unum

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JEONGGUK.



Olhava o teto cinza do meu quarto ouvindo meus pais fazendo o almoço. Estava nos últimos dias do inverno e a primavera já dava indícios de que chegava. Puxei mais o meu cobertor para me cobrir. Gostava daquela sensação e não sairia dali se fosse possível. Eram meus últimos dias de férias e logo meu maior pesadelo começaria. A faculdade.

Me mudaria para o campus dela e não estava nem um pouco calmo. Eu sempre fui o mais chato do meu grupo de amigos, o mais explosivo, mas também era quieto, e o mais reservado. Não era por pressão dos meus pais, ou algo do tipo, é a minha personalidade mesmo e eu já tentei mudar ela, mas não consigo é como se eu fosse alérgico a mudança. Então me aceitei desse jeito.

— Jeon, vamos almoçar. — minha mãe bateu no meu quarto e logo ouvi a batendo no da minha irmã. O meu grande problema também era alguém que tinha o meu sangue, e era o meu oposto. Minha irmã gêmea. Somi.

— Guk, você acha que vai ser legal? — Somi se grudou no meu braço e olhei para baixo vendo os negros cabelos dela.

— Acho, não tem segredo. — dei de ombros e sentamos-nos à mesa. O almoço foi cheio das mais diversas conversas e risadas de Somi. Ela era extrovertida, sem nenhuma vergonha e muito carismática, às vezes eu a invejava, mas parei de me importar de uns tempos para cá.

Estávamos sentados na escada da varanda de nossa casa. O céu nublado e o vento frio me faziam querer voltar para a minha cama e ficar lá pelo o resto do dia. Mas meus amigos idiotas queriam sair e como eu nunca negava algo para eles, estava aqui ouvindo 25% das coisas que Somi falava, hoje eu literalmente estava sem saco para as coisas.

— Jeongguk você não dá a devida atenção que eu mereço. — disse e eu ri a olhando. Ela era tão linda.

— Eu te dou atenção até demais Somi, nem reclama. — sorri e passei meu braço pelos seus ombros a trazendo para perto. Nossa relação era muito boa, meu problema com ela era por que todos queriam que fosse como ela, mas ninguém gosta de me aceitar assim.

Nunca fui bom com palavras, em transpassar meus sentimentos, em nada na verdade. Mas sou normal, não é porque sofri um trauma na infância, ou porque eu sofria bullying, é apenas a minha natureza e as pessoas me questionarem isso sempre me deixa com raiva, qual o problema eu ser desse jeito? As pessoas que tem as mentes fechadas para a diversidade de personalidades que existem.

— Vamos vadias! — o grito com risos de Yugyeom me fez suspirar e levantar com Somi. Entramos no carro e vimos os três rostos dos três caras mais inconvenientes e toscos de toda Seul, infelizmente meus melhores amigos. Mingyu, Jimin e Yugyeom. — sorria Jeon, parece que viu alguém morto.

— Vi mesmo, você, nos meus sonhos! — falei fazendo Mingyu rir.

— Violento. — colocou a mão no peito e então percebi a discussão de Somi e Jimin sobre qual música botar.

— Da última vez foi você Jimin-ssi. — ela soou igual criança.

— Estou nem ai, meu carro! — sorriu a olhando que o xingou e se encostou no banco novamente.

— E a faculdade Guk? — Mingyu perguntou me fazendo o olhar.

— Não muito afim, mas a gente faz qualquer coisa para sair desse subúrbio. — falei.

— Verdade, pelo menos ainda vamos nos ver não é mesmo? — ele estava tão ansioso quanto eu e isso era bastante visível em seus olhos. Mingyu sempre foi muito popular, bom em tudo e muito amigável, mas ele sempre tinha problemas em lugares novos em que precisava começar as coisas do zero.

enigma; taekook [c]Onde histórias criam vida. Descubra agora