"Eu sei, é difícil criar coragem
num mundo cheio de pessoas.
Você pode perder tudo de vista
e a escuridão que está dentro de você pode te fazer sentir tão insignificante.
Mas eu vejo suas cores verdadeiras
brilhando por dentro,
e é por isso que eu te amo.
Então não tenha medo de deixá-las aparecerem.
Suas cores verdadeiras
são lindas como um arco-íris."
- Cyndi Lauper.Estamos jantando, somente minha mãe e eu, porque meu pai viajou no fim desta tarde para a capital.
Ele mal botou os pés em casa e já saiu novamente. Graças a Deus, não houve tempo para lhe dar as notícias do casamento. O meu dia foi longo demais e não posso suportar mais situações difíceis.
– Como foi o culto?
– Breve, mas bom.
– Já concluiu os deveres?
– Sim, senhora – estou remexendo a comida de um lado para o outro no prato. Meu pensamento está longe. A luta de Louis pelas olimpíadas será essa noite na Bennett e eu estou aqui, louco para correr até lá e dar meu apoio a ele.
- Não brinque com a comida, Harry.
- Eu não sou criança - empurrei o prato e bufei irritado, porque há tantas coisas rondando minha mente e me deixando à beira de um colapso que comer é o menor dos problemas - inclusive, vou me casar como um homem adulto.
Jesus, é tarde demais. Aquilo soou tão perspicaz e sarcástico que até mesmo eu fiquei surpreso com minha entonação. Mesmo assim, não dava o direito a ela de acertar um tapa forte em meu rosto.
Foi o ápice do meu estresse.
Dói mais na alma, do que na pele.
Meus olhos encheram-se de lágrimas, mas eu não chorei na frente dela e nem corri. Levantei atordoado e caminhei para o meu quarto, decidido, mesmo com ela aos berros para que eu voltasse.
Girei a chave que quase nunca uso na maçaneta. Anne não veio atrás, então me permito chorar muito sozinho. Uma soma de cansaço, tristeza, solidão, perda, dor, raiva e indignação.
Uma vez eu li que a raiva nos move a grandes mudanças quando usada da forma correta. No futuro, eu posso me dar a resposta se foi a raiva a me guiar através dessa impulsividade, mas agora não tenho respostas, ficando aqui parado, sofrendo, vendo minha vida ruir por quem exige respeito, mas não me dá o mínimo do mesmo.
Vesti sapatos gastos, um suéter vermelho e prendi o cabelo para não atrapalhar os meus planos.
Amarrei um lençol no outro até formar uma corda comprida e as únicas coisas que levo comigo são o meu walkman, a fita de Cyndi Lauper e a minha bíblia, todas carregadas na minha bolsa carteiro.
Não quero pensar demais, não tenho nada de valor sentimental para me despedir além do que carrego, porque todo o resto eram planos e materiais de desejo dos meus pais, não meus.
Apertei uma ponta do lençol num nó firme ao pé da cama e atirei a outra pela janela, depois de verificar se estava seguro o suficiente.
A luz risca o céu indicando a chuva que viria com força, mas sigo em frente.
Deus me proteja, porque eu realmente tenho medo de altura, mas tudo o que preciso agora é abraçar Louis. Nesse momento, preciso cuidar das feridas dele, feitas na luta e preciso que ele cuide das minhas, feitas por minha mãe.
Eu oro baixo por proteção, agarro firme o pano do lençol, desço um pé e depois o outro.
Agora não tem como desistir.
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stay in my arms if you dare (larry)
FanfictionHarry Styles, 16 anos, é o rico e alinhado repórter da Bennett High School. É o seu primeiro ano no ensino médio e ele cobrirá as notícias da Olimpíada Anual Colegial, onde os estudantes do último ano do ensino médio competirão em diversas categoria...