38- Como assim???

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- Como assim vocês estão namorando? - perguntei pasma. 

 Meu irmão sorriu abraçando Ivy pela cintura.

- Eu só percebi que sua melhor amiga é o amor da minha vida. - ele disse me fazendo arregalar os olhos.

- Para de ser brega amor, a Hazel vai ter um ataque cardíaco daqui a pouco. - falou Ivy. Eu não sabia se eu ficava feliz ou desmaiava logo ali.

- Tá... Isso foi estranho. Mas ninguém viu o... - eu ia dizendo.

- Peter? Ele ia vir mas a irmã dele passou mal. - disse Jack. 

 Eu tive que ligar para ele, mas não obtive resposta. Eu já sabia qual era o hospital então nem pensei duas vezes antes de ir lá. A Roxi era uma garota adorável e apesar de eu não ter ficado tanto tempo com ela eu gostava muito dela.

- Filha, nós acabamos de nos ver de novo...

- Preciso ir lá mãe. Foi o Peter que me ajudou a sair daquele lugar... - eu ia dizendo e Ivy e os meninos fizeram um barulho estranho com a voz como se quisessem chamar minha atenção. - ele, Ivy, Jack e Jeremy.

- Você gosta dele né? - ia dizendo minha mãe. - Mais do que como amigo.

 Eu fiquei sem graça. 

- Ela gosta sim tia! - Ivy disse. Cala boca Ivy. - Quero dizer... Senhora Miller. 

- Pode me chamar de tia, Ivy. - minha mãe disse rindo.

 Eu me apressei a ir pegar um táxi até o hospital, me despedindo brevemente de todos. 

 Quando cheguei lá pedi o médico que me levasse até o quarto onde Pérola estava, e eles perguntaram se eu era da família.

- Moço eu quero ver a Pérola, ela é importante para mim.

- Senhorita, só podemos deixar entrar pessoas que têm um relacionamento próximo...

- Hazel? - olhei para a voz e era Peter. Ele estava lindo como sempre, com seus cabelos loiros super bagunçados e olhos um pouco inchados com certeza por causa da Pérola. Ele andou até onde eu estava e me abraçou, um abraço que eu correspondi. - Que bom que você voltou.

- Como ela está? - perguntei.

- É pneumonia. Está tossindo muito e provavelmente vai ter que ser incubada. - ele disse e isso me apertou o coração. Ela era muito novinha, isso era torturante.

- Eu queria ver ela, mas o médico disse que só pessoas que têm uma relação próxima. - falei e Peter se virou para o médico.

- Eu sou o irmão da Pérola. Pode deixar ela entrar. 

- Mas ela não tem uma relação próxima...

- Ela é minha namorada. - falou ele me pegando de surpresa. Ele devia estar falando isso só para eu entrar.

- Então nesse caso...

(...)

- Oi Hazel. - O pai de Peter me deu um abraço. - Que bom que voltou.

- Sinto muito por ela estar assim. Ela vai melhorar.

- Amém... Obrigado por vir. 

 Pérola estava em um sono profundo, mas quando me aproximei seus olhinhos foram abrindo aos poucos.

- Hazel... - ela disse dando um sorrisinho.

 Sorri e quase chorei ao vê-la, eu tinha uma coisa muito profunda com ela, mesmo não tendo ficado tanto tempo junto.

- Como está seu pulmão Roxi? - falei. - Você é tão forte, nem parece que tem alguma coisa.

- Isso que se exige de uma estrela do rock. Força. - ela disse sorrindo. - Quando fiquei sabendo que você teve hipotermia eu queria ter te visitado mas você só se despediu pelo celular.

- Meu pai me levou embora no mesmo dia. - falei. - Senão eu tinha vindo te dar um abraço.

- Por favor vem cá. - ela disse fazendo um gesto para que eu me aproximasse. - Você e meu irmão estão namorando?

 Arregalei meus olhos, olhei para Peter que graças a Deus estava conversando com o pai e tomando café.

- N-não.

 Ela riu.

- Se for para ele namorar. Quero que seja com você beleza?

- Beleza. - falei rindo e meus olhos encheram de lágrima.

- Não chora. 

- Eu não estou chorando.

- Tá sim bobinha. - ela disse secando minhas lágrimas. 

- A nossa paciente precisa descansar. - disse a enfermeira tocando em meu ombro.

- Descansar, só isso que eu faço aqui. - disse Roxi bufando. 

- Olha aqui Roxi. Quando você melhorar, a gente vai fazer algo muito legal beleza?

- Ah eu quero ir no cinema! - ela disse contente e começou a tossir.
- Eu e você.

- Cinema. Mas primeiro, vamos focar na sua melhora. Igual eu foquei na minha quando fui para o hospital. - falei e ela concordou.

 Quando nós dois saímos do quarto, deixando Pérola sozinha com o pai, Peter começou a chorar.

- Calma Peter. - falei e ele me deu um abraço colocando seu rosto em meu ombro. O abracei de volta acariciando seus cabelos sedosos como se ele fosse uma criança que precisa de cuidados. 

- Ela está meio triste não acha? - ele disse quando nos afastamos do abraço. Seus olhos estavam vermelhos.

- Ela está abalada. - falei. - Mas quando Jack teve pneumonia foi a mesma coisa, e agora ele está bem. 

- Não sabia que ele já teve. 

- Pois é. A pneumonia quando vem é forte, mas quando tratada parece que nunca veio.

- Ela gosta de você sabe? - ele disse sorrindo e eu sorri.

- Também gosto dela. - falei. - E acredito que ela vai melhorar logo. E quando ela melhorar nós vamos sair.

- Ah vamos assistir aquele filme de criança que ela quer ver?

- HAHAHA vai ser só nós duas. Coisa de garota. - falei e ele riu.

 Peter ficou me encarando. 

- O que? - perguntei sem entender.

- Não é que... Nada. - ele disse e eu resolvi deixar pra lá.

(...)

 Depois de um tempo Peter me deixou em casa e lá estava minha mãe, Jack e Ivy.

 Era muito estranho olhar para o sofá e ver sua melhor amiga abraçada com seu irmão assistindo filme.

- Como foi lá? - perguntou Jack.

- Ah, a Pérola ta com pneumonia. - contei. - Mas eu acredito que ela vai melhorar, eu tenho fé que vai.

 A campainha tocou e eu fui atender. Era muito bom atender a campainha de casa viu? Ótimo.

- Oi Hazel! - era Josh. Eu sorri e ele me abraçou. - Eu fiquei sabendo de tudo. Meu Deus do céu hein?

- Pois é Josh. Foi horripilante. 

- Eu sempre pensei que eu fosse o doido da história, mas o Lucca me superou. - ele disse me fazendo rir, porque eu também pensava que se alguém ia me sequestrar ia ser o Josh.

 Nós conversamos por um tempo até que Josh me contou que estava mudando de cidade porque o pai foi transferido, no fim das contas o Josh se formou um belo amigo para mim. 

 Naquela noite eu dormi feliz em minha cama.

Viagem sem VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora