"Ah, se ele me beijasse
se a sua boca me cobrisse de beijos...
sim, as suas carícias são mais
agradáveis que o vinho e a
fragrância dos seus perfumes é suave;
o seu nome é como perfume derramado."
- Cânticos 1:2-3Eu deixei um bilhete feito com folha de papel do meu caderno pela fresta do armário de Liam. Estava escrito: "Pode pedir para Louis me encontrar debaixo das arquibancadas de beisebol, por favor?"
Porque mesmo que Kendall também tenha contado para a minha mãe sobre a parte que eu pago o almoço de Louis todos os dias e isso tenha feito ela me dar dinheiro suficiente para apenas uma refeição, eu ainda pagarei a comida dele. Não me importa as razões de Louis não ter dinheiro para comprar o próprio almoço, porque não vou deixá-lo um dia todo faminto. Eu tenho o estômago fraco, posso aguentar até o final do dia e comer em casa.
Caminhar pela escola a caminho da academia com a embalagem do almoço seria arriscado. Eu poderia esbarrar com Kendall e não quero me explicar, nem posso arriscar que ela dê com a língua nos dentes. Fui sorrateiro até o campo de beisebol, me escondendo debaixo da arquibancada por cerca de vinte minutos, até que Louis apareceu caminhando daquele jeito dele, relaxado, parecendo o dono de tudo (mas pelo menos ele é dono do meu coração).
- Príncipe.
- Oi, o que é isso? - perguntou quando estendo o pacote que ele abre, e apesar do cenho franzido, sorriu agradecendo: - Não precisa se preocupar em pagar o meu almoço, princesa, eu é quem deveria pagar para você depois de tudo o que passou.
- Eu não me importo.
- Por que você faz isso?
- Para ter certeza que você não vai pular a refeição só pra me ver - brinquei porque não quero deixá-lo constrangido com a realidade de que eu pago porque ele não pode pagar.
- Convencido - ele brincou de volta e jogou a jaqueta jeans no chão, depois gesticulou para eu me sentar nela.
- Obrigado.
Dou espaço para Louis dividir a jaqueta comigo e ele faz, me abraçando de lado e deitando a cabeça em seu ombro. Ele segura o pacote do almoço fechado nas mãos, deixando para depois.
- Hoje é o meu primeiro dia no futebol.
- Eu costumava ser bom no futebol.
Ele brincou com os meus dedos apoiados em seus joelhos dobrados. Sorrio, porque agora sei mais duas coisas sobre Louis: ele já jogou futebol e tem essa fixação pelos meus dedos, sempre brincando, os beijando e tocando neles.
- E não é mais?
- Eu não sei, desde que comecei com o boxe, não tentei mais.
- Por que?
- Não gosto de me envolver com pessoas da escola - não é uma resposta tão esclarecedora.
- Mas você se envolveu comigo.
- Porque você é especial pra mim e somos diferentes, não tem nada a ver com coisa de escola, entende? - eu concordo timidamente.
Droga, eu devo estar com uma cara de idiota apaixonado, bem agora, mas não posso me controlar. Louis é absurdamente lindo.
Ele ergueu minha cabeça com a ponta do indicador, olhando em meus olhos e eu perco o fôlego brevemente, até que Louis me devolva e tire de volta com um beijo.
É molhado e fica ainda melhor a cada vez. Eu viro meu corpo, ainda sentado, de modo que eu possa pousar minha mão em sua coxa como apoio e principalmente, porque nossos corpos imploram por mais aproximação.
Louis não recua, ao invés disso, ele pede passagem para sua língua no beijo e eu deixo, mas não sei como usar a minha. Pareço uma pedra rolando dentro da boca dele. Louis percebeu meu nervosismo e se moveu até me abraçar por completo e chupar minha língua com a sua na tentativa de me tranquilizar.
O efeito é minha cintura vibrando e meu estômago se apertando. É a melhor sensação que já tive em toda a minha vida, o modo como as mãos dele deslizaram em meus braços com leveza, as mãos macias me dando carinho como se não fossem as mesmas que derrubam homens com socos, e que me fazem esquecer o mundo todo.
- Você é lindo, princesa - ele diz próximo da minha boca com a respiração quente batendo em meu rosto e agora com os olhos bem abertos, azuis.
Eu sinto minhas bochechas esquentarem e depois, permanecemos entre pequenos beijos e carícias até eu me lembrar que precisávamos voltar para a aula. Ele deitou a cabeça em meu ombro, manhoso, adivinhando antes que eu chamasse sua atenção:
- Eu sei, mas não quero ir.
- Você tem que se preparar pra ganhar uma luta essa noite.
- É moleza, não preciso treinar mais por hoje, nós podemos ficar aqui - ele continuou com os braços em torno de mim - o que eu preciso é ficar com você.
- Príncipe, é sério, temos que ir.
- Você está me dispensando?! - Fingiu ofensa e eu rindo de suas graças.
Louis cruzou os braços e me arrisquei a fazer cócegas nele para desatar e fazê-lo rir comigo. Louis só tem cócegas no quadril, outra coisa que descubro agora e me faz sorrir enquanto ele gargalha, mas sibilo e peço para que não faça tanto barulho para não sermos flagrados.
É nesse momento, que secamos os risos subitamente e desanimamos. Sinto vontade de chorar porque a verdade era que os risos, o carinho, os beijos, nosso tempo juntos... Tudo acabará em breve.
- Eu tô com medo, não só porque estou sendo forçado a casar cedo com ela, mas porque vou perder você.
- Harry.
- Não precisa responder o que vou dizer agora.
- Hum?
- Sei que ainda é cedo, me desculpa, sou um idiota e também sou imaturo na maior parte do tempo. Provavelmente estou ultrapassando um limite agora e a culpa pode ser minha, mas não sei e não tenho certeza se quero parar de sentir o que sinto. Não estou pedindo retorno, príncipe. Eu só estou sendo sincero porque nunca gostei de mentiras e eu não vou fingir com você porque com você eu posso ser quem sou de verdade. E eu, na minha água mais podre ou na minha mais pura essência, amo você.
Ele assentiu lentamente, um pouco atordoado, mas permanece imóvel.
Esse silêncio é horrível, mas eu suporto por Louis, fico quieto também e deixo que ele tome seu tempo e absorva o que eu disse. O sinal para o fim do intervalo tocou e ele olhou para trás como se houvesse alguém chamando além do alarme estridente.
- Você pode me encontrar depois da aula? - perguntou cortando o longo silêncio constrangedor.
- Acho que sim.
Ele depositou um beijo rápido em meus lábios e se despediu indo para o outro lado da escola. Eu fico um tempo ali, estagnado, assustado, ignorando o fato de que chegarei atrasado para a aula porque não consigo acreditar que tive coragem para sentir algo tão grande, dizer em voz alta, mas não ser correspondido.
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stay in my arms if you dare (larry)
FanficHarry Styles, 16 anos, é o rico e alinhado repórter da Bennett High School. É o seu primeiro ano no ensino médio e ele cobrirá as notícias da Olimpíada Anual Colegial, onde os estudantes do último ano do ensino médio competirão em diversas categoria...