Capítulo Dez - Revelações

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CAPÍTULO DEZ — REVELAÇÕES

Minha respiração oscilou. Fiquei agitada e um calafrio percorria meu corpo, fazendo com que eu ficasse ainda mais trêmula do que estava. Minhas mãos estavam úmidas e frias. Forcei um sorriso, embora estivesse com vontade de simplesmente sair correndo dali. Passei as mãos pelos cabelos em um gesto de aflição, a fim de liberar o nervosismo que me assolava e respirei profundamente, denunciando toda a minha tensão.

— Sim, sou eu mesma. — falei em um tom estremecido, sustentando um sorriso forçado.

A mulher exibiu um sorriso confiante e arqueou uma das sobrancelhas delineadas, levando o copo de cerveja até os lábios, sorvendo um grande gole. Eu estava tão tensa, que sentia os músculos da região dos ombros e costas doloridos. Libertei mais um suspiro e procurei por Júlia com o olhar. Pude vê-la conversando com uma garota no balcão do estabelecimento e praguejei mentalmente contra ela.

— Ah... Espere um instante que vou lembrar o seu nome... – ela disse fechando os olhos, como se tivesse concentrando-se para se recordar. – Carolina? – falou depois de alguns segundos. Concordei balançando a cabeça. — O que faz aqui?

Franzi os lábios. Meu coração batia de maneira tão rápida que pensei que teria um infarto ali mesmo. Tornei a respirar profundamente. Minhas bochechas coraram quase que imediatamente. Por que ela estava fazendo todas aquelas perguntas?

— Ah... — falei timidamente desviando o olhar para a calçada onde passavam algumas pessoas conversando. — Estou acompanhando uma amiga. Precisava me distrair, desabafar... — revelei passando as mãos pelo rosto. — Aliás, ela foi ao banheiro e já deve estar voltando. — ela desviou a atenção do meu rosto por alguns instantes, mirando os olhos dentro do bar. —Mas e você? Não deveria estar com Helena?

A mulher gargalhou.

— Eu? Com a Helena em pleno domingo? – indagou sorrindo. — Jamais!

Franzi as sobrancelhas, estranhando a maneira como ela me respondeu, mas eu precisava encontrar uma maneira de sair daquela situação embaraçosa ou teria um treco.

— Bem... — disse após inspirar profundamente, aprumando o corpo. — Gostaria muito de estender a conversa, Catarina, mas preciso falar com a minha amiga. — disse exibindo um sorriso tímido e arredando a cadeira para que eu pudesse me levantar. — Foi um prazer conversar com você. — por fim finalizei, me dispondo a um aperto de mãos.

Ela pressionou os lábios, como se quisesse conter uma risada. Encarou-me por alguns segundos enquanto eu permanecia com a mão direita estendida no ar. Eu estava trêmula e ela percebeu.

— Sua amiga está conversando com outra garota. — falou apontando para o balcão do bar. Júlia estava sentada em um dos bancos que haviam por lá, de frente para uma garota que estava de costas para mim. Meneei com a cabeça e a odiei naquele momento.

E agora? Como eu faria para me livrar da tal namorada de Helena?

Meus lábios estremeceram enquanto eu pensava em algo para falar, mas simplesmente dei de ombros.

— Vai ter coragem de atrapalhá-la? — questionou ao ver que eu me preparava para deixá-la só.

Indecisa, olhei para Catarina. A mulher exibia um sorriso cordial, bebericando mais um gole da bebida amarga.

— Fique Carolina, há muita coisa que você precisa saber... — insistiu apontando para a cadeira onde eu havia me sentado.

Respirei de maneira profunda. Estava indecisa, porém curiosa. Por que ela havia me abordado? O que ela queria me falar? Sobre o que eu precisava saber? Será que ela e Helena não estavam mais juntas?

Amizade Perigosa (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora