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Boa leitura! :3

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Rebeca teve vários sonhos diferentes, e na maioria Aloys estava presente. Mas ela não conseguiu lembrar de nenhum quando acordou, virada para a parede. Nem fez questão de abrir os olhos, ficou tentando lembrar de algo.

Suspirou, frustrada e virou. Quase pulou para trás quando viu alguém sentado em sua poltrona. Mas era Aloys... dormindo.

Ela sentou, esfregando os olhos e olhou para o garoto. Ele respirava profundamente, parecendo ter sonhos calmos. Rebeca admitiu: Ele era bonito, mas precisava cortar o cabelo. Os fios escuros estavam na altura dos olhos.

De repente, percebeu uma coisa. Só faziam três dias que Aloys tinha aparecido. Três dias. Desde quando ela ficava tão próxima de alguém em tão pouco tempo? Onde ela estava com a cabeça? Um estranho aparece e cuida dele, dá comida, banhos, faz uma cama e compra roupas para ele. De onde saiu toda essa compaixão?

Mas... era realmente como se eles já se conhecessem. Como se convivessem juntos a muitos anos. Ela já sentia um carinho imenso por ele, mesmo em tão pouco tempo. Na verdade, sentiu esse carinho desde o começo. Era estranho admitir isso, pois era loucura.

Quem ela queria enganar? Já estava completamente dentro daquela história toda. Já estava imaginando tudo com ela como "protagonista", mesmo não sabendo exatamente como tudo aconteceu. Conseguia se imaginar com Aloys em todas as situações que ele contara a ela.

Ela estava ficando louca igual Aloys? Talvez. Era bem provável. Mas era impossível continuar fingindo que aquela coisa toda era invenção dele.

— Você acordou.

Rebeca despertou de seus pensamentos e focou o olhar, já que ela já estava olhando para Aloys. — Sim.

— O que foi? — indagou preocupado. — Você está bem? — Levantou e ajoelhou-se na frente dela.

— Estou... por quê? — Estranhou. Seu coração estava um pouco acelerado com todas aquelas "descobertas".

— Está com uma cara estranha. Tem certeza? — Colocou a costa da mão na testa dela.

Rebeca continuou o olhando. Não. Era impossível ele ter inventado tudo aquilo. Como alguém poderia te olhar daquela maneira enquanto mentia? Tão preocupado. Aquele olhar cheio de ternura...

— Sim, estou bem. — Sorriu, sentindo seus olhos lacrimejarem.

— O que foi? Está sentindo dor? — Segurou seus braços.

— Não. — Riu, atrapalhada com o que estava sentindo.

— Você é maluca, não é? — Ele riu. — Sempre desconfiei.

Rebeca riu mais. — Acho que sim.

Aloys levantou a mão e passou o dedão sobre uma lágrima que estava escorrendo pela bochecha dela. — Não se preocupe, vamos conseguir arrumar tudo.

— Eu sei. — Rebeca estendeu os braços e abraçou o pescoço dele.

Ao mesmo tempo, Aloys abraçou a cintura dela. — Seu coração está batendo rápido.

Rebeca percebeu que queria fazer aquilo desde o primeiro dia que o vira.

— Se ele batesse devagar, eu estaria morrendo.

Aloys sorriu. — Ainda bem que já sou imune as suas grosserias.

Ela riu e o soltou. — Ainda bem. Já comeu?

— Só uma maçã. Queria te esperar.

— Então vamos. — Levantou. Viu sua câmera na escrivaninha e a pegou, a ligando. — Fica parado. — E tirou uma foto dele.

Através do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora