Cinco - Almoço de domingo

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- Posso explicar! - meu irmão diz já se adiantando, enquanto vestia a camisa e por sorte estava de calça ainda.

Entro no quarto e fecho a porta atrás de mim, fecho os olhos escorando na mesma tentando pensar no que dizer.

- Amiga, não pira!

- Vocês tem noção do quê estavam prestes a fazer? - finalmente os encaro.

- Primeiro, aconteceu e outra coisa, não planejamos isso.

- Você não, mas Miakela e apaixonada em você droga!

- Obrigada amiga. - ela diz ofendida, mais quem devia se sentir assim sou eu.

- Ela é de menor, você e meu irmão!

- Mary!

- Olha, vou fingir que isso não aconteceu. Se resolvam vocês dois, porque para mim isso não e dá minha conta.

Saio antes que digam algo.

Desço as escadas ainda não acreditando que meu irmão e minha melhor amiga estavam semi nus aos beijos, se não tivesse chegado teriam cosnumido o ato.

Ainda não caiu a ficha e temo que quando cair não vou me sentir bem.

(....)

Mika e eu ajudamos na preparação da comida, das mesas e cadeiras no quintal. Não conversamos sobre essa madrugada, fui banhar e me trocar.

Quando saio ela terminava de passar maquiagem, me olhou com aquele olhar triste.

- Não vou falar nada!

- Eu sei amiga, desculpa!

- Ia me contar no dia seguinte?

- Tentaria, provavelmente falharia e você descobriria sozinha. - admite triste.

Termino de me trocar e vou me sentar ao seu lado na cama, seguro sua mão e sorrio.

- Eu te amo Mika, só tenho medo de você sofrer se envolvendo com meu irmão!

- Foi só um beijo que acabou nos levando aquilo, mais eu agradeço que tenha chegado antes da gente...

- Somos a dupla de virgens, amiga, meu irmão e um cara mais velho que pensa com a cabeça de baixo.

- Com toda certeza.

- Vamos então, esquecer disso.

Deixamos finalmente o assunto de lado e descemos para receber os convidados que foram chegando.

Vou atender a porta, lá estava ele em uma roupa casual o deixando num ar descontraído. A camisa não tampava toda tatuagem no braço e claro que fui pega encarando o pedaço da tatoo.

- Essa e o fim da tatuagem! - responde sorrindo.

- Entra, todos estão no quintal. Fique à vontade tem um lavabo na segunda porta ao lado do escritório, a cerveja está na geladeira.

Ele entra e tento manter toda distância possível.

Sigo ele por trás, observo seus ombros largos e depois desvio olhar sentindo um frio subir pelas minhas pernas de repente.

- Gosta do que vê? - ouço ele comentar antes de alcançarmos a cozinha.

Por quê fica me falando essas coisas e dessa forma tão sedutora?

Me junto com Mika no gramado perto da árvore onde tem um balanço e me sento.

- Agora sei porque tem medo dele! Amiga, aquele homem não e só lindo, ele carrega consigo toda intimidação.

- Não me diga.

O encaro de longe, seu sorriso e o que me deixa vidrada por um instante, depois volto do transe quando Mika solta um gritinho e sigo seu olhar para ver Charles e Berry chegando.

- Você os convidou? - puxo ela e pergunto baixo.

- Relaxa, vai ser divertido!

- Droga Mika.

Cumprimentamos os rapazes e enquanto conversa bastante com seu primo Berry, o vizinho dele, Charles, que estuda em outro colégio e tem uma enorme queda por mim se aproxima todo galante de quinta.

- Você está linda!

- Obrigada.

- Vai ter um festival de música na praça central, queria saber se iria comigo!?

- Vou ver com meus pais.

Ele me toca e me afasto de seu toque que me transmite uma sensação desagradável.

- Licença.

Deixo o mesmo ali e entro em casa.

Subo as escadas, não acreditando que Mika convidou esse chato. Entro no banheiro dos rapazes para jogar um pouco de água no rosto, seco-me e ao sair topo com Erick.

- Desculpa!

- Tudo bem.

- Licença.

- Aquele garoto é seu namorado? - ele pergunta antes que desça a escada.

- Não, só um conhecido.

- Ele parece interessado em você!

- Infelizmente o sentimento não e recíproco.

Recosto na parede entediada, Erick faz o mesmo encarando as mãos.

- Como está a ferida?

- Esqueci de trocar o curativo antes de sair. - comenta.

- Vem, vou trocar pra você.

Entro no meu quarto em frente ao banheiro, ele faz o mesmo olhando ao redor e vou no meu banheiro pegar o kit primeiros-socorros.

- Fique à vontade.

Volto e peço para se sentar na cama.

- Pode levantar a camisa por favor?

Ele o faz e me arrependo de ter pedido, engulo seco antes de pegar o que vou precisar. Retiro o curativo que ele usa com cuidado, seu abdômen era definido e sua pele era macia.

Foca Mary, apenas mantenha o foco.

- Onde aprendeu?

- Crescer com quatro irmãos te faz aprender muitas coisas, como cuidar de um corte depois de voltarem do treinamento.

- Ótimo trabalho.

Troco com cuidado, ao finalizar Erick segura minha mão firme e o encaro sem saber o que dizer.

Ele se inclina e nossos rostos estão próximos, já que estou sentada ao seu lado. Quando me pego sendo beijada pelo chefe do meu irmão, um turbilhão de sentimentos despertam.

Não sei explicar nada, mais aquilo estava acontecendo mesmo.

Quando nos afastamos estou com milhares de pensamentos, não consigo o encarar e guardo tudo.

- Acho melhor descer.

Ele não diz nada, algo dentro de mim queria que ele falasse algo.

Volto pro quarto e o mesmo já foi, fecho a porta passando a chave. Jogo-me na cama com a cabeça carregando vários pensamentos e perguntas sem respostas.

Mas somente uma se repetia entre as outras:

- Por quê ele fez aquilo?

CONTINUA...

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O Sargento Tatuado -- LIVRO UM (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora