! E ela também não me reconheceu.
— Quem é Margareth?
— É sua melhor amiga! — exclamou, um pouco desesperado.
— ... — Rebeca o olhou e suspirou. — Vamos logo.
Minha melhor amiga? Nós nunca nos falamos antes.
Eles andaram um pouco mais e chegaram na pequena loja de roupas, um brechó. Haviam tanto roupas "velhas" quanto novas. Assim que entraram, o sino da porta tocou. Rebeca já foi dando umas olhadas nas roupas das araras.

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Através do Tempo
FantasyUm garoto, aparentemente bem louco, surgiu no quintal de Rebeca falando como se a conhecesse e perguntando sobre um livro. Ela o acha totalmente pirado, mas conforme Aloys conta vários detalhes da convivência entre eles, começa a acreditar e, quan...