Dezessete - Enfrentando o problema

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Acordei e fui pro colégio bem cedo, apesar de não querer ver Alex precisava enfrentar as coisas como elas são.

Não vai demorar para minha amiga chegar, meu pilar, meu suporte.

Respiro fundo e por cada corredor e sala, fico na espreita procurando algum sinal dele. No refeitório como meu lanche tranquilamente, em seguida, vou ao banheiro e tudo parecia tranquilo e normal essa manhã.

Um estrondo na porta me assusta antes de chegar a sentar no vaso e abrir a calça.

- Alex? Você ficou maluco?

- Vamos conversar.

Arrumo meu zíper e o mesmo me puxa para fora do boxer e fico contra a pia o encarando confusa e com certo medo. Ele não tinha mais aquele olhar seguro e doce, tinha algo diferente nele e eu só não sabia o que era.

- O quê quer Alex?

- Onde esteve ontem o dia todo?

- Te interessa?

- Claro, por quê você é minha.

- Não, está enganado sobre isso. Não sou sua e nunca fui!

- Presta bem atenção, porque só vou dizer uma vez.

Alex avança e com um canivete que tira do bolso o preciosa contra minha garganta, engulo seco e não escondo meu espanto e medo.

Quando foi que me enganei tanto com uma pessoa?

- Você.é.minha! Ouviu bem?

Balanço a cabeça sentindo vontade de chorar, sua boca rouba um beijo que não retribuo. A porta do banheiro se abre e ele entra num personagem diferente sorrindo todo gentil, depois se retira e volto para o boxer.

Sento sobre a privada com a tampa fechada, as lágrimas finalmente escorrem e pego meu celular ligando para a última pessoa que achei que recorreria.

- Alô?

Não consigo dizer nada, apenas choro e fungo.

- Alô? Quem é?

- Erick.

(....)

Estou nos fundos do colégio quando a visto o carro do sargento se aproximar, quando ele desce e vem na minha direção eu simplesmente o abraço e choro.

- Hey!

Sua mão afaga meu cabelo e depois seus braços me envolvem num abraço apertado.

Entramos no carro e seguimos o caminho para algum lugar no silêncio, tanta coisa se passando na minha cabeça. Um garoto que sempre admirei e me encantei, estava se mostrando ser o oposto do que esperava.

Por quê fui errar assim?

Sinto o carro parar, limpo o rosto e observo da janela fechada o prédio, me parece familiar.

- Onde estamos?

- Na minha casa, venha.

Ele desce e o sigo. Subimos pelo elevador até o quinto andar, Erick abre a porta e faz com entre primeiro. Em seguida, observo o lugar atenta reconhecendo o ambiente mais noto que tem algo diferente ali.

- Fez alguma coisa nesse cômodo? - insisto em perguntar.

- Comprei cortinas novas, uma mesa de centro e troquei o carpete.

Erick responde sorridente, parece feliz que alguém tenha notado.

- Ficou muito bonito, mais ainda falta algo!

O Sargento Tatuado -- LIVRO UM (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora