stay in my arms if you dare (larry)

13. quebrando regras

Então, Trisha realmente convidou o filho dela para me fazer companhia naquela semana.

Zayn chegou por volta das sete da noite, pedalando uma bicicleta velha e carregando seu fiel taco de beisebol, alegando ter vindo direto do treino onde ficou mais intenso para todos os atletas da Bennet, com a aproximação das Olimpíadas. Haviam dois dias desde que Liam me contou sobre o beijo e eu ainda não consigo olhar para o Zayn por muito tempo sem lembrar disso.

- O que podemos fazer? - Ele tirou os sapatos encardidos na porta de entrada e estudou curioso com os olhos cada canto do hall.

A irmã caçula dele sempre está aqui porque Trisha traz ela quando não tem aula e não há ninguém para tomar conta de Safaa. Mas para Zayn é a primeira vez, inclusive, antes da noite da festa eu nem sabia quem ele era.

- Tem um sótão - eu apontei para cima - e só tem uma máquina de fliperama lá, mas podemos brincar um pouco.

Eu ganhei aquela máquina de presente da Kendall no ano passado, mas obviamente minha mãe não deixa eu jogar porque ocuparia um tempo que eu poderia aproveitar estudando ou me enturmando com os jovens da igreja. Além de ela discriminar jogos. Essa seria a segunda vez que eu jogaria, a primeira foi quando Kendall insistiu em testarmos ela juntos quando mandou os funcionários do frete a levarem lá para cima, mas não havia durado muito até Ken se cansar do brinquedo e voltar ao shopping comprar algo para ela mesma.

Não sei de onde tiro a ousadia de cogitar jogar sem permissão, só porque minha mãe não está em casa. Mas não há mal nisso, penso eu, se estou adiantado com os estudos.

- Você tem uma máquina de fliperama? - Zayn exclamou animado - Cara, que máximo!

- Zayn, querido - Trisha apareceu na porta, secando as mãos molhadas provavelmente da louça, em seu avental do uniforme de empregada.

- Oi, mãe - ele se aproximou, beijou a bochecha dela e pronto, só isso.

Eu fiquei esperando ele pedir a benção, mas não houve nada. Se fosse a minha mãe, ela ficaria furiosa pela falta de educação.

Já sinto falta dela, mas para o meu bem só faltam três dias para estar de volta e então finalmente iremos ao culto de domingo juntos. E sem o meu pai porque ele irá viajar a trabalho, novamente.

Eu levei Zayn para o sótão e descobrimos que não temos muito o que dizer um ao outro. Nós pouco nos conhecemos, ainda não somos amigos de verdade, mas ele está aqui porque Trisha não queria que eu me sentisse sozinho enquanto meus pais estivessem fora e eu acho que ela pensa que nós dois realmente somos amigos.

Mas Zayn até parece ser um cara legal e eu quero tentar ser amigo dele de verdade. Tento me convencer de que não tenho interesse só porque ele é melhor amigo de Louis e eu quero me aproximar de qualquer forma. Não, não é mesmo.

Eu tiro o plástico de proteção de cima da máquina e Zayn está tão animado que chega a ser encantador e contagiante. Ele me ensina como se joga porque aparentemente ele paga fichas para jogar em uma loja de conveniência do subúrbio. Zayn também me conta que Louis e ele sempre vão lá quando conseguem uma grana. Sinto ainda mais vontade de praticar quando descubro isso. Talvez um dia eu possa jogar com Louis.

- Tenho que ir embora - ele declarou mais tarde, quando já estávamos enjoando do fliperama e devorado os lanches que Trisha nos trouxe.

- Como assim, ir embora? Achei que sua mãe fosse ficar aqui com você porque meus pais estão fora e Trisha está cuidando de mim até que eles voltem - digo limpando os farelos de pão do meu queixo, com o antebraço.

- E você não sabe se cuidar sozinho? - Zayn fez uma careta esquisita e chacoalhou a cabeça como quem diz "espera aí" em confusão - Você tem dezesseis anos!