Capítulo Dezessete - Convite

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CAPÍTULO DEZESSETE — CONVITE

— Você é ridículo! — exclamei em um sussurro, fitando Guilherme com reprovação enquanto nos retirávamos da sala de Helena.

Olhei rápido por cima dos ombros e pude perceber que Helena nos observava com atenção, arqueando as sobrancelhas. Balancei a cabeça de maneira negativa e segurei a mão de Gui.

— Ora, vocês precisam conversar, não é?! — ele falou aos risos enquanto caminhávamos pelo corredor. Aguardaríamos por Helena no saguão da empresa. Não queria ficar próxima a ela. Pelo menos, por enquanto.

— Sim, mas eu dou um jeito para que isso aconteça! Não preciso de suas intromissões! — falei enquanto adentrávamos o elevador.

Ele virou-se, ficando de frente para o espelho e começou a passar os dedos por entre os cabelos, aprumando-os.

— Com essa moleza toda, nós voltaremos para o Brasil e você não vai ter esclarecido suas dúvidas! — ele falou dando de ombros. — Aproveite sua chance, Carolina!

Em seguida, saímos do elevador e nos acomodamos nas poltronas confortáveis que havia no saguão da empresa. Meu coração batia levemente descompassado e meus olhos ficavam atentos ao elevador, esperando que Helena saísse por ele.

— Relaxa menina! Desse jeito você vai pirar... — Gui comentou colocando as mãos em minhas pernas que tremulavam sem parar.

— Você está sendo um verdadeiro fracasso como namorado. — provoquei aos risos.

Ele gargalhou. Iria rebater a provocação, porém Helena interveio com um pigarro, fazendo com que minhas bochechas corassem.

— Podemos ir? — ela perguntou visivelmente atordoada com a mão do rapaz pousada sobre minha perna.

Concordamos com um aceno e ela pediu que a recepcionista pedisse um táxi para nos levar ao aeroporto e assim, fazermos o laudo para iniciação das obras.

— Eu não ficarei no meio. — Guilherme comentou em alto e bom tom, quando o táxi se aproximou, fazendo com que Helena suspirasse e arqueasse as sobrancelhas e novamente, senti minhas bochechas formigando.

Ele mordiscou o lábio inferior e exibiu um sorriso irônico enquanto se acomodava no banco do carona.

Eu suspirei e sem mirar meus olhos em Helena, abri a porta para que ela entrasse. Ela se acomodou atrás do banco do motorista e eu me sentei atrás de Guilherme, mantendo uma curta distância entre nós.

Aquele clima desconfortável que nos preenchia nos seguiu até que chegássemos ao aeroporto. O trajeto teria acontecido em silêncio, se não fosse pela melodia tranquila que ecoava pelo rádio do veículo.

Meu coração disparava e minhas pernas tremulavam. Minhas mãos estavam levemente úmidas e fechei os olhos, inspirando profundamente para tentar manter a calma, porém o aroma delicado do perfume de Helena invadiu minhas narinas, fazendo com que me recordasse dos momentos mais marcantes que vivenciamos juntas. Ao abrir os olhos, percebi que ela estava me observando, porém virou o rosto para a janela a sua esquerda, deixando-me desconcertada. Será que ela sentia minha falta?

Quando chegamos ao aeroporto, fomos recepcionados pela equipe técnica do local, e explicamos que aconteceria a realização do laudo por parte do engenheiro para finalmente iniciar a reforma do local.

Enquanto Helena dialogava com a equipe responsável, comecei a fazer as pequenas avaliações do local.

— Ela não tira os olhos de você. — Gui comentou me seguindo pelo saguão do aeroporto.

Amizade Perigosa (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora