CAPÍTULO TREZE — PEDIDO
— Mas e aí?! — Júlia falou após trocarmos cumprimentos quando a encontrei no shopping. — Você sumiu! Quero novidades! — exclamava eufórica enquanto caminhávamos em direção à escada rolante.
Naquele domingo, um sorriso estonteante iluminava toda a minha face. Meus olhos estavam cintilantes. Um misto de euforia e alegria percorria cada centímetro de meu corpo. A felicidade fazia morada em minha alma. Acho que nunca me senti tão feliz como eu me sentia com Helena.
Júlia cutucou minha cintura em um gesto de descontração, provocando uma sessão de gargalhadas.
— Eu nunca me senti tão feliz e plena, Júlia... — confessei sorridente, sentindo as bochechas formigarem.
— Esse sorriso no rosto não nega! — insistiu me dando um leve empurrão enquanto caminhávamos para dentro de uma dessas lojas de departamento. — O que você e a "diva" da Helena aprontaram dessa vez?
Inspirei profundamente e pressionei os lábios me recordando de como as coisas estavam acontecendo em perfeita sintonia entre nós. Dedilhei algumas roupas que estavam penduradas na arara e enquanto escolhia algumas para experimentar, contei a minha amiga tudo o que havia acontecido. Desde aquele domingo em que Catarina aproximou-se de mim no bar, esclarecendo boa parte das coisas, as pazes com a Helena, a discussão com a Rafaela e a nomeação da professora como diretora executiva da empresa no exterior.
— Caramba! — a garota exclamou arqueando as sobrancelhas, totalmente surpresa com tudo o que eu havia lhe contado. — Tipo... Ficamos um tempo sem nos falar e de repente, você já está mudando de país... — brincou aos risos. — Parabéns à professora Helena! — ela bateu pequenas palmas atraindo a atenção de algumas pessoas que circulavam pela loja e eu gargalhei. — Merece o prêmio da paz por provocar mudanças tão positivas em sua vida!
Eu a empurrei com os ombros e ela gargalhou.
— Você é ridícula! — exclamei enquanto saíamos da loja.
— Carol, talvez você não perceba ou esteja com vergonha de admitir... — falou atraindo minha atenção. Seu tom de voz era sério. — Mas acredite, desde que Helena apareceu, você mudou muito!
Senti meu rosto se enrubescer e entramos em uma loja de artigos esportivos.
— Eu estou um pouco desconfiada da Rafaela. — falei franzindo os lábios exibindo um semblante atordoado. — A maneira como ela falou comigo, me causa calafrios até hoje. — confessei me sacudindo. — Acha que ela pode fazer alguma coisa?
— Olhe... Eu não conheço direito a Rafaela, então não posso afirmar se ela poderá fazer alguma coisa ou não. — respondeu após pedir que uma vendedora lhe trouxesse um tênis para experimentar. — Mas acredito que ela tenha falado essas coisas no calor do momento, entende?! — concordei com a cabeça enquanto seguíamos a vendedora pela loja. — Ela te procurou depois disso?
— Não. — respondi. — É isso que me deixa com um pé atrás.
A garota pareceu-me pensativa por alguns segundos enquanto sentávamos em uma poltrona confortável.
— Por que você não contou isso para Helena?
— Não acho que seja necessário. — respondi suspirando. — Não quero preocupá-la com bobagens.
Júlia deu de ombros e em seguida a vendedora retornou com três caixas de pares de tênis.
Naquela tarde, ficamos passeando pelo shopping por um bom tempo e quando fomos embora, já beiravam nove da noite.
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Amizade Perigosa (COMPLETO)
RomanceCarolina Guerra é uma jovem que apesar da relação conturbada com sua mãe, dona de um temperamento implacável, optou por continuar residindo com ela, após o divórcio de seus pais. Na intenção de que a jovem assumisse mais adiante os compromissos da e...