Capítulo Quatorze - Intrigas

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CAPÍTULO QUATORZE — INTRIGAS

Ainda sob o seu olhar de reprovação, inspirei profundamente enquanto pensava em algo para responder.

— O... Sobre o que você está falando? — a questionei tentando me fazer de desentendida.

Ela semicerrou os olhos e me encarou ainda mais furiosa, se aproximando.

— Vai ter coragem de negar, Carolina? — rebateu em um murmuro firme.

Juntei o pouco de forças que eu ainda tinha, colocando-me de pé. Meus olhos estavam marejados.

— Mãe... — sussurrei engolindo seco. — A professora Helena e eu... Somos apenas amigas. Sinceramente, não sei do que você...

— Não me faça de idiota, Carolina! — ela interrompeu-me com um berro, segurando-me pelos braços e encurralando-me contra a parede.

Eu conseguia ouvir sua respiração acelerada e uma pequena dose de ódio desenhada nas entrelinhas de seu olhar, causando-me angústia.

Naquele momento, senti uma fina lágrima escorrer da lateral de um dos olhos e desviei o olhar para o celular que começava a vibrar sobre a cama, tentando me desvencilhar da força contrária que minha mãe fazia sobre mim.

Ao perceber que o celular vibrava insistentemente, ela me pressionou ainda mais contra a parede, fazendo com que uma leve dor percorresse minhas costas e eu fizesse uma careta e em seguida, afastou, caminhando rápido até o telefone.

Tentei ser mais ágil que ela, porém era tarde demais. Meu celular estava em suas mãos.

À medida que seus olhos percorriam cada mensagem que eu havia trocado com Helena nos últimos dias e visualizava o registro de ligações, sua face tornou-se totalmente ruborizada e a respiração foi ficando cada vez mais descompassada.

Naquele instante, senti como se o chão fosse se abrir sob meus pés.

Tentei tomar o celular de sua mão, porém ela me empurrou, fazendo com que eu caísse ao chão e desse um grito estridente. Não gritei por ter sentindo dor, devido à queda, mas por ter perdido totalmente o controle da situação.

— Eu já deveria ter desconfiado... — ela disse cruzando os braços a frente do corpo, após alguns segundos mexendo em meu celular. — Como pude ter sido tão tola?!

— Você não esse direito! — gritei irritada colocando-me de pé.

Ela exibiu um sorriso irônico e saiu do quarto.

Ao olhar para o relógio sobre o criado mudo, percebi que eu já deveria estar a caminho do aeroporto. Aproveitei que mamãe havia se distanciado e peguei minha bolsa, que era o objeto mais importante no momento, afinal ali estavam minha documentação e a passagem e caminhei apressadamente em direção à porta do apartamento. Meu coração estava disparando e algumas lágrimas banhavam todo o meu rosto.

— Não me desafie, Carolina! — trovejou em um tom ameaçador, caminhando até a porta.

Ela retirou as chaves que estavam na tranca.

— Mãe, me dê licença! — pedi chorosa.

Ela me encarou com desdém. Parecia que mamãe sentia prazer em me ver sofrendo e angustiada daquela maneira. Segurei-a pelos ombros e tentei tomar-lhe as chaves da porta, porém foi em vão.

Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, senti quando ela bofeteou meu rosto com extrema violência, fazendo com que eu me desequilibrasse e viesse ao chão. Meu rosto estava dolorido e formigando. Naquele momento eu dei um grito alto, sentindo minha garganta ser dilacerada.

Amizade Perigosa (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora