A mudança

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Depois de ver Gregório com aquela tal garota, eu parei pra pensar nos meus erros e porque minha vida não estava as mil maravilhas como eu planejava. Percebi que muitas coisas aconteciam na minha vida por causa daquelas famosas vilãs que eu já falei. Minhas escolhas tinham mudado a minha vida de uma forma que eu nunca imaginei que teria mudado.

Eu repensei nos meus atos e decidi mudar. Se eu estava sozinha era porque eu não fazia amigos e não falava com ninguém, e foi exatamente por ai que eu comecei a minha grande mudança. Cheguei na escola e comecei a conversar com um garoto que sentava na carteira ao meu lado e que sempre puxava assunto e eu dava de ombros, o Renato.

Ele era o cara mais simpatico da turma, falava com todo mundo mas tinha o seu grupinho de amigos que era bem babacas para falar a verdade, mas ele ainda sim parecia muito legal. Ele sempre tentava puxar assunto comigo, e eu nunca dava bola porque eu era muito timida e qualquer coisa já me fazia corar. Resolvi conversar com ele naquele dia, vencer minha timidez foi um dos maiores desafios que eu já tive que fazer na minha vida.

"Bom dia Renato deve soar muito formal. E ai natinho? Pior ainda, o que eu sou? Um moleque?. Renato não é? Porque é tão dificil falar um oi pra um cara?" pensei

Cheguei a escola super atrasada como sempre, botei meu maior sorriso no rosto e fui em direção a minha carteira, olhei para renato e dei um sorriso (não sei o porque mas acho que o sorriso é o melhor cumprimento que existe) e sentei em meu lugar. A professora de Matemática ficou me encarando como se eu fosse uma terrorista e como se entrar na sala quinze minutos atrasada fosse a maior afronta ao universo. Eu continuei como se nada tivesse acontecido. Quando a professora voltou a olhar pro quadro, eu me inclinei para o lado direito e resolvi falar com ele.

"- E ai? O que eu perdi?" falei – muita coisa melhor pra se falar e eu fui falar isso, ai meu Deus eu sou uma banana mesmo.

Assim que terminei de falar, olhei pra ele e ele estava com uma cara surpresa. Penso que ele deveria estar pensando que eu tinha uma irmã gêmea que provavelmente estava no meu lugar quando falei com ele. Percebi a reação dele e corei, assim que minha bochechas ficaram rosadas, ele percebeu que era eu de verdade e resolveu responder. E assim fomos conversando e criando uma bela amizade. Em menos de uma semana depois eu já era amiga de quase todos os amigos dele, e ele era o meu melhor amigo.

A primeira mudança estava feita, eu tinha virado amiga de muitas pessoas na minha turma, o que fazia da escola um lugar menos pior. O Segundo passo era conversar com a minha mãe e falar sobre o que eu queria do meu futuro.

Num sábado, uma semana depois da minha decisão de fazer uma mudança, eu decidi falar com a minha mãe. Esperei ela chegar em casa depois da visita a minha avó e chamei ela ao meu quarto.

"- Mãe nós precisamos conversar sobre o que eu quero pro meu futuro."  Minha mãe sempre soube que eu prezava muito pela minha independência.

Conversei com a minha mãe sobre muitas coisas naquele dia, sobre a faculdade dos meus sonhos, sobre como eu me via no futuro, conversei sobre o meu pai também e ela acabou desabafando algumas coisas comigo. A partir daquele dia eu não vi mais a minha mãe como mãe e sim como minha amiga mais velha e mais ajuizada.

A terceira mudança necessária era seguir em frente. Depois daquele péssimo termino e de ter visto aquela péssima cena, eu só precisava conhecer caras novos, seguir em frente e quem sabe eu não esqueceria aquela dor não é verdade?

Foi ai que eu fiz uma das piores escolhas da minha vida. Vocês já perceberam que quando se trata da nossa vida amorosa, a gente sempre faz merda atrás de merda? Essa foi uma merda no inicio mas no fim resultou em algo bom.

Resolvi entrar em um site de relacionamento, o famoso bate-papo Uol. A primeira vista, o site era muito tosco. Eu estava com meus 16 anos e só via caras maliciosos (o que convenhamos, não mudou muito de uns tempos pra cá), quando eu achava que ia conhecer um cara legal ele vinha com aqueles assuntos que nenhuma mulher gosta de conversar com caras desconhecidos.

Até que comecei a conversar com um cara, o user5685. É a gente nunca soube o nome do outro, e a gente preferiu assim. Enfim nos demos bem, e daqui a pouco falarei mais sobre ele.

Com esse passo dado, eu teria que dar mais um passo, a ultima decisão: rever e recomeçar uma amizade com a Diana. Num dia sai da escola, e decidi ir à escola dela para conversar com ela, óbvio que o Renato foi comigo para me ajudar em qualquer coisa. Chegando lá paramos em frente ao portão da escola e aguardamos ela sair. Quando ela botou o pé para fora do portão eu percebi que ela estava diferente, tinha cortado o cabelo (que na verdade eu até curti), e estava saindo fumaça da sua boca.

"PERA, FUMAÇA DA BOCA?" pensei, e quando olho para sua mão estava ela com um cigarro. Na hora eu desisti de falar com ela, nós sempre dizíamos que nunca íamos fazer aquilo, mas sempre dizíamos também que sempre estaríamos juntas mas vocês viram o que aconteceu. Saímos dali e fomos para as nossas casas.

A vida de CamilaOnde histórias criam vida. Descubra agora