Foi muito dificil pra mim não estar mais com o Gregório, eu sempre preferi imaginar que nós dois ficariamos juntos para sempre, como marido e mulher por mais que no fundo eu soubesse que isso não aconteceria. Eu era completamente apaixonada por ele, por aquele cabelo loiro, aqueles olhos azuis e até mesmo por aquelas roupas todas sujas de massa ou tinta.
Dois mil e oito foi o pior ano da minha porque eu perdi a pessoa que eu mais amei na vida, por frações de segundos. Não queria me distanciar dele, queria continuar olhando no fundo dos olhos dele, queria continuar a ganhar os melhores beijos, queria continuar a ficar envolvida pelos seus braços. Mas sabe de uma coisa? Ficar longe foi o melhor pra mim. Tentar seguir a vida, fingir que não me importava, e olhar o nosso relacionamento como algo que deu certo enquanto durou, mas doía muito, como jamais havia doído antes.
A Giovanna era a única pessoa com quem eu tinha intimidade o suficiente para me abrir, porém ela não iria entender. Quando passei por esse término Giovanna tinha apenas seis anos de idade, e ela me apoiava mesmo não sabendo o porque eu estava daquele jeito. Ela se sentia preocupada comigo e me mostrava que estava ali por mim, antes de qualquer coisa.
Eu não tinha mais amigos e estava passando pela pior dor que eu já senti sozinha, eu poderia conversar com a Diana mas a gente já não era muito próximas mais. Cada vez que eu olhava os sms que nós trocávamos era uma dor, cada vez que eu abria a caixinha de fotos nossas e via as nossas polaroids me doía ainda mais. A verdade é que por mais que a distância fosse boa pra mim, a falta que ele me fazia era muito grande e eu já não aguentava mais não poder mandar um oi no msn quando via ele online, não aguentava ver ele postando uma foto no orkut, ou vendo os depoimentos de outras meninas no perfil dele.
Eu não queria desistir da melhor coisa que me aconteceu, mas não adiantava nada só eu correr atrás. Eu me perguntava se ele sentia a minha falta tanto quanto eu sentia a falta dele, parece que um pedaço de mim foi junto com ele porque eu me sentia incompleta, vazia, sozinha. Ele era a peça do quebra cabeça que se encaixava perfeitamente em mim e o pior é que ele sabia disso.
Tantas vezes eu chorei, tantas vezes eu tentei mudar o que eu sentia mas meu coração não acompanhava meu cérebro e eu que sempre fui uma menina racional, virei a pessoa mais emotiva que eu já cheguei a conhecer. Eu evitava pensar que minha vida não tava dando certo, que o homem da minha vida tinha caido das minhas mãos e pra mim aquilo era só um tempo para que nós amadurecessemos o suficiente para termos um verdadeiro relacionamento sério.
Quando completou dois meses que estavamos separados, eu vi Gregório com uma outra menina enquanto eu estava indo pra escola.
"Ele não poderia estar com ela em outro lugar, logo aqui pra eu ver" pensei
Decidi seguir a minha vida e fazer dela dali em diante, diferente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A vida de Camila
Aktuelle LiteraturCamila é uma mulher que passou por poucas e boas durante toda a sua vida, com pais preconceituosos e conservadores, ela necessita passar pelas fases da sua adolescência com ainda mais coragem e força.