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Preparados para o capítulo reconfortante? Até eu me senti um pouco melhor enquanto escrevia.

Resolvi postar dois de uma vez porque a vida é louca.

Boa leitura!

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Rebeca se virou para sair dali antes que chorasse, mas antes que pisasse novamente no chão, tudo ficou escuro. Um sentimento de nervoso a tomou e ela virou, procurando pela máscara.

As estrelas ascenderam aos poucos.

— Olá. — Uma voz conhecida disse.

Novamente, Rebeca se virou seguindo a voz, dando de cara com o Guardião.

Vê-lo ali era tão reconfortante... Assim Rebeca sabia que tudo era real.

— Eu achei... eu achei... — Começou, mas não conseguiu terminar a frase, já que começou a chorar copiosamente.

— Tudo bem, tudo bem. Me perdoe, estava ocupado e não a ouvi. — Ele disse, querendo confortá-la. — Por que não se senta?

Ao olhá-lo de novo, Rebeca viu que ele fazia sinal para algo atrás dela, e se virando, notou um sofá cinza de três lugares. Ficou confusa, mas aceitou o convite. Quase afundou na almofada, de tão fofo que era o sofá.

Ali, ela sentia-se em casa. Era quase como se Aloys estivesse ali com ela.

— Posso morar aqui com você? — Rebeca perguntou depois de fungar.

O Guardião riu. — Desculpe, mas não tem como. E além disso, nossa convivência não era das melhores.

— Como assim?

Ele sentou em uma poltrona vermelha, que Rebeca não tinha visto como fora parar ali.

— Nós já vivemos juntos. Há muito tempo.

— Quando?

— Não teria como dizer, sua perspectiva de tempo é diferente, mas sua alma é tão antiga quanto a minha. Vivemos juntos em algumas vidas e não nos demos tão bem.

— Por quê? Nós brigávamos?

— Sim, tínhamos brigas bobas. Mas que foram resolvidas tempos depois.

— E... o Aloys também vivia com a gente?

O Guardião pareceu analisá-la. — Não. Você o conheceu depois... Sinto muito pelo que aconteceu.

— Então você já sabe?

— Sim. Sempre sentimos quando alguém próximo se vai.

— Eu ainda não consigo acreditar nisso.

— Posso ver as fotos?

Rebeca ainda as segurava, e as ofereceu para ele. Elas saíram de sua mão e flutuaram até ele, que as pegou com suas mãos brancas.

— Fique à vontade, pode se deitar, se quiser — comentou olhando foto por foto.

Ela deitou de lado e seus pés ficaram próximos da poltrona dele. A máscara não demonstrava muitos sentimentos.

— Ficaram boas, não é? — Rebeca perguntou, incomodada com o silêncio.

— Sim, ficaram boas. Se importa se eu ficar com uma?

— Por que você quer uma?

— Eu gosto de fotos. Elas demonstram mais sentimentos do que as atitudes humanas.

Através do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora