III - Ida ao Centro

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Rebeca acordou um pouco mais cedo do que estava acostumada. Tivera um pesadelo horrível, graças as histórias doidas que Aloys contou. Em seu sonho, ela corria muito, mas corria sem se mexer. Era uma corrida que não saia do lugar, e as pessoas ruins se aproximavam cada vez mais. Ela até ouvia os gritos de fúria e latidos e isso só a fazia ficar mais desesperada e mais cansada de tentar correr em vão.

O rosto de Aloys surgiu algumas vezes, mas logo ela estava sozinha de novo.

Até que conseguiu chegar no lago, que estava muito escuro e parecia muito gelado. O fato dela não saber nadar já era intimidante, mas a escuridão da água era ainda mais. Mas tentou mesmo assim. Entrou no lago, mas mal saiu do lugar quando sentiu alguém puxando seu pé, e acabou por sendo puxada para fora da água. A última coisa que se lembrou foi do vento a fazendo tremer de frio e do fogo.

Assim que abriu os olhos, o rosto de Aloys passou por sua mente. Ao mesmo tempo em que Rebeca ficou raiva, ficou apreensiva. Ele estava bem?

Levantou e se trocou rapidamente. Aproveitou que seus pais ainda estavam dormindo e foi até a cozinha, pegou uma tigela grande e começou a pegar algumas frutas, pães, uma caixinha de leite, geleia, seu leite de soja, duas xícaras e uma faca.

Destrancou a porta da cozinha e foi para o quintal frio, ainda um pouco escuro. O sol ainda não havia aparecido, mas o céu já estava mais claro. Andou rápido para o celeiro sem olhar diretamente para a floresta. Quando entrou, esperou alguns segundos para seus olhos se acostumarem com a pouca luminosidade lá de dentro, e então viu Aloys deitado na beirada do mezanino.

Seu coração deu um pequeno pulo. — Aloys? — Andou até perto de lá. — Aloys?!

Ele não se mexia. Rebeca olhou ao redor, procurando algo para jogar nele, mas não havia nada além de blocos pesados de feno.

Mas que droga.

Rebeca andou até a escada e olhou para cima. Engoliu seco.

Não é tão alto. Não é tão alto.

Balançou a escada para se certificar que estava bem presa. E estava. Segurou a tigela com uma mão contra o peito, enquanto segurava os degraus com a outra. Estava subindo, mas se cagando de medo. Quando chegou no mezanino, se jogou desengonçadamente no chão enquanto terminava de subir. Deixou a tigela ali mesmo e foi até Aloys.

— Aloys? — Se agachou ao seu lado. — Aloys?! — O balançou.

— Ai — resmungou, a notando. — O que... — Sentou-se. — O que foi? Por que essa cara? — Olhou ao redor, e para baixo, e voltou a olhar para a menina. — Você subiu...?

— Não! Eu estou lá em baixo ainda, eu fiz uma magia! — Levantou e andou até a tigela.

Ele estava dormindo! Por que eu me desesperei dessa forma?

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