Capítulo Doze - A Festa

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CAPÍTULO DOZE — A FESTA

Naquela noite não vi Helena pelos corredores da faculdade. A todo instante, pegava-me com o pensamento dividido entre a proposta de meu pai, as lembranças das últimas noites em sua companhia e os planos que fizemos para o futuro.

Pouco antes de a última aula terminar, recolhi meus materiais e me dirigi até o estacionamento. Decidi que passaria mais uma noite na companhia de Helena e lhe contaria sobre a proposta de meu pai para decidirmos o que faríamos e analisarmos com cautela qual seria a melhor decisão a ser tomada.

Pouco antes de adentrar o veículo, me recordei da noite em que havia me encontrado ali com Rafaela. Suas ameaças invadiram minha mente, causando-me uma sensação desconfortável. Chacoalhei a cabeça na tentativa de afastar aqueles pensamentos fatídicos e liguei o rádio em uma estação qualquer, aproveitando os momentos em que parei no semáforo para enviar uma mensagem para Helena.

___

Ao chegar ao meu apartamento, libertei um suspiro desanimado ao deparar-me com a presença de minha mãe. Ela parecia agitada e pensativa, caminhando de um lado para o outro, segurando uma xícara de café em uma das mãos.

Pressionei os lábios e evitei encará-la por alguns segundos, porém seus olhos miraram os meus como se quisesse questionar minha alma.

Ainda abraçadas pelo silêncio aterrador que envolvia a atmosfera da sala, praguejei mentalmente quando sua voz soou, causando-me um calafrio.

— Onde você estava esse tempo todo, Carolina? — questionou-me com desdém, bebericando um gole da bebida fumegante.

Revirei os olhos enquanto pressionava os lábios e cruzei os braços a frente do corpo, encarando-a.

— Na faculdade, ora. — respondei arqueando as sobrancelhas.

Ela fuzilou-me com o olhar.

— Não se faça de ridícula, Carol! — berrou enquanto eu adentrava meu quarto.

Dei de ombros enquanto ouvia-a reclamando. Juntei algumas peças de roupas e alguns pertences, respondendo a última mensagem de Helena.

— Onde você pensa que vai? — a voz sombria de mamãe ecoou por trás de mim, fazendo com que eu bloqueasse a tela do celular instantaneamente, sentindo um calafrio envolver meu estômago.

— Vou sair. — respondi inspirando, ainda atordoada por ser surpreendida.

— Você não vai a lugar algum, Carolina! — exclamou confiante. — Já chega! Desde domingo que você não dorme em casa! — bradou saindo do meu quarto.

Sentei-me na cama e enquanto pensava no que eu faria, enviei uma mensagem de texto para Helena. Terminei de guardar meus pertences e coloquei a mochila nas costas, passando por minha mãe que ainda estava na sala.

— Eu já te disse Carol! — insistiu segurando-me pelos ombros. — Você não vai sair hoje!

Bati o pé, desapontada e franzi as sobrancelhas. Pensei em insistir e ignorar os dizeres de minha mãe, porém meu celular vibrou em minha mão, indicando a resposta de Helena, pedindo para que eu ficasse em casa naquela noite, a fim evitar aborrecimentos com minha mãe.

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No decorrer daquela semana não consegui me encontrar com Helena na faculdade, pois havíamos iniciado a semana de provas da última etapa daquele semestre e para evitar desconfianças por parte de mamãe, evitei passar a noite na casa da professora.

A empresa estava uma loucura total, devido à nova expansão. Meu pai aparentava estar ainda mais estressado que o costume, apesar de estar contente com o progresso empresarial. Estava sempre atento aos detalhes para a inauguração da empresa e os detalhes para a festa que aconteceria no final de semana e por vê-lo tão envolvido naquelas tarefas, não o procurei para conversarmos a respeito da proposta.

Amizade Perigosa (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora