3.2

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Aloys olhava tudo impressionado. Parecia tudo novidade. Quer dizer, era novidade para ele.

— O que é isso? — Apontou para um carro que estava parado no farol.

— Um carro. Ele transporta pessoas, sabe.

— Como uma carroça?

— É, mas sem cavalos.

— E como ele se move?

— Ele tem um motor que faz o carro andar sozinho.

— O que é um motor?

— Não faz pergunta difícil. Eu não sei explicar tudo.

— Ah, desculpe. — Sorriu, olhando para os lados. — O que você quer fazer aqui?

— Quero comprar algumas roupas, mas primeiro vamos em outro lugar. Preciso entregar essa sacola de roupas. — Parou para olhar uma vitrine. Segundos depois sentiu Aloys pegando seu braço.

— Olha, olha! Margareth!

— Quem?

— Margareth! Olha! — A puxou e apontou.

Rebeca olhou para onde ele apontava, e quando percebeu, Aloys estava atravessando a rua para chegar até a garota.

Ela era um pouco baixinha e magra. Seu cabelo era de um castanho claro, curtinho, pouco abaixo das orelhas, e usava um par de óculos ovais.

Ai, droga. É uma menina da minha escola.

Correu atrás dele.

Aloys se aproximou da garota e segurou seus ombros. — Margareth, você está aqui também!

A garota o olhou assustada. — Desculpe?

— Sou eu, Aloys! — falou animado. — ... não me diga que também não se lembra de mim.

Rebeca apareceu e puxou Aloys de perto de garota. — Desculpe, ele não tomou os remédios hoje.

— Rebeca, não é? — perguntou, apontando o dedo para ela.

— Sim... você me conhece?

— Só de vista. Todos descobriram seu nome quando chegou.

— Ah sim...

— Como chegou aqui, Margareth? — Aloys questionou interessado. — Amice também fez um feitiço para você?

Rebeca olhou para Aloys carrancuda. — Não liga para o que ele está dizendo — disse para a garota. — Qual seu nome mesmo?

— Maria... Por que ele está me chamando de Margareth?

— Porque seu nome é Marga...

Ela tapou a boca dele com a mão. — Ele não bate bem da cabeça. Acha que conhece todo mundo. Vamos, Aloys. — O puxou. — Até mais, Maria.

— Até. — Deu risada e acenou para os dois.

— Essa história está indo longe demais, Aloys, pare com isso.

— Parar com o quê? Era Margareth! E ela também não me reconheceu.

— Quem é Margareth?

— É sua melhor amiga! — exclamou, um pouco desesperado.

— ... — Rebeca o olhou e suspirou. — Vamos logo.

Minha melhor amiga? Nós nunca nos falamos antes.

Eles andaram um pouco mais e chegaram na pequena loja de roupas, um brechó. Haviam tanto roupas "velhas" quanto novas. Assim que entraram, o sino da porta tocou. Rebeca já foi dando umas olhadas nas roupas das araras.

Através do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora