4. bom garoto

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Lembrando que essa fanfic se passa
nos anos 80!

É claro que alguns pensamentos
a respeito de assuntos mais delicados serão antiquados, mas faz parte do processo de evolução dos personagens.

Boa leitura!

tt: @_shakesqueer

.•.•.•

[Louis]

Todos os dias no horário de almoço eu costumo pedalar nas redondezas da escola e tomar tempo, antes de precisar voltar e ir para a academia no período vespertino.

Eu não tenho dinheiro para pagar meu próprio almoço e não gosto de esperar na academia porque alguns dos outros caras almoçam lá o que trazem de casa e eu me sinto sufocado com todas aquelas perguntas das razões por eu não estar comendo, além do cheiro tentador da comida deles.

Primeiro, eu preciso manter o peso para as olimpíadas e a outra coisa é que eu basicamente não tenho comida, de qualquer forma.

É estupidamente miserável, mas é o que é.

No entanto, hoje ele se ofereceu para pagar e eu não tenho motivos para recusar. Na verdade, o fato de Harry ser esquisito me daria um bom motivo, mas brigar com Matthew me deu ainda mais fome e eu não penso muito antes de aceitar.

Harry não precisava me gratificar porque eu livrei a cara dele mais cedo, aquilo foi principalmente por Charlotte.

Ainda não consigo acreditar que minha irmã transou com Matthew Johnson, mesmo depois de todos os conselhos que lhe dei. Eu deveria me irritar com ela porque parece provocação proposital, mas se eu fingir que não me importo com a vida sexual dela, talvez Lottie pare de agir feito a nossa mãe.

Que se dane o meu instinto fraternal e a Charlotte juntos porque cuidar dela só está me estressando e não está resolvendo nada.

Eu sigo Harry até o refeitório e observo como é engraçado o tanto que ele rebola para caminhar ou os passos delicados, e como a sua mão procura se ocupar de alguma forma porque ele é tímido demais e muito desajeitado. Ele tem muitos cachos, o que é quase uma ofensa para as outras garotas que trabalham duro para ter o cabelo como o dele. Eu chacoalho a cabeça e desvio o olhar quando percebo que estou encarando demais e ele se senta numa mesa afastada de todos, como se estivesse se escondendo.

Harry deixa a bolsa brega (e que com certeza custa mais do que uma mensalidade do aluguel da minha casa) sobre a mesa e gesticula para que eu sente no lado oposto.

- E então? - pergunto sem saber como fazemos para nos servir aqui no refeitório.

Parece um inferno com todos esses capetas rindo, zombando um dos outros, as garotas sentando no colo dos populares e os punks cheirando a maconha. Agora eu entendo o motivo dessa criatura não conseguir ficar sozinho, porque eu mesmo não conseguiria. Se eu frequentasse os mesmos lugares desses infames seria melhor estar acompanhado de algo ou alguém para me distrair.

Mas aí está algo sobre mim da qual me orgulho: eu prefiro me virar sozinho.

E também é como se o ambiente escolar não fizesse parte da minha realidade, não configura com a minha rotina. Eu venho, finjo assistir algumas aulas para não perder a bolsa e o treino de boxe e aguardo ansiosamente a manhã toda para enfim ir até a academia durante a tarde e passar o resto do meu tempo lá, treinando e dando o meu melhor para sair dessa vida miserável.

- Vamos esperar pelo Liam, ele precisa saber que estamos nessa mesa - Harry vasculha o refeitório com os olhos - ele está vindo!

Um garoto com tantos cachos quanto Harry Styles caminha depressa até a nossa mesa, com os olhos enfurecidos e os ombros caídos. Ele é esquisito e é dessa forma que tenho certeza que é o amigo de Harry.

stay in my arms if you dare (larry)Onde histórias criam vida. Descubra agora