Sete - Papo aberto

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Continuo andando de volta pra casa, agora. Quano um carro preto para ao meu lado e depois o vidro e abaixado revelando o motorista.

- O quê você quer?

- Entra no carro. - isso não foi um pedido.

- Não vou entrar na merda do carro, nem vou com você pra Deus sabe onde.

Ele sai do carro me agarra e coloca sobre o ombro.

- Me solta, o quê pensa que está fazendo!

- Cuidado com a boca.

Sou jogada no banco de trás, ele tranca a porta e dá a volta para depois seguirmos viagem.

- Você não tem nem um pouco de classe.

- Devia olhar num espelho antes de falar de alguém, mocinha!

- Idiota.

(....)

Quando o carro finalmente para, ele abre a porta.

- Onde estamos? - olho para um prédio grande, em seguida ele me segura pelo braço e me leva na direção do mesmo.

- Precisa esfriar a cabeça antes de ir pra casa.

- Meus pais vão...

- Seu irmão sabe onde você estará, virá te buscar logo, por hora serei sua babá. - diz com certa desdém.

Só estava faltando isso, palhaçada.

O apartamento era espaçosos e bem decorado, me sentei no sofá como ordenado por ele e fiquei ali até Erick voltar com uma lata de refrigerante.

- Obrigada!

- Finalmente civilizada.

- Não começa!

- Quer falar sobre o ocorrido? - ele senta na poltrona bebendo uma garrafa de cerveja.

- Não.

Deixo o refrigerante de lado, levanto e caminho pelo lugar observando e observando.

- Gostou das fotos?

- Onde comprou?

- Minha irmã e fotógrafa, atualmente ela vive em Santa Catarina no Brasil.

- São fotos de lá?

- De alguns pontos turísticos do país!

- São realmente lindas, principalmente essas da praia.

- As minhas favoritas!

Ele se aproxima e como um estalar de dedos tudo muda, o clima fica tenso e a energia é confusa.

- Posso fazer uma pergunta? - me afasto voltando pra sala.

- Claro!

- Por quê vive sozinho?

Ele ri se sentando ao meu lado, sinto meu rosto esquentar, rapidamento estou me afastando querendo esconder minha cabeça em algum lugar.

- Não vivo sozinho!

- Então onde está sua esposa?

- Não sou casado e não tenho namorada, mas isso não quer dizer que vivo sozinho literalmente.

- Entendi.

Ele fecha o espaço entre nós no sofá, ergue a mão e toca meu rosto com certo carinho. Erick afasta uma mecha do meu rosto, ficamos nos encarando por um tempo que parecia uma eternidade.

- Posso? - ele está pedindo para me beijar? Só pode ser brincadeira.

Balanço a cabeça em positivo.

Logo estamos aos beijos e vai ficando quente e intenso, sou erguida e depois estou sentada em seu colo. Suas mãos deslizando nas laterias do meu corpo com apertos leves.

A sensação era boa, era gostosa, preciso admitir.

Uma batida na porta logo nos trás para realidade, engulo seco e rapidamente me coloco de pé.

- E o Oliver!

Merda! Agora que lascou.

Erick está tranquilo e isso me incomoda, arrumo minha roupa e dou a volta para me sentar no sofá e pego o refrigerante enquanto a porta se abre e meu irmão entra preocupado.

- Tudo bem?

- Poderia estar pior. - respondo sem pensar.

- Obrigada sargento, vamos Mary.

Nos despedimos dele e fomos pra casa. Durante o caminho Oliver abriu a boca, o sermão vai começar em questão de segundos.

- Você deixou Tiffany muito machucada, quebrou o nariz dela e corto o lábio da garota.

- Perdi a cabeça, foi mal!

- Ninguém acredita que explodiu daquela forma.

- Como deveria agir às coisas que ela disse? Nunca vai mudar o fato de ser adotada e filha de um bandido e uma drogada que morreu de overdose.

Oliver para o carro, estou chorando. Ele segura minhas mãos, me faz o encarar e tento parar de chorar como criança.

- Não é como eles!

- Como terei certeza disso? Eu bati na minha ex-melhor amiga possessa de ódio. Eu gostei Oliver, adorei ver ela daquela forma. Isso não é certo! - confesso meus sentimentos do ocorrido.

- Uma pessoa te tirou do sério usando aquilo que mais te machuca, foi golpe baixo, admito. Mais você não e perigosa ou mal por achar que fez um belo serviço no rosto da garota.

- Eu não quero mais ter raiva quando se trata desse assunto, irmão. Não é justo o que eles fizeram comigo e ainda continuam a me perseguir.

- Eles não tem direito sobre sua vida, nós somos sua família agora e para sempre. Nunca, nunca duvide disso.

Oliver me involve num abraço apertado e cheio de carinho, eu amo minha família mais tenho medo do meu passado.

Os demônios ainda vão me perseguir!

O Sargento Tatuado -- LIVRO UM (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora