Quatorze - Medo

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- Onde há muito sentimento, há muita dor!

Assim disse Leonardo da Vinci.

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Estava com tanta coisa na cabeça que mal consegui dormir, levantei cedo e fui correr no bairro por algum tempo. Apesar do medo, não estava ligando pra minha segurança.

Mikaela e Mark estão saindo juntos, meu pai biológico vindo atrás de mim e não sei por quê, Oliver levando um tiro, Erick me masturbando e Alex dando em cima de mim.

Aonde vou parar com tudo isso?

Retorno para casa e antes de entrar noto um carro parado na esquina, BMW prata e parecia ter duas pessoas dentro.

Apesar dos ocorridos, não sentia perigo, o que era estranho.

- Onde você pensa que foi? - Oliver pergunta assim que passo pela porta toda suada.

- Fui correr pra esclarecer a mente, todos acordaram?

Me jogo no sofá e o mesmo me acompanha.

- Sabe dos riscos que correu sozinha lá fora Mary?

Estava claro que Oliver está grilado e preocupado, me aconchego nele ignorando estar suada.

- Estou bem, estou aqui.

- Tudo bem pequena?

Eu queria conversa com ele, abrir o jogo, ser clara e colocar as cartas na mesa. Mais era até difícil falar com minha melhor amiga, imagina com meu irmão.

- Vou ficar bem, agora me abraça que preciso de amor.

Brinco o fazendo rir.

(....)

Terminei meu dever e entreguei para professora, o sinal tocou e arrumei minhas coisas. No corredor Alex surge segurando minha mão sorrindo e me acompanha até o meu armário.

- Por quê isso? - pergunto curiosa com tal atitude que fez todos terem suas atenções em mim.

- Queria saber se gostaria de sair como sábado à noite?!

- Como?

Travo no lugar o encarando.

- Tipo...um encontro saca.

Ele coça a nuca e sorri parecendo envergonhado, acho tão fofo.

- Claro, que tal às oito?

- Marcado.

Ele beija meu rosto e depois segue para próxima aula, fico um tempo tentando digerir o que tinha acontecido.

Meu Deus, tenho um encontro!

(...)

Mais tarde...

Cheguei na casa de minha amiga, nos instalamos no carpete do seu quarto com pipoca e resolvemos colocar tudo em dia.

- Como vão às coisas com meu irmão?

- Sabe como é, ainda não tivemos um encontro, nos falamos por telefone durante à noite e não passa disso.

Era claro que minha amiga estava chateada, lhe abracei e tentei pensar nas palavras certas para dizer.

- Talvez seja melhor deixa as coisas acontecerem naturalmente amiga, você tem muito que viver e muitos caras pra conhecer.

- Eu sei, mais eu gosto mesmo dele!

- Mas sabe se ele sente o mesmo?

Não era minha intenção deixar a situação ficar mais triste possível, mais preciso ser realista.

O Sargento Tatuado -- LIVRO UM (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora