Dez - O tiro

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Não tinha conseguido dormir, tomei um café rápido e corri para o colégio. Mikaela me interrogou sobre Alex, contei tudo que aconteceu e sua empolgação era nítida.

- Imagina se vocês namora?

- Não sonhe tão alto amiga.

Guardo o restante do material que não vou precisar no armário e depois seguimos pelo corredor para nossa terceira aula do dia.

(....)

Estou na biblioteca distraída com um livro de história quando Alex me surpreende com uma cupcake, sabor chocolate e cobertura de creme e confete.

- Obrigada!

- O quê preparou para mim hoje?

- Isso.

Passo alguns exercícios para que ele resolva, explico como vai funcionar e depois volto para minha leitura ambos em total silêncio.

As horas foram passando, até o sinal finalmente tocar.

- Você foi bem, Alex!

- Obrigada, com uma professora como você também. - ele sorri passando o braço sobre meu ombro no corredor.

Alguns olhares se desviam e pousam sobre nós.

- Estamos chamando atenção! - sussurro.

- Tem problema com isso?

- Não sei, devia? - o encaro querendo desvendar esse mistério que o olhar do Alex carrega.

- Relaxe, curta o momento.

Andamos pelos corredores assim, ouvindo os burburinhos, risadinhas e confesso que estava gostando.

(...)

Estava indo para casa sozinha, seguia pela calçada distraída ouvindo um som bom com meus fones de ouvidos quando o celular toca.

- Mãe?

- Onde você está?

- Indo para casa, tudo bem? - noto que ela está eufórica, algo aconteceu.

- Vá pra casa e fique lá, me ouviu Mary?

- Mãe, o quê aconteceu? - pergunto já com medo.

- Jared vai te buscar.

Ela desliga sem me dar chance de saber o que se passa. Confusa, corri para casa as pressas.

Subo direto para meu quarto, troco de roupa e desço quando ouço um barulho vindo da cozinha. Ainda estou no meio da escadaria, o coração acelera e quando veio a sombra de alguém corro de volta ao quarto.

Tranco-me aqui dentro e tento pensar no que fazer, mando mensagem para Oliver avisando que a casa estava sendo invadida.

Desesperada me tranco no banheiro, dentro da banheira fecho a cortina e permaneço com o celular nas mãos orando mentalmente para esse estranho ir embora.

Ouço abafadamente alguém mexer na porta do quarto, em seguida um estrondo.

Arrombaram!

O coração acelera a casa segundo, minha mente viaja em vários pensamentos, quando a maçaneta mexe abraço minhas pernas.

De repente escuto coisas quebrarem, não me movo de dentro da banheira. Escuto gemidos estranhos vindo do quarto, quando finalmente o silêncio reina.

- Mary?

Conheço essa voz!

Saio de dentro da banheira rapidamente, destranco a porta e tenho a visão do meu quarto revirado. Um homem desconhecido no chão algemado com as mãos para trás.

- Quem é ele?

- Vou te tirar daqui, venha.

Erick me faz segurar sua mão, enquanto descemos as escadas e alcançamos a porta e frente vejo um polícia vindo em nossa direção.

- Ele está lá em cima, leve para o distrito, agora.

Depois da ordem dada, entramos no seu carro as pressas.

Durante o caminho não digo nada, ainda estou tentando entender o que aconteceu. Sinto o carro diminuir a velocidade, finalmente o encaro.

- Onde estamos?

- Estamos indo ao hospital, mais antes, quer conversar?

Erick me encara preocupado.

- Estou bem, obrigada!

- Lamento tudo isso.

- Do quê está falando?

Então, finalmente ele explica o que está acontecendo.

Escuto atenta e a cada revelação meu coração se aperta, Erick nota meu nervosismo e segura minhas mãos já geladas, apenas o encaro.

- Está tudo bem, seu irmão está vivo e bem!

- Como posso não me preocupar?

- E o nosso trabalho, arriscado e perigoso.

- Eles iam me sequestrar, Deus sabe lá o que fariam comigo se não fosse você!

- Não permitirei que machuquem você.

Suas palavras cravam em minha alma, sinto aquela energia e logo me acalmo.

(....)

Quando chegamos no hospital, fui logo me deitar com Oliver na cama. Ver meu irmão naquele estado me deixou emotiva e protetora.

- Calma pequena!

- Nunca mais me assuste assim.

- Não vai se livrar de mim tão fácil! - ele nos faz rir.

- Doeu?

- Estou bem May, mais me diga, como se sente? Erick me contou do ocorrido.

- Ainda estou um pouco assustada, mas tudo bem, Erick me garantiu que colocará eles atrás das grades e não teremos com o que se preocupar.

- Você é muito corajosa, sabia disso?

O olhar de Oliver me conforta.

-Eu te amo, por favor, nunca me abandone!

- Jamais.

Aconchegada nele, ficamos assim.

CONTINUA...

O Sargento Tatuado -- LIVRO UM (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora