Dezesseis - Quem é você? / Parte Dois

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- Alex?

- Oh merda!

Ele sai de cima da loira tingida sobre a cama, sua camisa desabotoada e calça aberta. Era inacreditável o que tinha presenciado e decepcionante, deveria ter excutado meu irmão.

Saio correndo dali ouvindo apenas meu nome sair da sua boca nojenta, desço as escadas e saio pela porta da frente.

Estava tarde, não tinha carona e o centro ficava há quatro quadras. Era minha única chance para conseguir pegar um táxi já que meu celular esqueci dentro do carro daquele garoto.

Como me enganei?

O quê devia esperar? Um dos grandes jogadores do time principal da escola afim de mim?

Me abraço devido ao frio da noite, caminho desajeitada e com o coração ferido. Queria que minha amiga tivesse aqui agora.

Meus pés estavam doloridosde tanto andar no pequeno salto que resolvi usar, a visto um táxi e digo o endereço.

Durante o caminho me sinto mal, as lágrimas escorrem e tomo cuidado para não fazer nenhum som. Não demora para chegarmos, peço para o motorista esperar e entro.

Erick estava acordado e ainda estava na minha casa, não sei qual a desse cara.

- Tem dinheiro para me dar? - vou direto ao ponto.

- O quê houve?

- Preciso pagar o táxi, tem ou não?

Estou apressada e nervosa, ele pega o dinheiro na carteira e me entrega. Vou para fora e pago, agradecendo ao motorista pela viagem.

Quando o mesmo vai embora vejo o carro de Alex, que estaciona na calçada e desce correndo antes que eu alcance a porta da frente.

- Vamos conversar Mary!

- Conversar?

- Olha, posso explicar aquilo.

Solto meu braço de sua mão e ele recua um pouco.

- Eu juro que não era pra acontecer, gosto muito de você!

-Eu vi como gosta! Sabe Alex, eu não passei de uma trouxa.

- Isso não e verdade! - seu olhar era de desespero.

- Não devia ter entrado no seu carro, pode me devolvar minha bolsa.

Peço vendo ele a segurar na outra mão.

- Obrigada, agora, some daqui.

Dou-lhe as costas mas ele me segura forte que o encaro assustada.

- Solte-a.

A voz grave de Erick soa e mentalmente agradeci, Alex obedece e depois vai embora.

- Quer contar o quê aconteceu?

- Isso não e dá sua conta!

- Mary, estou apenas ten...

- O quê? Ser legal ou fazendo caridade também?

Erick se cala e noto que contrai o maxilar quando está bravo, mais não entendo porque.

- Quer saber, não sei porque ainda está aqui? Se mudou e não estou sabendo?

Ele não diz nada e isso tudo já me cansou, toda essa noite já me destruiu demais.

- Quer saber, dane-se.

Subo pela escada até meu quarto onde me tranco, destruida, despedaça e confusa.

Isso é inacreditável!

(....)

No dia seguinte...

Estava com muita dor de cabeça, meu corpo doía demais e não tinha nenhum ânimo para levantar e enfrentar o colégio ou minha família.

Minha mãe bateu na porta e só gritei da minha cama que não iria hoje, ela insistiu em entrar e verificar meu estado.

- Você está ardendo em febre.

- Não é pra tanto, vou ficar bem!

- Tem certeza amor?

- Sim mãe, pode ir.

Ela beija carinha minha testa e sai preocupada para trabalhar. Volto para debaixo do coberto, querendo que de alguma forma ele me faça desaparecer desse universo.

Não tinha noção de que horas eram, quando levantei fui tomar uma ducha morna, desci ainda de pijama e fui fazer uma canja.

Terminei e fui para sala comecer no silêncio da casa.

O telefone tocou e atendi.

- Alô?

- Onde você está?

Era Alex do outro lado da linha, pelo tom de sua voz estava furioso.

- O quê você quer?

- Vamos conversar Mary!

- Não quero falar com você, por favor, me deixa em paz.

Um silêncio e ouço sua respiração forte.

- Não vai terminar assim, me ouviu?

Ele desliga e sinto uma pontada de ameaça na minha direção, coloco o telefone de volta e depois termino de comer.

Volto para meu quarto onde adianto meus deveres e converso por mensagem com minha amiga, ela chega daqui a alguns dias e estou morrendo de saudades.

Quando ouço a campainha tocar.

- Mais quem é?

Desço desconfiada e olho no olho-mágico, era uma mulher bem vestida num sobretudo preto.

- Posso ajudar?

- Erick Marshal!

- Você seria? - abro a porta em fim.

- Uma velha amiga, ele mora aqui?

- Não, apesar de nos últimos dias ter feito isso aqui seu lar.

- Você seria?

- Irmã de Oliver Stoncold!

- Ah sim, a filha de Hellerman.

A simples menção daquele sobrenome estremece meu corpo e ela nota com um sorri de canto.

- Me diga, seu pai tem entrado em contato com você?

- Aquele homem não e meu pai!

- Não pode negar um parente querida.

Por quê sinto que não fui com a cara dessa mulher? Ah espera, e porque não fui.

- O quê quer?

- Diga para Erick que nosso jantar essa noite ainda está de pé, foi um prazer.

- Não posso dizer o mesmo senhora.

Provoco e ela somente sorrindo embora toda elegante.

Quem é ela?

O Sargento Tatuado -- LIVRO UM (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora