viginti septem

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NARRADOR.


O olhar lançado ao menino moreno era quase que congelante. Nem um pouco amigável, nem simpático, nada, apenas congelados e brilhantes. Os olhos da policial que lhe perturbavam a mais ou menos uma hora só se tornavam cada vez mais malvados e cruéis, as perguntas tinham grande efeito no Kim por conta do olhar que a mulher lhe lançava. Mas estava se saindo bem, não demonstrava nervosismo, estava calmo e agia como se fosse inocente, mesmo não sendo, mas ele era muito bom em mentir.

— Então a última vez que o senhor viu Hangyun fora quando? — Taehyung não desgrudava o olhar dela. Sabia que se abaixasse o olhar ou desviasse ela notaria sua fraqueza. Quem não conversava com olho no olho, nunca poderia espaço em um interrogatório, é o que o seu pai diz.

— No campus da faculdade, antes de ir para a festa no clube. — ele respondia a pergunta pela quarta vez, e mesmo sendo a quarta vez ele falava as mesmas palavras. Ela procurava um deslize nas coisas que o mesmo proferia e ele sabia disso, por isso treinou inúmeras respostas, para nunca ficar em silêncio ou pensando em uma resposta.

— O senhor será liberado, mas tenha em mente que poderemos procurar você a qualquer momento. — ela avisou pegando o papel da mesa. — você tem um envolvimento bem peculiar com o garoto, sabe disso não é?

— Sei, mas isso não significa nada. — disse. — Hangyun fazia o mesmo com inúmeras outras pessoas dessa faculdade, não só comigo, muitas pessoas o conheciam por ser arrogante e violento.

— Nós sabemos, mas você tinha um motivo senhor Taehyung.

— Que motivo? — dessa vez realmente pareceu confuso.

— A sua amiga, que era namorada de Hangyun. — como ela sabia daquilo? Taehyung respirou fundo encostando-se a cadeira.

— Ela não merecia aquilo, mas não é um assunto por qual eu faria algo de ruim. — disse talvez a segunda ou terceira verdade ali.

— Ok, lhe contataremos se for necessário. — disse e o menino assentiu saindo da sala. Foi andando normal até sair do prédio e andar até o seu, sem mostrar que morria por dentro, eles lhe observavam e o moreno não poderia dar um deslize, os dois notariam. Quando chegou na sua porta, passou por ela a trancando e vendo Yugyeom com Kihyun, Baekhyun e Somi o encarar.

— Eu... — ele botou o dedo na frente do rosto. — vou vomitar. — falou engasgando e correndo ao banheiro, se pôs no sanitário vomitando uma gosma transparente, era puro nervosismo e medo o que sentia.

— A cada dia que passa eu percebo o quanto você e o Jeongguk estão virando a mesma pessoa. — Somi disse entrando no banheiro e fechando a porta. Taehyung engasgou voltando a vomitar a gosma e tossiu com lacrimejando pelo ato. — vamos. — ela o segurou gentilmente o colocando na pia e o mesmo fechou os olhos com força suspirando cansado.

— Eu estou com muito medo Somi, porque é isso sabe? Eu matei uma pessoa e estão a um passo de me acharem. — falou baixo e pegou a escova de dentes começando a usa-la.

— Não vão chegar em você, é só fazermos tudo certo que ninguém será descoberto, você vai se livrar logo, o Japão é daqui a duas semanas lembra? — ela o olhou que abaixou os olhos.

— Mas isso não muda nada Somi, não muda o fato de eu estar paranoico, de eu ter matado Hangyun, de Jeongguk estar trancafiado no quarto dele há três dias sem falar com ninguém, não muda o fato de que aquela festa vem acabando com a gente de pouco em pouco.

enigma; taekook [c]Onde histórias criam vida. Descubra agora