3. Um menino

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- Você achou meu cachorro! - ouço alguém dizer.

Olho para a direção da voz e vejo aquele menino loiro que eu quase matei ali na esquina.

- Ah - digo desapontada. - ele é seu?

O menino anda e se ajoelha fazendo carinho no cachorro que está no meu colo.

Eu olho para Lupin e da pra ver a felicidade em seus olhinhos e em seu rabinho.

- Obrigado. - diz ele. - acho que eu estava meio errado aquela hora.

- Eu também estava. - falei e ele deu um sorrisinho. - Como ele chama?

- Ainda não tem nome... Tem só dois dias que a gente adotou ele. - diz o garoto.

- Ele tem cara de Lupin. - digo.

- Você é fã de Harry Potter? - diz ele surpreso.

- Com direito a carteirinha imaginária. - digo e começo a rir.

- Taí. Gostei de Lupin. - falou ele. - Vai se chamar Remo Lupin.

O Lupin fica muito animado com o novo nome e eu rio da animação dele.

O tempo esfria um pouco, e uma chuva leve começa a cair.

- Acho melhor a gente ir pra debaixo de algum lugar. - diz ele.

- Eu acho que vou pra casa já. - falo.

- Olha essa chuva. Você vai chegar ensopada. - diz ele se levantando e pegando Lupin no colo.

- Eu to de boa. Essa chuva ta fraca. - digo para ele e subo em minha bicicleta.

- Garota, vamos esperar a chuva terminar ali na frente daquele café. - diz ele.

- Meu nome é Hazel. Não garota. - falo.

- Hazel? Tipo a culpa é das estrelas? - diz ele.

- Não tipo: Deixa eu ir embora. - falo e sorrio cínica.

Ele gargalha.

- Meu nome é Peter. - diz ele.

- Tipo o Parker? - digo.

- Não tipo: Para de teimosia e vamos pra algum lugar que não te deixe gripada depois. - fala ele.

- Essa não fez sentido, ficou enorme. - digo.

- Eu sei. Sou péssimo com tiradas. - diz ele.

Eu começo a rir do palhaço.

- Ah vamos logo Parker. - digo

- É Peter! - fala ele.

Nós sentamos debaixo da tenda de um café. O Lupin parecia cansado, e se deitou no chão.

- Acho melhor eu pegar uma água para o Lupin. Olha a cara dele. - digo.

- Você é muito eficiente. Pode ir empregada. - diz Peter, patético.

- Eu to indo pegar para o Lupin. Você é só consequência. Se eu quiser ficar perto dele tenho que aturar você também. - falo.

- Essa doeu. - diz ele. - Você é sempre tão simpática?

- Só com quem merece claro. - digo e sorrio irônica.

Volto com a água para o Lupin e ele sorri.

Peter está olhando pra chuva atentamente.

- O que você acha que combina com chuva? - diz ele.

- Eu acho que eu nunca vi uma pessoa mais esquisita do que você. Esquisito. - falo.

Viagem sem VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora